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  • quinta-feira, março 29, 2012

    ROTEIRO DA PALESTRA DO CARLOS ALBERTO LIMA




    O EVANGELHO segundo o ESPIRITISMO
    Capítulo XI — AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO

    A fé e a caridade

    13. Disse-vos, não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem a fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes. Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Na verdade, impulsos generosos se vos depararão, mesmo entre os que nenhuma religião têm; porém, essa caridade austera, que só com abnegação se pratica, com um constante sacrifício de todo interesse egoístico, somente a fé pode inspirá-la, porquanto só ela dá se possa carregar com coragem e perseverança a cruz da vida terrena.
    Sim, meus filhos, é inútil que o homem ávido de gozos procure iludir-se sobre o seu destino nesse mundo, pretendendo ser-lhe licito ocupar-se unicamente com a sua felicidade. Sem dúvida, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre tem que servir exclusivamente ao aperfeiçoamento moral, que mais facilmente se adquire com o auxílio dos órgãos físicos e do mundo material. Sem levar em conta as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos gostos, dos pendores e das necessidades, é esse também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Com efeito, só a poder de concessões e sacrifícios mútuos podeis conservar a harmonia entre elementos tão diversos.
    Tereis, contudo, razão, se afirmardes que a felicidade se acha destinada ao homem nesse mundo, desde que ele a procure, não nos gozos materiais, sim no bem. A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé. - Espírito protetor. (Cracóvia, 1861.)


    Fé e Caridade

    Dizer sobre a fé e a caridade, com propriedade, é desafio de monta no mundo atual em face do estágio acanhado de amadurecimento espiritual da humanidade. Por mais tenhamos o conhecimento intelectual dos conceitos e mesmo uma certa intuição sobre os valores intrínsecos a eles associados, não os sentimos no coração como já poderíamos ter alcançado.
    Nunca é demais lembrar o que nos disse Jesus sobre a fé que está em nós, quando a referenciou a um grão de mostarda e o que seríamos capazes de realizar se esse quantum estivesse conosco.
    Leon Denis conceitua a fé como a confiança da criatura em seus destinos, como o sentimento que a eleva à infinita potestade, na certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. No entanto adverte que ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. E conclui: feliz quem crê, sabe e caminha firme. (Livro “Depois da morte”, quinta parte, cap. 44)
    O Apóstolo Pedro, por sua vez, recomendou juntássemos à “fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6ao conhecimento a temperança; à temperança a paciência; à paciência a piedade; 7à piedade o amor aos irmãos; e ao amor aos irmãos a caridade. 8Se tiverdes estas virtudes e elas forem crescendo em vós, não ficareis inactivos nem estéreis, relativamente ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. 9E quem não tiver estas virtudes é um cego que mal pode ver e que deixou cair no esquecimento a purificação dos seus pecados de outrora. 10Por isso, meus irmãos, ponde o maior empenho no fortalecimento da vossa vocação e eleição. Se assim procederdes, jamais haveis de fracassar 11e se vos há-de abrir de par em par a entrada para o reino eterno de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.” (2Pe 1, 5-11)
    São Pedro estabeleceu a ponte que parte da fé e leva à caridade com a inspiração do Divino Mestre. Ele escreveu com a consciência da sabedoria superior, sintetizando uma regra de ouro para o Espírito, válida por tempos imemoriais.
    Seguem excertos de livros e artigos para leitura reflexiva.
    Fraternalmente,

    Carlos Alberto

    TÓPICOS DO ESTUDO

    • A CARIDADE SEM A FÉ NÃO BASTA PARA MANTER ENTRE OS HOMENS UMA ORDEM SOCIAL CAPAZ DE OS TORNAR FELIZES; IMPULSOS GENEROSOS EXISTEM ENTRE OS QUE NENHUMA RELIGIÃO TÊM; NO ENTANTO, A CARIDADE AUSTERA, COM ABNEGAÇÃO, SOMENTE A FÉ PODE INSPIRAR;
    • É ILUSÓRIO PRETENDER SER LÍCITO OCUPAR-SE UNICAMENTE COM A PRÓPRIA FELICIDADE; ELA ESTÁ NA VIDA PELA ETERNIDADE, NO ENTANTO, A VIDA TERRESTRE TEM QUE SERVIR EXCLUSIVAMENTE AO APERFEIÇOAMENTO MORAL, QUE MAIS FACILMENTE SE ADQUIRE COM O AUXÍLIO DOS ÓRGÃOS FÍSICOS E DO MUNDO MATERIAL;
    • EM FACE DAS VICISSITUDES ORDINÁRIAS DA VIDA, DA DIVERSIDADE DOS GOSTOS, DOS PENDORES E DAS NECESSIDADES, A CARIDADE É UM MEIO DE APERFEIÇOAMENTO, POIS, COM AS CONCESSÕES E SACRIFÍCIOS QUE SOLICITA, PROPICIA A HARMONIA ENTRE ELEMENTOS TÃO DIVERSOS;
    • A FELICIDADE EXISTE E ESTÁ PRESENTE NESTE MUNDO, DESDE QUE O HOMEM A PROCURE, NÃO NOS GOZOS MATERIAIS, E SIM NO BEM;
    • PARA SERMOS CRISTÃOS HOJE, SOMOS SOLICITADOS APENAS A SACRIFICAR NOSSO EGOÍSMO, ORGULHO E VAIDADE;
    • O DIVINO PODER NOS CONCEDEU TODAS AS COISAS QUE CONTRIBUEM PARA A VIDA E A PIEDADE, COM ELAS TAMBÉM NOS DEU OS MAIS PRECIOSOS E SUBLIMES BENS PROMETIDOS, A FIM DE QUE NOS TORNEMOS PARTICIPANTES DA NATUREZA DIVINA (2Pe 1,3-4);
    • PEDRO NOS RECOMENDA: DEVEIS POR TODO O EMPENHO EM JUNTAR À VOSSA FÉ A VIRTURDE; À VIRTUDE O CONHECIMENTO; AO CONHECIMENTO A TEMPERANÇA; À TEMPERANÇA A PACIÊNCIA; À PACIÊNCIA A PIEDADE; À PIEDADE O AMOR AOS IRMÃOS; E AO AMOR AOS IRMÃOS A CARIDADE. SE TIVERMOS ESTAS VIRTUDES E ELAS FOREM CRESCENDO EM NÓS, FICAREMOS ATIVOS RELATIVAMENTE AO CONHECIMENTO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO (2Pe 1,5-8);
    • NINGUÉM EDIFICARÁ O SANTUÁRIO DA FÉ NO CORAÇÃO SEM ASSOCIAR-SE, COM TODA ALMA, AO TRABALHO, NAQUILO QUE O TRABALHO OFERECE DE BELO E DE SUPERIOR DENTRO DA VIDA (Emmanuel – A Verdade Responde);
    • É QUE O TRABALHO DE COMUNHÃO COM O MESTRE TERÁ REALIZADO EM NÓS A SUA OBRA GLORIOSA E A FÉ PERFEITA E DIVINA, POR TESOURO INALIENÁVEL, BRILHARÁ CONOSCO, DEFINITIVAMENTE INCORPORADA À NOSSA VIDA E AO NOSSO CORAÇÃO (Emmanuel – idem);
    • A FÉ É A CONFIANÇA DA CRIATURA EM SEUS DESTINOS, É O SENTIMENTO QUE A ELEVA À INFINITA POTESTADE, É A CERTEZA DE ESTAR NO CAMINHO QUE VAI TER À VERDADE. NINGUÉM ADQUIRE ESSA FÉ SEM TER PASSADO PELAS TRIBULAÇÕES DA DÚVIDA, SEM TER PADECIDO AS ANGÚSTIAS QUE EMBARAÇAM O CAMINHO DOS INVESTIGADORES. FELIZ QUEM CRÊ, SABE E CAMINHA FIRME (Leon Denis – Depois da Morte, Quinta Parte, cap. 44).


    Literatura complementar

    EXORTAÇÃO À PERSEVERANÇA NA FÉ
    Versão da Bíblia Sagrada
    Dons recebidos de Deus - 3O divino poder, ao dar-nos a conhecer aquele que nos chamou pela sua glória e pelo seu poder, concedeu-nos todas as coisas que contribuem para a vida e a piedade. 4Com elas, teve a bondade de nos dar também os mais preciosos e sublimes bens prometidos, a fim de que - por meio deles - vos torneis participantes da natureza divina, depois de vos livrardes da corrupção que a concupiscência gerou no mundo.
    5Por este motivo é que, da vossa parte, deveis pôr todo o empenho em juntar à vossa fé a virtude; à virtude o conhecimento; 6ao conhecimento a temperança; à temperança a paciência; à paciência a piedade; 7à piedade o amor aos irmãos; e ao amor aos irmãos a caridade. 8Se tiverdes estas virtudes e elas forem crescendo em vós, não ficareis inactivos nem estéreis, relativamente ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. 9E quem não tiver estas virtudes é um cego que mal pode ver e que deixou cair no esquecimento a purificação dos seus pecados de outrora.
    10Por isso, meus irmãos, ponde o maior empenho no fortalecimento da vossa vocação e eleição. Se assim procederdes, jamais haveis de fracassar 11e se vos há-de abrir de par em par a entrada para o reino eterno de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
    Bíblia Sagrada -- Segunda Epístola de São Pedro (1,3–11)
    (http://www.capuchinhos.org/biblia/index.php?title=2Pe_1)

    Versão da Bíblica de Jerusalém
    A liberalidade de Deus — 3Pois que o seu divino poder nos deu todas as condições necessárias para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que nos chamou pela sua própria glória e virtude. 4Por elas nos foram dadas as preciosas e grandíssimas promessas, a fim de que assim vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de vos libertardes da corrupção que prevalece no mundo como resultado da concupiscência. 5Por isto mesmo, aplicai toda a diligência em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7à piedade o amor fraternal e ao amor fraternal a caridade. 8Com efeito, se possuirdes essas virtudes em abundância, elas não permitirão que sejais inúteis nem infrutíferos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9Mas aquele que não as possui é um cego, um míope: está esquecido da purificação dos seus pecados de outrora. 10Por isto mesmo, irmãos, procurai com mais diligência consolidar a vossa vocação e eleição, pois, agindo desse modo, não tropeçareis jamais; 11antes, assim é que vos será outorgada generosa entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
    Bíblia de Jerusalém -- Segunda Epístola de São Pedro (1,3–11)

    NA EDIFICAÇÃO DA FÉ
    Ninguém edificará o santuário da fé no coração, sem associar-se, com toda alma, ao trabalho, naquilo que o trabalho oferece de belo e de superior dentro da vida.
    Para alcançar, porém, a divina construção, não nos bastam os primores intelectuais, a eloqüência preciosa, o êxtase contemplativo ou a desenvoltura dos cálculos no campo da inteligência.
    Grandes gênios do raciocínio são, por vezes, demônios da tirania e da morte.
    Admiráveis doutrinadores, em muitas ocasiões, são vitrinas de palavras brilhantes e vazias.
    Muitos adoradores da divindade, freqüentemente, mergulham-se na preguiça a pretexto de cultuar a glória celeste.
    Famosos matemáticos, não raro, são símbolos de sagacidade e exploração inferior.
    Amemos o trabalho que a eterna sabedoria nos conferiu, onde nos situamos, afeiçoando-nos à sua execução sempre mais nobre, cada dia, e seremos premiados pela grande compreensão, matriz abençoada de toda a confiança, de toda a serenidade e de todo o engrandecimento do espírito.
    Não te queixes se a fé ainda te não coroa a razão.
    Consagra-te aos pequeninos sacrifícios, na esfera de tuas diárias obrigações, à frente dos outros, cede de ti mesmo, exercita a bondade, inflama o otimismo por onde passes, planta a gentileza ao redor de teus sonhos, movimenta-te no ideal de sublimação que elegeste para alvo de teu destino. Aprende a repetir para que te aperfeiçoes. Não vale fixar indefinidamente as estrelas, amaldiçoando as trevas que ainda nos cercam.
    Acendamos a vela humilde de nossa boa vontade, no chão de nossa pobreza individual, para que as sombras terrestres diminuam e o esplendor solar sintonizar-se-á com a nossa flama singela.
    A tomada insignificante é o refletor da usina, quando ligada aos seus poderosos padrões de força.
    Confessemos Jesus em nossos atos de cada hora, renovando-nos com ele, avançando felizes em seu roteiro de renunciação, auxiliando a todos e servindo cada vez mais, em seu nome, e, de inesperado, reconheceremos nossa alma inundada por alegria indizível e por silenciosa luz.
    É que o trabalho de comunhão com o Mestre terá realizado em nós a sua obra gloriosa e a fé perfeita e divina, por tesouro inalienável, brilhará conosco, definitivamente incorporada à nossa vida e ao nosso coração.
    Emmanuel
    Do Livro: A Verdade Responde
    Psicografia: Francisco Cândido Xavier
    Editora: IDEAL

    FÉ, ESPERANÇA, CONSOLAÇÕES
    Leon Denis
    A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
    Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material.
    Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime fanal aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à Verdade.
    É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.
    Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.
    A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interna.
    A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é Imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.
    Para produzir tais resultados, necessita a fé repousar na base sólida que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensamento. Em vez de dogmas e mistérios, cumpre-lhe reconhecer tão-somente princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.
    A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta, O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e segurança.
    Efetivamente, que poderemos temer, quando sabemos que a alma é imortal e quando, após os cuidados e consumições da vida, além da noite sombria em que tudo parece afundar-se, vemos despontar a suave claridade dos dias infindáveis?
    Essencializados da idéia de que esta vida não é mais que um instante no conjunto da existência integral, suportaremos, com paciência, os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem dar-nos-á o poder de dominar as mesquinharias presentes e de nos colocarmos acima dos vaivéns da fortuna. Assim, sentir-nos-emos mais livres e mais bem armados para a luta.
    O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encontrar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus. Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.
    Mas essa fé, poucos ainda a possuem, O Espírito de Verdade tem falado à Terra, mas insignificante número o tem ouvido atentamente. Entre os filhos dos homens, não são os poderosos os que o escutam, e, sim, os humildes, os pequenos, os deserdados, todos os que têm sede de esperança. Os grandes e os afortunados têm rejeitado os seus ensinos, como há dezenove séculos repeliram o próprio Cristo. Os membros do clero e as associações sábias coligaram-se contra esse “desmancha-prazeres”, que vinha comprometer os interesses, o repouso e derruir-lhes as afirmações. Poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessarem que se enganaram. O orgulho escraviza-os totalmente! Preferem combater toda a vida esta verdade ameaçadora que vai arrasar suas obras efêmeras. Outros, muito secretamente, reconhecem a beleza, a magnitude desta doutrina, mas se atemorizam ante suas exigências morais. Agarrados aos prazeres, almejando viver a seu gosto, Indiferentes à existência futura, afastam de seus pensamentos tudo quanto poderia induzi-los a repudiar hábitos que, embora reconheçam como perniciosos, não deixam de ser afagados. Que amargas decepções irão colher por causa dessas loucas evasivas!
    A nossa sociedade, absorvida completamente pelas especulações, pouco se preocupa com o ensino moral. Inúmeras opiniões contraditórias chocam-se; no meio desse confuso turbilhão da vida, o homem poucas vezes se detém para refletir.
    Mas todo ânimo sincero, que procura a fé e a verdade, há de encontrá-la na revelação nova. Um influxo celeste estender-se-á sobre ele a fim de guiá-lo para esse sol nascente, que um dia Iluminará a Humanidade Inteira.
    (Leon Denis, Depois da Morte, Quinta Parte, cap. 44.)


    FÉ E CARIDADE

    Dizem que toda pessoa de fé viva sofre, incessantemente, nas obras da caridade, em nome do Cristo, no entanto, vale explicar porque isso acontece:
    Espíritos pessimistas aceitam a derrota de quaisquer iniciativas, antes de começa-las.
    Egoístas moram nas próprias conveniências.
    Tíbios desrespeitam às horas.
    Frívolos vivem agarrados à casca das situações e das cousas.
    Oportunistas querem vantagens e lucros imediatos.
    Vaidosos desconhecem, propositadamente, a necessidade dos outros.
    Impulsivos criam problemas.
    Toda pessoa, porém, que confia no Cristo é, consequentemente, alguém que procura servir, assimilando-lhe exemplos e lições, e, por isso mesmo, é indicada por Ele ao trabalho do bem; de vez que chamar preguiçosos e indiferentes não adianta.

    André Luiz - "Fé e Caridade"
    (Do livro Ideal Espírita - Francisco C. Xavier - FEESP)


    FÉ E CARIDADE

    Fé sem caridade é lâmpada sem reservatórios de força.
    Caridade sem fé representa a usina sem lâmpada.
    Quem confia em Deus e não ajuda aos semelhantes, recolhe-se na contemplação improdutiva, a maneira de peça valiosa, mumificada em museu brilhante.
    Quem pretende ajudar ao próximo, sem confiança em Deus, condena-se a secura, perdendo o contato com o suprimento da energia divina.
    A fé constitue nosso patrimônio íntimo de bençãos.
    A caridade é o canal que as espalha, enriquecendo-nos o caminho.
    Uma nos confere visão; a outra nos intensifica o crescimento espiritual para a Eternidade.
    Sem a primeira, caminharíamos nas sombras.
    Sem a segunda, permaneceríamos relegados ao poço escuro do nosso egoísmo destruidor.
    Desse modo, se somos efetivamente os aprendizes do Evangelho Redivivo, unamos o ideal superior e a ação edificante, em nossos sentimentos e atos de cada dia, e busquemos fundir numa só luz renovadora a fé e a caridade, em nossos corações, desde hoje.

    Mensagem Extraída do Livro "Escrínio de Luz"
    Psicografia de Francisco Cândido Xavier
    pelo Espírito Emmanuel.



    A FÉ E A CARIDADE
    O tema de hoje conecta sentimento e ação, um elemento que move o outro: a fé e a caridade.
    Fé, diferente de crença, expressa o sentimento do homem em relação à razão da vida, às relações entre os homens e seu Criador. Ter fé é identificar dentro de nós algo maior que nós mesmos e nosso mundo, responsável por tudo que há ao nosso redor e por nós inclusive. É reconhecer-se criatura e confiar no Criador.
    Sem ela, a vida perde seu sentido mais amplo, o altruísmo, a caridade, o desejo do progresso e do bem-estar alheios se esvaem, cedendo lugar às satisfações imediatistas, aos prazeres efêmeros, ao egoísmo e ao materialismo.
    O espírito protetor que nos trouxe esta mensagem, item 13 do capítulo XI do Evangelho Segundo o Espiritismo, nos diz que sem a fé não seria possível haver a verdadeira caridade. Esta só pode ser exercida pela "abnegação, pelo sacrifício constante de todo o interesse egoísta,..."
    As pessoas sem religião, sem este vínculo com o Criador, não compreendem que somos todos irmãos e necessitados uns dos outros para vencer as tribulações da vida.
    Se não reconhece a Deus, não vê muito além de suas próprias necessidades, podendo até ter impulsos de generosidade, porém, não a ponto de ser abnegado ou resignado.
    Se nos ocupamos somente de nossa felicidade, onde o espaço para a caridade? Atropelamos as necessidades alheias para satisfazer as nossas próprias, não fazemos concessões em prol do outro e, muitas vezes, pagamos o preço da desarmonia entre os que estão ao nosso redor.
    A prática do bem, para a pessoa que tem fé, está acima da materialidade e suas ofertas tentadoras. Precisamos lutar contra o egoísmo, promovendo o bem ao próximo, abafando o orgulho, olhando para o outro e vendo nele um irmão e não alguém inferior.
    Me recordo de uma canção dos anos idos de não sei quando, uma canção americana chamada "he ain't heavy, he's my brother". Esta música é belíssima em letra e melodia e fala de uma pessoa que carrega a outra, por uma longa estrada, com muitas curvas, com muitas dificuldades e ao ser questionado se o homem que ele carregava não era pesado, ele responde: ele não é pesado, ele é meu irmão!
    Estes atos que praticamos para o bem do próximo, exigindo de nós o sacrifício e a entrega, são a demonstração da fé viva em nós.
    Quando indagados a respeito das dificuldades do homem dominar suas más inclinações, os Espíritos superiores responderam a Allan Kardec, que sempre se pode conseguir a libertação quando a pessoa tem em si uma vontade firme e poderosa. Vontade é fé.
    A fé pode e deve ser multiplicada, pois é uma alavanca que pode nos ajudar em muitas realizações. Muitos desses que buscam os centros espíritas para pedirem ajuda, estão doentes da fé.
    A fé pode ser desenvolvida por vários fatores. E quem quiser ser forte em termos espirituais, com naturais conseqüências na vida material, deve procurar desenvolver essa potencialidade que dormita em nosso coração
    Alguns procedimentos podem ser tomados para que a fé seja fortalecida. O primeiro deles, é ter paciência. Sim, pois a fé não se conquista do dia para a noite, ela vem como resultado de outras providências igualmente morosas para o Espírito. O estudo deve ajudar aquele que deseja desenvolver sua fé a compreender os mecanismos inteligentes da vida.
    A experiência encarnatória segue orientada por um plano traçado por Deus em torno do próprio Espírito. Entender que a vida flui naturalmente e que não adianta violentá-la, desejando alguém ser uma coisa que não pode ser.
    Agir com moderação, quando avançar, dando tempo para que as pedras do grande jogo a que se está incluído possam ser movidas convenientemente.
    Outra providência indispensável é a oração. Com ela, protegemo-nos da influência dos maus Espíritos e abrimos nosso coração para a inspiração dos anjos e dos nossos guardiães invisíveis.
    Sem orarmos diariamente, em particular, a vida toma um aspecto sombrio. Torna-se semelhante a um vidro embaçado pelo vapor, que nos tira a clara visão de tudo. Orando, desligamo-nos um pouco das coisas materiais e nos voltamos para nossa própria natureza: a espiritual.
    A prece é uma experiência pessoal, que precisa se desenvolver na intimidade do ser.
    A humildade é amiga da fé. O orgulhoso, o soberbo, aquele que pensa em si ou em sua glória não pode estar imbuído da verdadeira fé.
    Sempre que nossas preocupações estiverem voltadas para nossa personalidade, estamos no caminho contrário ao de amar ao próximo como a nós mesmos, conforme assevera Jesus. Simplicidade no viver.
    Paulo de Tarso, ao referir-se ao conjunto de valores do coração, denominando-o “caridade”, assim se expressa: “A caridade tudo sofre, tudo espera, tudo crê. Não folga com a injustiça, mas folga com a Verdade”. Como se vê, é um estado especial, particular daquele que crê em Deus, na Vida Eterna e na Promessa de Jesus.
    A fé, quando desenvolvida, pode ser um grande instrumento da prática do Bem. Com ela, podemos estender as mãos abençoando os que sofrem, doentes, obsedados, perdidos.
    Busquemos a fé verdadeira, e ela nos levará ao exercício inevitável da caridade.
    Site: Portal do Espírito – texto de Adriana B.C.M.
    (http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/estudos-espiritas/ese091002.html)



    Fé, Esperança e Caridade
    Sérgio Biagi Gregório
    SUMARIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Fé: 4.1. Fé Cega ou Raciocinada, Divina ou Humana; 4.2. Tópicos sobre a Fé; 4.3. Fé e Incerteza. 5. Esperança: 5.1. Niilismo; 5.2. Desespero e Presunção; 5.3. Paulo e a Esperança. 6. Caridade: 6.1. Noção de Caridade; 6.2. Tópicos acerca da caridade; 6.3. Caridade Teórica versus Caridade Prática. 7. Fé, Esperança e Caridade: 7.1. Por que Juntar Fé, Esperança e Caridade? 7.2. Revisando as Noções de Fé, Esperança e Caridade; 7.3. Fé: Mãe da Esperança e da Caridade. 8. Conclusão. 9. Bibliografia Consultada.
    1. INTRODUÇÃO
    Podemos praticar atos de caridade sem sermos caridosos? Que relação há entre fé, esperança e caridade? Qual dos termos tem mais importância? Por que é aconselhável estudá-los conjuntamente? Com essas perguntas, damos início ao nosso trabalho, que se desenvolverá em cima dos tópicos – fé, esperança e caridade -, no sentido de unificá-los.
    2. CONCEITO
    Fé – É atitude própria, convicção ou crença que relaciona o homem ao Deus Supremo na expectativa da salvação da alma.
    Esperança – É, genericamente falando, toda a tendência para com o bem futuro e possível, mas incerto.
    Caridade – É a virtude que, com a justiça, regula o procedimento moral dos homens para com os outros seres e, especialmente para com os outros homens. Baseia-se na frase: "Fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito".
    3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
    Para uma compreensão mais ampla do tema, convém buscarmos alguns esclarecimentos acerca da virtude, principalmente no que diz respeito às virtudes morais. As virtudes morais são potências racionais que inclinam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. Há duas ordens de moralidade, a natural e a infusa. Por isso, temos duas espécies de virtudes: adquiridas e infusas. Entre as virtudes adquiridas, distinguem-se principalmente quatro: prudência, justiça, fortaleza e temperança. Cognominadas de cardeais (de cardo, gonzo), por ser em redor delas que giram todas as outras, tais como a paciência, a tolerância, a brandura etc. Entre as virtudes infusas estão a fé, a esperança e a caridade, cognominadas de teologais, porque não são o produto de uma prática, mas um dom infuso de Deus nos seus filhos.
    4. FÉ
    4.1. FÉ CEGA OU RACIOCINADA, DIVINA OU HUMANA
    A Fé é um sentimento inato no indivíduo. A direção desse sentimento pode ser cego ou raciocinado. A Fé cega, não examinando nada, aceita sem controle o falso como o verdadeiro, e se choca, a cada passo, contra a evidência e a razão; levado ao excesso produz o fanatismo. A Fé raciocinada, a que se apóia sobre os fatos e a lógica, não deixa atrás de si nenhuma obscuridade; crê-se porque se está certo, e não se está certo senão quando se compreendeu; eis porque ela não se dobra; porque não há Fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade (Kardec, 1984, cap. XIX, item 6).
    A Fé é humana e divina. É o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura, cujo germe foi depositado nele, primeiro em estado latente, o qual deve crescer por sua vontade ativa. Assim, unindo sua força humana à Vontade Divina poderá realizar os "prodígios" e que não é senão o desenvolvimento das faculdades humanas (Kardec, 1984, cap. XIX, item 12).
    4.2. TÓPICOS SOBRE A FÉ
    Folheando O Evangelho Segundo o Espiritismo, encontraremos diversos temas relacionados com a fé. Entre eles, encontram-se: "A fé que transporta montanhas", "A tua fé te curou", "O poder da fé", "A fé religiosa", "A fé e a caridade" etc. Para cada um desses tópicos, tanto Allan Kardec como os Espíritos superiores, dão-nos informações valiosas. No caso da montanha, por exemplo, sabemos que não é a montanha física, mas os nossos erros, os nossos defeitos. Na cura pela fé, Allan Kardec faz menção do uso do fluido vital (magnetismo), que se encontra em todos os seres humanos e que, se bem manipulado, pode provocar curas, que muitos chamam de "milagres".
    4.3. FÉ E INCERTEZA
    A dificuldade maior na questão da fé é esperar algo que é incerto. Temos a intuição de que este é o caminho, mas a demora na obtenção do necessário incrusta-nos o desespero. A intuição afirma que devemos perseverar, contudo a espera é difícil. De qualquer forma, temos de continuar, pois desistir no meio do combate, é ficar sem ponto de apoio e sem perspectiva de um futuro mais promissor.
    A fé é o nosso grande sustentáculo. Que seria de nossa incerteza, de nossas tribulações sem esse ponto de apoio para sermos reconfortados? Aquele que tem fé vigorosa aceita de bom grado qualquer extremo, pois, embora esteja no meio da incerteza momentânea, espera que o tempo, o grande arquiteto do universo, possa oferecer as oportunidades para que os seus ideais sejam concretizados.
    5. ESPERANÇA
    5.1. NIILISMO
    Na Filosofia Moderna, as injunções dos pensamentos, a busca pela racionalidade e a supremacia da razão levam os indivíduos a decretar a morte de Deus. É a doutrina do nada além desta miserável vida. Esse sistema mata toda a Esperança. Como esperar algo se nada há o que se esperar? É por isso que Paul Sartre falava da náusea e do desespero, antíteses da esperança.
    5.2. DESESPERO E PRESUNÇÃO
    Santo Tomás de Aquino classifica o desespero e a presunção como pecado, e por isso, o oposto da esperança. O desespero é a pouca confiança em Deus, o amor próprio, o orgulho pessoal. A presunção é achar-se alguém digno de uma posição religiosa vantajosa, sem de fato o ser. Tanto um quanto o outro é contrário ou opõem-se à esperança. Acrescenta ainda que as causas do desespero são os nossos vícios, os quais nos obnubilam. A presunção, por outro lado, está ligada à vaidade. Por fim, diz que a esperança não é uma atitude passiva, mas cheia de vitalidade e de amor. (Lain Entralgo, 1984)
    5.3. PAULO E A ESPERANÇA
    Nas Epístolas de Paulo encontramos diversas frases sobre a esperança. Eis algumas delas: "Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança". (Romanos, 15, 4); "Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo". (Romanos, 15, 13); "Tendo por capacete a esperança na salvação". (I Tessalonicenses, 5, 8); "E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa." (Hebreus, 6, 15); Em I Coríntios 13, Paulo discorre sobre a suprema excelência da caridade. Depois de tecer comentários sobre a parte e o todo, ele diz: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destas é a caridade." (I Coríntios, 13, 13)
    6. CARIDADE
    6.1. NOÇÃO DE CARIDADE
    A noção de caridade está posta na parábola do bom samaritano. (Lucas cap. 10, 25 a 37)
    Nela narra-se que "Um homem, que descia de Jerusalém para Jericó, caiu nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram-no de feridas e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu, em seguida, que um sacerdote descia pelo mesmo caminho e tendo-o percebido passou do outro lado. Um levita, que veio também para o mesmo lugar, tendo-o considerado, passou ainda do outro lado. Mas um Samaritano que viajava, chegando ao lugar onde estava esse homem, e tendo-o visto, foi tocado de compaixão por ele. Aproximou-se, pois, dele, derramou óleo e vinho em suas feridas e as enfaixou; e tendo-o colocado sobre seu cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas e as deu ao hospedeiro, dizendo: Tende bastante cuidado com este homem, e tudo o que despenderdes a mais, eu vos restituirei no meu regresso".
    A caridade está simbolizada na ação do samaritano que, embora menos esclarecido que os outros, quanto à lei de Deus, concretiza o auxílio.
    6.2. TÓPICOS ACERCA DA CARIDADE
    No Evangelho segundo o Espiritismo encontramos diversos assuntos sobre a caridade. Eis alguns deles: "Fora da caridade não há salvação", "Necessidade de caridade segundo Paulo", "Caridade moral e caridade material", "Caridade para com os criminosos", "Fazer o bem sem ostentação", "As práticas da caridade" e "O óbolo da viúva". Nessas e em outras passagens encontramos os subsídios necessários para bem praticarmos a caridade. Elas espelham a orientação dos Espíritos superiores, que sempre pugnam pela verdade das coisas, independentemente do ser humano gostar ou não.
    6.3. CARIDADE TEÓRICA VERSUS CARIDADE PRÁTICA
    O Espírito Irmão X, no capítulo 28 de Contos e Apólogos, narra o caso do conferencista que estava preparando a sua palestra. Os seus escritos exaltavam o amor ao próximo, dando a entender que o caluniador é um teste de paciência, os vitimados pela ofensa estavam recebendo de Jesus o bendito ensejo de auxiliar, a desesperação é chuva de veneno invisível etc. No meio dessa preparação, a velha criada veio trazer-lhe o chocolate que, sem o perceber, deixara cair uma mosca. O conferencista, tão logo toma consciência fato, fica deveras irritado com a serviçal. Depois, um condutor de caminhão arrojara o veículo sobre um dos muros da residência. O dono da casa foi à rua como que atingido por um raio, chamando o motorista de criminoso. O condutor se prontificou a pagar todas as despesas, mas assim mesmo quis chamar a polícia. Enquanto estava ao telefone, algumas crianças entraram no terreno e pisaram os cravos que tinha cuidado no dia anterior. Exasperado, falou para as crianças: vagabundos, larápios, já para a rua. Voltando para a sua escrivaninha, leu o seguinte texto, grafado por ele mesmo: - "Quando Jesus domina o coração, a vida está em paz". Reconheceu quão fácil é ensinar com as palavras e quão difícil é instruir com os exemplos e, envergonhado, passou a refletir... (Xavier, 1974)
    7. FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE
    7.1. POR QUE JUNTAR FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE?
    De acordo com a religião, esses tópicos fazem parte das virtudes teologais. Sendo assim, eles estão relacionados, ou seja, um depende do outro para que o ser humano possa se expressar no mundo. A separação didática é apenas para estudar com mais detalhes um dos tópicos. Mas, na prática, não temos condições de os separar, porque estão unidos pelos laços da razão e do sentimento.
    7.2. REVISANDO AS NOÇÕES DE FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE
    A fé é o assentimento do intelecto que crê, com constância e certeza em alguma coisa. Isso nos dá confiança de que seremos capazes de realizar alguma ação, seja ela qual for. É o tipo de confiança que tem o médico de que irá terminar a sua operação.
    A esperança – é a expectação de algo superior e perfeito. A esperança diz respeito à nossa transcendência, à nossa comunhão com o Ser supremo. Por que, mesmo nas situações mais difíceis, há sempre a expectativa de possuir o bem desejado? Alguns mesmos chegam a dizer que "a esperança é a última que morre".
    Caridade – está mais ligada a uma ação concreta. Ela é presente, é uma prática. Enquanto as duas primeiras dizem respeito ao futuro, esta diz respeito ao presente, à ação. Nesse sentido, podemos diferenciar os atos de caridade da caridade propriamente dita, ou seja, podemos perfeitamente auxiliar o próximo, sem que esse sentimento faça parte de nosso passivo espiritual.
    7.3. FÉ: MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE
    A fé, mãe da esperança e da caridade, é filha do sentimento e da razão. Quer dizer, a fé, ao ser movida pelo livre-arbítrio, tem o suporte do sentimento e da razão, que lhe dão garantia de obter o esperado, desde que aja caritativamente. Nesse sentido, o Espírito Emmanuel diz-nos: "A fé é guardar no coração a certeza iluminada de Deus, com todos os valores da razão tocados pelo perfume do sentimento".
    A esperança e a caridade, como vimos, são filhas da fé. Esta deve velar pelas filhas que tem. Para isso, convém construir a base do edifício em fundações sólidas. A nossa fé tem de ser mais forte do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, porque a fé que não afronta o ridículo dos homens não é a verdadeira fé. Além disso, para que a fé seja proveitosa, deve ser ativa, ou seja, não se deve entorpecer.
    8. CONCLUSÃO
    O relacionamento entre fé, esperança e caridade abre a nossa mente para as profundas reflexões sobre a vida religiosa. Essas três virtudes descortinam horizontes vastíssimos. É aconselhável, contudo, que sejamos humildes e simples de coração a fim de absorver todo o seu conteúdo doutrinal.
    9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
    KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.
    LAIN ENTRALGO, P. La Espera y la Esperanza: Historia y Teoría del Esperar Humano. 2. ed., Alianza Editorial Madrid, 1984.
    XAVIER, F. C. Contos e Apólogos, pelo Espírito Irmão X. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974.
    São Paulo, abril de 2000
    http://www.ceismael.com.br/artigo/fe-esperanca-e-caridade.htm
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    EESE069b - Cap. XI - Item 13
    Tema: A Fé e a Caridade
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    A - Conclusão do Estudo:
    A caridade só é verdadeira e capaz de promover a evolução do espírito, quando praticada com abnegação e um constante sacrifício de todo interesse egoístico. Mas, para isso, ela tem que ser inspirada e sustentada pela fé, que lhe constitui a mola propulsora.

    B - Questões para estudo e diálogo virtual:

    1 - Por que a fé é importante para manter entre os homens uma ordem social capaz de torná-los felizes?

    Porque a fé nos conduz à caridade, desenvolvendo em nós o espírito de solidariedade, eliminando as divergências que tanto separam as criaturas.

    A fé constitui força motriz que impulsiona a caridade, em cujo trabalho o espírito se engrandece e alcança a plenitude da felicidade.

    2 - Podemos dizer que as dificuldades da vida estão vinculadas à falta de caridade?

    Sim, e nela, unicamente, está a solução. Quando nos voltamos para o bem-estar do próximo, aliviamos nossas dores e concorremos para a paz social.

    A maior receita de fraternidade está contida na fórmula sagrada e imutável anunciada por Jesus no amai-vos uns aos outros.

    3 - O que é necessário para sermos verdadeiros cristãos?

    É necessário, tão somente, que sacrifiquemos o nosso egoísmo, nosso orgulho e nossa vaidade, em benefício do próximo.

    O verdadeiro cristão se distingue pelo muito que ama o seu próximo.

    http://www.cvdee.org.br/est_eesetexto.asp?id=069&showc=S#conclusao