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  • segunda-feira, dezembro 29, 2014

    A NICOTINA SATURA O COPO ESPIRITUAL DOS FUMANTES (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen

    Há meio século os cantores Roberto e Erasmo Carlos lançaram a música “É proibido fumar”. Passados cinco décadas, a canção é oportuna e pode ter soado como premonição naqueles momentos tão afastadas dos anos de 1960, considerando que hoje está em pleno vigor no Brasil a lei federal antifumo, que “proíbe fumar” em locais fechados de uso coletivo – públicos e particulares – de todo o país. Em resumo, assegura lugares completamente livres de cigarros e do cheiro de fumaça. Está terminantemente proibido cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés [1] e similares em locais como hall e corredores de condomínios, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja apenas parcialmente fechado por parede, divisória, teto ou toldo. 

    A lei extingue os nefandos fumódromos e extingue a propaganda comercial de cigarros até mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade em displays. Fica permitida a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os males provocados pelo fumo. Além disso, os fabricantes terão que aumentar os espaços para os avisos sobre os danos causados pelo tabaco, que deverão aparecer em toda a face posterior das embalagens e de uma de suas laterais.

    Todavia, como estamos na pátria do “jeitinho” a lei tem as suas brechas e consente fumar em áreas ao ar livre, parques, praças, espaços abertos de estádios de futebol, vias públicas e em tabacarias, que devem ser voltadas especificamente para esse fim. Entre as exceções (pasme) estão cultos religiosos, onde os “fiéis” podem fumar (sic), caso isso faça parte do ritual. Conquanto inconcebível, em nosso país um ritual pode permanecer acima da lei, afinal de contas é “constrangedor” não permitir que os “Espíritos” deem cachimbadas, charutadas, tragadinhas, portanto, “eles” não precisam obedecer as leis dos reles mortais. 

    Devemos pautar as nossas atitudes e as nossas regras de conduta, na sociedade, pelos resultados de pesquisas científicas bem conduzidas. Gostem ou não os fumantes daqui e do “além túmulo”, o século XX testemunhou as importantes descobertas sobre os malefícios do fumo para a saúde. Graças ao aprimoramento das técnicas de investigação epidemiológica, muito se sabe sobre o assunto. No ano 2000, um Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou o tabagismo a maior pandemia de todos os tempos.

    São vários os estudos científicos baseados em evidências que não deixam qualquer sombra de dúvida de que o tabaco é cancerígeno. Desde 1964, quando foi feita a primeira descoberta em relação ao câncer de pulmão, outros cânceres tiveram seu aparecimento relacionado ao tabaco como, por exemplo, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero, estômago e fígado. Três equipes de pesquisadores, que publicaram estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, "apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15. Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% de risco de desenvolver câncer pulmonar".[2]

    Sabemos que a ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico. Segundo ensina o Espirito Emmanuel - O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do perispírito ceda lugar à normalidade, o que, na maioria das vezes, tem a duração correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no mundo espiritual, ainda exige cotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo [3]

    É evidente que há pessoas que fumam e conseguem alimentar pensamentos de bondade no cotidiano (a despeito de estar aniquilando o corpo físico) e há aqueles que, embora não fumem, são viciados no dinheiro, no sexo, no álcool, na maledicência e noutras iniquidades. Deste modo, via de regra,  é "menos lesivo" para a sociedade um fumante bondoso do que um não-fumante depravado. 



    Notas e referência bibliográfica:

    [1] Narguilé é um cachimbo de água utilizado para fumar tabaco aromatizado. Além desse nome de origem árabe também é chamado de hookah (na Índia e outros países que falam inglês), shisha ou goza (nos países do norte da África), narguilê, narguila, nakla, maguila, arguile, naguilé etc. Há diferenças regionais no formato e no funcionamento, mas o princípio comum é o fato de a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante. É tradicionalmente utilizado em muitos países do mundo, em especial no Norte da África, Oriente Médio e Sul da Ásia

    [2] Segundo dados colhidos num trabalho sobre saúde, da jornalista Magaly Sônia Gonzales, publicado na revista "Isto É", de julho de 2000, "o vício do fumo foi adquirido pelos espanhóis, junto aos índios da América Central, que o encontraram nas adjacências de Tobaco, província de Yucatán. Um dos primeiros a cultivar o tabaco na Europa foi o Monsenhor Nicot, embaixador da França, em Portugal, de onde se derivou o nome nicotina, dado à principal toxina nele contida.

    [3] Nobre, Marlene R.S. Lições de Sabedoria, São Paulo: Ed Folha Espírita, 1997, Resposta de Emmanuel, através do Chico Xavier, dada a entrevista feita pelo jornalista Fernando Worm, em agosto de 1978

    Momentos de conciliação

    Antonio Cesar Perri de Carvalho


    Antonio Cesar Perri de Carvalho
    Presidente da Federação Espirita Brasileira

    A passagem de ano assinala o mundo com variadas conturbações, mas surgem notícias alvissareiras que representam esforços para o bem geral e para a paz.

    Nos últimos dias vieram à tona informações sobre o reatamento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, simultaneamente informado pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro, depois de 18 meses de negociações (1), e após 53 anos de terríveis isolamento e contendas.

    Na mensagem de Natal dirigida à nação, a rainha Elizabeth II destaca a importância da reconciliação com a Escócia, depois do plebiscito sobre a independência do Reino Unido: “muitos se sentiram desapontados, enquanto outros se sentiram aliviados, e unir essas diferenças vai levar tempo”. E também lembrou o centenário do momento de confraternização num jogo de futebol que uniu espontaneamente soldados britânicos e alemães, durante a 1ª. Guerra Mundial: “Sem nenhum comando ou instrução, os tiros cessaram e os soldados e encontraram na terra de ninguém para tirar fotos e trocar presentes. Isso foi uma trégua de Natal.”(2) .

    O papa Francisco – que luta por grandes transformações e por simplicidade – em viagem à Turquia visitou a principal autoridade da Igreja Ortodoxa na Mesquita Azul de Istambul. Seu esforço é pelo diálogo entre as religiões. (3) O papa renovador protagonizou um momento surpreendente no evento de confraternização de Natal com os líderes da Igreja Católica. Durante o encontro, Francisco fez duas críticas à Cúria Romana: “falou da ‘doença do lucro mundano’, da ‘rivalidade’, da ‘glória vã’, do ‘terrorismo das fofocas’, que destrói reputações; a ‘doença dos covardes’, que falam por trás; ‘daqueles que tratam os chefes como seres divinos para subir na carreira’ e citou o ‘mal do poder e do narcisismo’. O papa Francisco surpreendeu ao pedir que os cardeais façam um exame de consciência.” (4,5)

    Em síntese, exceção feita à postura do Papa que claramente sinaliza para uma real conciliação com os valores evangélicos, as demais recentes manifestações, por motivos variados, também acabam por reforçar a ideia da conciliação e, quiçá, do respeito e da solidariedade.

    Durante recente Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da FEB, Bezerra se manifestou pela psicofonia de Divaldo alertando para o “Momento decisivo” que vivemos no mundo, no país e no Movimento Espírita:

    “Nosso amado planeta, ainda envolto em sombras, permanece na sua categoria de inferioridade, porque nós, aqueles que a ele nos vinculamos, ainda somos inferiores, e à medida que se opera nossa transformação moral para melhor, sob a égide de Jesus, nosso modelo e guia, as sombras densas vão sendo desbastadas para que as alvíssaras de luz e de paz atinjam o clímax em período não muito distante. [...] É um momento de siso, de decisões, para a paz no período do porvir. [...] Recordai-vos de que o Cristianismo nascente experimentou também inúmeras dificuldades. A palavra revolucionária do apóstolo Paulo, a ruptura com as tradições judaicas ainda vigentes na igreja de Jerusalém, geraram a necessidade do grande encontro, que seria o primeiro debate entre os trabalhadores de Jesus que se espalhavam pelo mundo conhecido de então. [...] No momento grave, quando uma ruptura se desenhava a prejuízo do Bem, a humildade de Simão Pedro, ajoelhando-se diante da voz que clamava em toda parte a Verdade, pacificou os corações e o posteriormente denominado Concilio de Jerusalém se tornou um marco histórico da união dos discípulos do Evangelho. [...] Abençoados servidores! Abençoadas servidoras da Causa! Amai! Amai com abnegação e espírito de serviço a Doutrina de santificação, para que os vossos nomes sejam escritos no livro do Reino dos Céus e possais fruir de alegrias, concluindo a etapa como o Apóstolo das Gentes, após haverdes lutado no bom combate. [...] O mundo necessita de Jesus, hoje mais do que ontem, muito mais do que no passado, porque estamos a caminho da intuição, após a conquista da razão, para mantermos sintonia plena com Aquele que é o nosso guia de todos os dias e de todas as horas.”

    Mas, logo no início incita-nos: “Que o espírito de união, de fraternidade, leve-nos todos, desencarnados e encarnados, à pacificação, trabalhando essas anfractuosidades para que haja ordem em nome do progresso.” (6)

    O notável exegeta Emmanuel, comenta no texto “Conciliação”, o trecho de Jesus: “Concilia-te – depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça, e te encerrem na prisão.” (Mateus. Cap. 5, v. 25.),edestaca: “Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação. A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual. Assevera a palavra do Senhor – “concilia-te”, o que equivale a dizer “faze de tua parte”. [...] Trabalha, pois, quanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.” (7)


    “Senhor Jesus! Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com nos honraste o caminho iluminativo…” (8).


    Referências:






    (6) Franco, Divaldo Pereira. Pelo espírito Bezerra. Momento decisivo. Reformador. Ano 132. N. 2.229, dezembro de 2014, p.710-12; http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/destaque/momento-decisivo/;

    (7) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 120. FEB: Brasília. 2012, p. 253-4.

    (8) Franco, Divaldo Franco. Pelo espírito Joanna de Ângelis. Florações evangélicas. Salvador: Ed.LEAL, cap.60.

    sexta-feira, dezembro 26, 2014

    ESPIRITISMO E INTERNET, PERIGOS E POTENCIALIDADES (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen


    Cientistas do Instituto Alemão para o Estudo do Trabalho compararam as tendências nos números de casamentos e na proliferação na Internet de imagens e filmes pornográficos e concluíram que o aumento da busca da pornografia na rede mundial de computadores levou as pessoas a optarem por manterem-se longe do matrimônio. Diante disso indagamos: será que a lógica do casamento é a busca da satisfação sexual? Obviamente para os lascivos, concupiscentes, libertinos, sim, pois os seus valores estão sob os cabrestos dos apelos sexuais e se mantêm anestesiados nos narcóticos da erótica virtual, completamente aprisionados sob os aguilhões do apetite selvagem do instinto sexual.
    Para os estudiosos do Instituto Alemão, “conforme cresceram as opções de “satisfação sexual” antes do casamento, a necessidade de se casar para atender a essa “satisfação sexual” diminuiu. Dessa maneira, no mesmo período que houve a invasão da pornografia na internet, o casamento perdeu o status, concluíram os estudiosos. A Internet tornou a pornografia de fácil acesso e barata e os buscadores de pornografia teriam menos chances de serem “estigmatizados” por acessar (com privacidade) um website “adulto”, do que comprando (publicamente) revistas eróticas em uma loja. A pesquisa também descobriu que consumidores de pornografia em geral frequentam menos um culto religioso e têm mais chances de trair o parceiro.”1
    Obviamente não há nada de espiritual na efígie pornográfica. O abuso de conteúdo erótico de fácil e rápido acesso na web e outros meios de comunicação permite que as pessoas sejam expostas regularmente à excitação da sexualidade e tem instituído na mente incauta uma visão distorcida da carga genésica. Quem duvida que a pornografia é a exaltação da prostituição? Infelizmente há aqueles que sob o guante do delírio abonam a pornografia como sendo “boa” para a sociedade.
    Atualmente a pornografia é uma indústria poderosa, que degrada e desumaniza homens e mulheres, e movimenta quantias vultosas de dinheiro. Há estudiosos que afiançam e acreditam que o uso excessivo de pornografia online está criando uma geração de "homens e mulheres desajustados.
    Tanto quanto devemos prestar atenção redobrada ao atravessar uma avenida de trânsito intenso, devemos ter a máxima cautela ao navegar na web, pois os perigos são reais. Devemos estar atentos para evitar cair em arapucas cibernéticas. Mas apesar dos riscos e temeridades, não devemos demonizar a Internet tal qual fazia a Inquisição na Idade Média, queimando os livros e dilacerando a cultura.
    Apoiados no bom senso doutrinário, é importante aprendermos a enfrentar os desafios cibernéticos, com a intenção de procurar a verdade e de esclarecer os interessados. É bastante salutar que saibamos separar o trigo do joio. A Internet, a despeito das informações incorretas, das agressões, das infâmias, da degradação e do crime, é sem dúvida um instrumento de grandiosas realizações que dignificam o homem e preparam a sociedade para um porvir mais promissor.
    É evidente que a Internet é importante para todos nós. Com ela podemos ler a maioria dos jornais e podemos acessar um sem-número de enciclopédias e também sondar os filmes que estão em exibição nos cinemas. A rigor, utilizamos uma parte ínfima da vastidão de temas e materiais que se podem conseguir na Rede Mundial de Computadores. Por outro lado, nem sempre é tarefa fácil distinguir entre o conteúdo interessante e a mensagem perigosa e/ou ilegal. Dos riscos iminentes que estremecem a mente humana. Não faltam os sites de conteúdo racista, xenófobo, ou de puro incitamento à violência.
    Mas recordemos que a Internet está presente nos hospitais, nos tribunais, nos ministérios, nas agências bancárias, nos supermercados, nas lojas, nas escolas, na segurança de nossas casas e empresas. Enfim, permite fazer uma movimentação bancária, compras, observar nota na escola, realizar trabalhos escolares e profissionais, pesquisas. Eis aqui alguns dos exemplos de como estamos mais envolvidos com a informática do que se possa imaginar.
    Vivemos num estágio social em que o mundo virtual é quase o real, mas ele nos surge como sonho. Alguns sonham com cuidado, outros se perdem nos cipoais dos delírios oníricos. Em todos esses estágios há o perigo disso virar pesadelo. Esse é o preço que a sociedade contemporânea paga pelo avanço da Tecnologia da Informação, apesar de muitos cidadãos ainda não terem se dado conta de que seus atos pelas vias virtuais estão estabelecendo desastres morais de consequências imprevisíveis.
    Diante do exposto indagamos: como garantir a legitimidade desse monumental instrumento de trabalho para o Espiritismo? O que fazer para explorar mais o enorme potencial de divulgação da Doutrina Espírita através da Internet? Cremos que os Departamentos de Divulgação dos Centros Espíritas, bem como Federações Espíritas, deveriam investir na área virtual. São questões importantes e devemos refleti-las para que possamos entender como aplicar a Internet corretamente no ambiente espírita. Nesse caso, a vigília equilibrada é fundamental para atingir uma abordagem balanceada, que possa assumir plenamente a tecnologia que temos disponível e, simultaneamente, projetar os objetivos maiores do trabalho espírita que está sendo desenvolvido na Terra, por permissão do Cristo.

    Referência:
    (1)     Disponível em http://ela.oglobo.globo.com/vida/pessoas-se-casam-menos-porque-ha-porno-de-graca-na-internet-diz-estudo-14895772#ixzz3MgFSi2jv

    terça-feira, dezembro 16, 2014

    EXALTEMOS A BRASILIDADE “VERDE-AMARELA” NA “PÁTRIA DO EVANGELHO” ( Jorge Hessen )

    Jorge Hessen    http://aluznamente.com.br

    Há exatos onze anos, na cidade mexicana de Mérida, mais de 110 países assinaram a Convenção Nações Unidas contra a Corrupção. O referido acordo prevê a cooperação para a recuperação de somas de dinheiro desviado dos países e a criminalização do suborno, lavagem de dinheiro e outros atos de corrupção. Nas celebrações do “Dia Internacional contra a Corrupção”, o procurador-geral da República do Brasil defendeu a punição de todos os envolvidos no esquema de corrupção que acontece há décadas no âmbito de esplêndida instituição petrolífera brasileira.
    Na Europa existem empresas que dispõem em seus orçamentos de uma parcela para gorjeta (propina) de auditores ou de gerentes de empresas que lhes compram os produtos. A cultura da desonestidade chegou a tal ponto que na Alemanha era prática normal que o dinheiro gasto em gratificação (propina) no exterior pudesse ser declarado e ser abatido no Imposto de Renda. E a justificativa era o total “respeito” à cultura nativa: se a corrupção faz parte do cotidiano de um determinado país, não seriam os alemães a lutar contra a maré, prejudicando seus próprios negócios. Nesse caso, os fins justificam os meios, e todos saem satisfeitos – o subornado com dinheiro extra no bolso, os funcionários com seus empregos, a empresa com seus negócios, o governo com seu imposto e o povo no charco.
    Nos noticiários brasileiros percebemos que os governantes não conseguem escapar da corrupção. O noticiário político é um mar de lama; na área econômica, irrompem golpes dos mais variados tipos, com prejuízos globais em cifras de bilhões de reais. A desonestidade chega ao seu cume ante os comportamentos maquiavélicos na administração do Estado. Os nossos governantes, ao defenderem a falácia de que os fins são justificados pelos ilegítimos meios, têm contaminado a coletividade, pois a sociedade se espelha e justifica seus vícios morais nas tramoias do governo.
    Diante da constrangedora deterioração da ética, da malversação do dinheiro público, do total aparelhamento de todas instâncias jurídicas e legislativas, com enfoque na sustentação da IMPUNIDADE, irrompeu-se no cenário brasileiro uma espécie de afasia da população, ganhando espaços preciosos a timidez e a omissão generalizada. Jazem reclusos ou amordaçados os segmentos midiáticos, os religiosos, os grupos familiares, as instâncias  militares, os indiferentes jovens, os agentes administrativos e outros atores públicos, sem o entusiasmo patriótico e o interesse para a reorganização da BRASILIDADE VERDE-AMARELA, visando alcançar uma Pátria totalmente livre do demagógico “jacobinismo” ideológico que confunde a humanidade desde a Revolução francesa aos alucinados gritos de protesto proferidos em 1848 sob liderança dos camaradas Carlos e Frederico (Karl e Friedrich ).
    O efeito daqueles alucinantes berros originários do famoso “Manifesto de 1848”, ensaiada em 1871 pela "Comuna de Paris" (contraditada pelos trabalhadores que mataram-se na Primeira Guerra Mundial) foi o catastrófico morticínio de dezenas de milhões seres humanos a partir de 1917, na URSS e doravante na China, Camboja, Cuba, Coreia do Norte. Quem sabe esteja faltando no Brasil o equilíbrio para o reencontro do caminho da ação pacífica e constante, por causa da descrença dos valores da honra cidadã. Estamos atravessando o apogeu de um ciclo desmoralizante que a tudo tem atingido com a alienação emocional de uma sociedade apática e visivelmente sem norte.
    Como já enunciava Rui Barbosa, "de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."[1]  Dentro desse triste panorama, a população tem sobrevivido sob os escombros da má gestão pública e está diante de um horizonte emblemático na Pátria do Evangelho, considerando a anarquia da corrupção que fatalmente acarretará consequências assombrosas para a paz social. No Brasil, conquanto as rédeas do poder permaneçam desde 1990 nas mãos de determinados políticos que não têm nenhum escrúpulo e nem compromisso com a honra, não podemos jamais desanimar das virtudes, nem zombar da honestidade e muito menos nos envergonharmos de agir patrioticamente.
    Por felicidade, há exemplos de cidadãos que não se envergonham de trabalhar em patamares de honestidade. Fulanos simples do povo, que ao acharem objetos perdidos como celulares, carteiras, bolsas, cheques devolvem aos seus legítimos donos quando poderiam valerem-se do famigerado “achado não é roubado” e “tirar vantagem”, mas não o fazem; Pessoas simples que devolvem altas quantias em dinheiro encontradas em pastas, bolsas ou caixas aos donos ou às autoridades.
    Portanto, nem todos os cidadãos da nossa admirável Pátria são corruptos ou corruptores, por saberem que a corrupção esfola como chibata cruel e faz correr o sangue no dorso do brasileiro! Um Brasil, legitimamente nacional, é construção de todos bons brasileiros! Os filhos do Brasil não podem se ajoelhar diante da putrefação moral e da corrupção que sangra o Coração da Pátria do Evangelho. Urge orar, exorar a Ismael, pedindo-lhe que implore diretamente ao Governador do Planeta a imediata intercessão a favor BONS BRASILEIROS e das futuras gerações de brasileirinhos.
    Sim! Que Jesus tenha comiseração de todos nós, filhos desta abençoada Pátria VERDE-AMARELA!

    Referência:

    [1] Barbosa, Rui. Trecho do discurso "Requerimento de Informações sobre o Caso do Satélite - II". Disponível no portal da Fundação Casa de Rui Barbosa http://www.casaruibarbosa.gov.br/ acessado em 10/12/2014

    sexta-feira, dezembro 12, 2014

    ESPIRITISMO PERANTE AS NOVAS TECNOLOGIAS (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Por que será que o mundo virtual vem fascinando mais do que a vida que se levava 30 anos atrás? Permanecer neste mundo utópico, seduzidos pelas ondas eletromagnéticas da Internet, diante das novas mídias, será por desconfiança? Timidez? Sujeição? Carência de amor próprio? Insegurança? Solidão? Ou será ingênuo encantamento, necessidade de aventuras, realização de feitos inenarráveis, ultrapassar limites, provocar reações e alvoroços...? 

    A rigor, a Era Tecnológica e o mundo virtual têm ampliado e facilitado a vida humana em face do rápido acesso à informação. Nesse contexto, a Internet é a maior rede mundial de comunicação, ligando centenas de  milhões de computadores, smartphones , tablets,  iPhone, iPad com enorme quantidade de pessoas de interesses variados, seja nos negócios, nas pesquisas, no lazer, na comunicação, e tantas outras áreas quanto se possa imaginar. 

    Estatísticas comprovam que os britânicos passam quase metade do dia consumindo mídias; e “o Brasil tem um dos maiores índices globais de uso diário de smartphones. Os dados mais recentes do Ibope/Nielsen calculam em 54,4 milhões o número de usuários da internet em casa e no trabalho.” [1] Na Pátria do Evangelho o tempo médio de navegação na web tem sido de 65 horas e 11 minutos por pessoa e pesquisa da consultoria Accenture aponta que o Brasil liderou as compras de celulares e TVs HD em 2010. 

    A psicóloga Christine Grant adverte que "os impactos negativos dessa cultura do 'sempre ligado' são que a sua mente nunca descansa, você não dá ao seu corpo o tempo para se recuperar e fica sempre estressado.” [2] Por outro lado, Chris Kozup, diretor da empresa de telecom Aruba Networks, afiança que nem tudo é negativo, pois há estudo conduzido pela própria empresa mostrando que essa ideia de estar 'sempre ligado' está, na verdade, ajudando os trabalhadores a gerenciarem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. [3]

    É evidente que o uso exagerado dos aparelhos tecnológicos torne as pessoas mais ausentes. Basta observemos que não são poucas as pessoas que se distraem de uma tarefa para checar seu perfil nas redes sociais, ou perdem uma conversa na mesa do restaurante porque vão responder mensagens no smartphone etc. Pesquisas mostram que nossa concentração média é de 3 a 5 minutos antes que acabemos nos distraindo, no estudo ou no trabalho. A maioria dessas distrações são tecnológicas (alertas de mensagem, “torpedos”, e-mails etc).

    Até a mídia televisiva transformou-se. Em programas de TV dos anos 1980 e 1990, o tempo de cada cena era muito maior do que é nos programas atuais, que se adaptaram à atenção mais curta dos telespectadores. Revistas também fazem reportagens cada vez mais curtas. Muitas pessoas já não conseguem mais ler integralmente, elas apenas “passam os olhos”. Hoje em dia, os familiares vão almoçar ou jantar algemados aos seus celulares. Destarte, obstrui-se o tempo para conversas caseiras. Se cada um estiver hipnotizado em seu celular ou smartphone, que interação familiar sobrevirá e que diálogo ocorrerá? Nenhuma.

    No momento as pessoas estão muito  empolgadas com a tecnologia e agem como crianças em uma loja de doces: querendo experimentar tudo. Muitos pais talvez se preocupem com o tempo gasto por seus filhos – e por eles próprios – na internet, mas provavelmente poucos (pais e filhos) ousariam passar seis meses completamente longe da web, da TV e de smartphones. Porém uma coisa é certa, qualquer família que não fica algemada nas redes sociais da web ,  que não é obcecada pela  tecnologia,  consegue atrair amigos e  parentes e acende  a chama da boa conversação presencial com pessoas queridas. 

    Sem os exageros acima, e considerando que o mundo está passando por intensas mudanças, principalmente aquelas movidas pela força do instinto, em que a violência substitui o diálogo e a compaixão perde para o ódio, cremos que o espírita pode e deve recorrer às mídias tecnológicas onde encontra excelente meio de divulgação doutrinária, "em face da sua facilidade, versatilidade, abrangência, interatividade e baixo custo (é corriqueiro notarmos celulares nas mãos de cidadãos de todas as classes sociais). 

    Com as novas mídias tecnológicas interligadas pela Internet consegue-se atingir uma população anônima que não pode ou nem sempre vai a um Centro Espírita. Ao ponderarmos sobre a capacidade de persuasão das novas mídias, somos compelidos a refletir sobre a antevisão de Kardec no século XIX, quando pronunciou: "uma vulgarização em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral."[4] 

    Nos dias de hoje, existem inúmeros grupos de estudo e discussões sobre temas espíritas, na Internet, com um conteúdo magnífico. Não há dúvida de que é um excelente instrumento de divulgação, especialmente, pelo fato de atingir longas distâncias, e, até mesmo, outros países, onde a Doutrina Espírita, ainda, é pouco conhecida.  Pela rede de computadores, surge uma nova Era para o movimento espírita, sobretudo, na diretriz dada por Ismael ao Brasil. 

    Há dois mil anos, Paulo de Tarso teve que andar a pé, cerca de 15  mil quilômetros, para divulgar a Boa Nova. Hoje, Deus nos oportuniza, do conforto da nossa casa, participar de estudos interativos em "salas espíritas" - a exemplo do uso do Paltalk - e, com isso, espalharmos a Terceira Revelação aos mais longínquos recantos da Terra.

    Por essas relevantes razões, "é interessante que as Casas Espíritas busquem os recursos tecnológicos como retroprojetores, data shows, áudios, vídeos, filmes, microfones, caixas de som e todo ferramental disponível que seja útil e aplicável para o aprendizado das Verdades da Vida, mas, principalmente, através desse imenso e irreversível universo de utilização da Informação por meios eletrônicos." [5]

    Devemos acreditar na força da realidade virtual como meio prestigioso de publicação espírita. Entendemos que em poucos anos as novas mídias tecnológicas através da Internet serão as maiores vias de interação do movimento espírita mundial. Por esses recursos tecnológicos os livros espíritas poderão ser disponibilizados em hipertexto , em versões de consulta simplificada. Relatos específicos deverão ser colecionados e indexados para pesquisa rápida. Atualmente pode ser disponibilizada nas novas mídias toda literatura das obras básicas da Doutrina dos Espíritos. Ou seja, estamos diante da possibilidade de construirmos e acessarmos instantaneamente todas as informações espiritas em todos ambientes culturais da Humanidade. 

    Referências:

    [1] Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110106_winterdisconnect_pai.shtml acessado em 05/12/2014
    [2] Psicóloga ocupacional, do centro de pesquisas em psicologia e comportamento da Universidade Coventry (Grã-Bretanha).
    [3]  Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140816_smartphones_sempre_ligados_pai.shtml  acessado em 05/12/2014
    [4] Kardec, Allan. Obras Póstumas -Projeto 1868, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001

    quarta-feira, dezembro 03, 2014

    OS “CÁLICES VIVOS” DOS MORTOS (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    O álcool é a droga legalizada preferida entre muitos jovens e a faixa etária para o início do consumo tem sido cada vez mais baixa nos últimos anos. Enquanto que na década de 1960 a média de idade para início do consumo de álcool era de 17 anos, nos últimos 15 anos essa média caiu para 14. Obviamente, quanto mais cedo é o início do consumo de bebidas alcoólicas, mais precoces são as confusões sociais, educacionais conexas à saúde nessa população.
    Há unanimidade entre os médicos de que o corpo de um adolescente não está preparado para ingestão de bebidas alcoólicas e que não existem doses seguras para o consumo. Pior: para os adolescentes, que estão passando pelo período de crescimento, em que todas as células do corpo estão se desenvolvendo, o álcool envenena todas essas células e pode acarretar danos a todos os órgãos em formação.
    Além do consumo de bebidas alcoólicas ser cada vez mais precoce, tem-se reconhecido que muitos adolescentes que bebem costumam beber pesadamente, comumente ingerindo cerca de 70 gramas de álcool (equivalente a algo como 5 latas de cerveja) ou mais por ocasião de FESTINHAS. Em Juína (MT) Jerry Tamborim, de 16 anos, morreu após ingerir bebidas alcoólicas, na brincadeira do "vira-vira" durante uma festa. Ser adolescente é um fator de risco, e com bebidas alcoólicas não se pode brincar, pois elas sempre poderão trazer trágicas consequências contra a própria vida.
    As motivações que levam um jovem como Jerry a tais insanidades normalmente estão ligadas a pressões dos “amiguinhos”, à obrigação de abafar as inibições e “curtir” mais o tempo e sobretudo a pretensão de ficar “alto”. A justificativa geral dos adolescentes para o consumo da bebida durante as saídas é a construção da “coragem”. O álcool bloqueia a inibição. Coisas que uma pessoa não faria sóbria, ela faz alcoolizada. E isso é um grande risco.
    Essas são algumas das principais razões entre os jovens para fazer uso de bebidas. Correntemente jovens de ambos os sexos frequentam os mesmos ambientes, são menos sujeitos às “críticas” devido a comportamentos relacionados ao beber, sustentam crenças mais liberais e assumem plena igualdade de posições.
    Sob o ponto de vista espírita, cada espírito, encarnado ou desencarnado, tem o seu padrão vibratório. O Espiritismo confirma que os semelhantes se atraem. O uso de álcool e outras drogas produz um atrativo irresistível para os espíritos que desencarnaram na condição de viciados nessas substâncias. Os desencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Estimulam neles o uso cada vez mais contínuo e em maiores doses.
    Não faltam exemplos na literatura espírita de como os encarnados são utilizados docilmente pelos desencarnados viciados. Tornam-se verdadeiras marionetes em suas mãos. Ou, na expressão da espiritualidade se referindo aos bebedores contumazes, tornam-se “cálices vivos” dos mortos. Mesmo o uso moderado do álcool, aceito pela sociedade e recomendado por alguns médicos (provavelmente os que gostam de beber), pode ser inofensivo para algumas pessoas, mas é fato que o uso do álcool acompanha o espírito há inúmeras reencarnações, pois o homem utiliza o álcool (ou é utilizado por ele) desde a pré-história. Um hábito de tanto tempo só pode ser considerado um vício.
    Ao renascermos “trazemos conosco os remanescentes de nossas faltas como raízes congênitas dos males que nós mesmos plantamos, a exemplo da Síndrome de Down, da hidrocefalia, da paralisia, da cegueira, da epilepsia secundária, do idiotismo, do aleijão de nascença desde o berço.”1 “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”.2 “Os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.”3 Portanto, a ação do álcool no psicossoma é letal, criando fuligens venenosas que saturam no corpo psicossomático, danificando tanto as células perispirituais quanto as células físicas.
    Essas são razões suficientes para que nas celebrações e festejos com amigos nos bares da vida, fugir do compromisso da vã tradição da bebedeira a fim de divertir-se. O oceano é constituído de pequenas moléculas de água, e as praias se formam com incontáveis grânulos de areia. É indispensável, portanto, desligar-se daquele esfarrapado desculpismo do “é só hoje”, e quando convidados a comportamentos para “divertir”, não se deve acolher a ameaçadoríssima atitude do “só um golinho”, até porque recordemos sempre que uma micro picada de serpente venenosa, conquanto em pequena porção, pode causar a morte fulminante. Desse modo, ao invés de se distrair vai se destruir.

    Referências bibliográficas:

    [1] Xavier, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB, 2000, p.139-140
    [1] _____, Francisco Cândido. Missionário da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2001
    [1] _____, Francisco Cândido. Evolução em, Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2003

    sexta-feira, novembro 28, 2014

    TIRANIAS - QUEIRA DEUS QUE “MINHAS” PONDERAÇÕES NÃO SEJAM PREMONITÓRIAS (Jorge Hessen)

    TIRANIAS
    Na qualidade de escritor espírita confirmo que sou apolítico sob o ponto de vista partidário, porém avaliando diariamente os noticiários nacionais e internacionais sobre a liberdade humana, apesar de revelar uma brutal aberração, não há como ignorar que “ escravidão, sobretudo ideológica e política, ainda acontece em diversas partes do mundo, mormente nos países socialistas (unipartidários), a exemplo da República Popular da China, República de Cuba, República Socialista do Vietname, República Democrática Popular da Coreia, República Democrática Popular de Laos, Venezuela.” [1] Alguns atores que detêm as rédeas do poder atualmente no Brasil, há meio século, alastraram o terror, a violência, a morte, o motim e a desobediência à ordem constitucional da época.
    Curiosamente, sob um cenário de guerrilha subversiva, em pleno “regime militar”, o mestre Chico Xavier participou do programa “Pinga Fogo”, apresentado pela TV Tupi - Canal 4, em 21/12/1971. Dentre as enxurradas de perguntas dirigidas ao médium de Uberaba saliento a questão abaixo, por duas razões: primeiro por serem ponderações do “Maior brasileiro de todos os tempos”, segundo por ser tema que remete à atual e preocupante conjuntura cultural, política, econômica e principalmente social na “Pátria do Evangelho”
    O jornalista Saulo Gomes indagou: O que pensam os Benfeitores espirituais quanto à posição do Brasil atual [regime militar], seja no terreno político ou social? Chico Xavier, o “Mineiro do século XX”, esclareceu com equilíbrio, patriotismo e sem coerção: " a posição atual [sob controle das Forças Armadas Nacionais] do Brasil é das mais dignas e das mais encorajadoras, porque a nossa democracia está guardada por forças [armadas] que nos defendem contra a intromissão de quaisquer ideologias vinculadas à desagregação.” [2]
    O médium de Uberaba enfatiza a oração que segundo ilustra, “não é apenas endereçar palavra ou pensamento a Deus em súplica, significa do mesmo modo discursar e expor os pontos de vista, pois a oração é uma das expressões mais vivas do espírito democrático do Cristianismo, posto que cada um ora segundo as suas crenças.”[3]
    Esclarece o “pupilo de Emmanuel” “sem qualquer expressão eufemística, que a posição atual do Brasil [Regime militar] é a das mais dignas e das mais encorajadoras para a democracia, pois está guardada por forças que nos defendem contra a intromissão de ideologia vinculadas a desagregação [referência ao totalitarismo de esquerda]. Precisamos honorificar a posição atual daqueles [militares honrados] que atualmente nos governam.” [4]
    O mais ilustre “filho de Pedro Leopoldo” reenfatiza a necessidade da prece: “Devemos orar e juntarmos os nossos pensamentos, a fim de que a união seja preservada dentro das Forças Armadas, com isso manteremos o pleno direito de orar, isto é, discursar, permutar livremente os nossos pontos de vista. Dar os nossos pareceres, permitir as nossas opiniões em matéria de vivencia particular ou coletiva. Com todo respeito e sem nenhuma ideia de bajulação, nas minhas confabulações com os Espíritos amigos do Brasil rogo para que tenhamos a custódia das Forças Armadas Nacionais e que os incorruptíveis militares continuem nos auxiliando como sempre. Isso para que não venhamos a descambar para qualquer desfiladeiro de desordem.” [5]
    “Muitas das vezes acreditamos que as Forças Armadas Nacionais devem apenas funcionar nas ocasiões de beligerâncias, nas ocasiões de guerra. Precisamos resguardar os nossos corações para que essas ideias [subversivas] não infiltrem em nossa vida pública, em nossa vida coletiva e venhamos a perder o dom da liberdade em Jesus Cristo.
    Vamos agradecer a situação atual [sob controle das Forças Armadas Nacionais] do Brasil por que o País desfruta de ordem. Nós estamos sob o império da lei e devemos ser gratos a Deus e cooperar para que não venhamos perder a ordem, porque a ordem é como a luz do Sol, de tanto receber a luz do sol, muitas vezes nos esquecemos de agradecer esse dom da Providência Divina.” [6]
    “Muitas vezes só compreendemos a ordem quando a desordem aparece. Nós somos brasileiros não devemos proceder em moldes da insensatez. Reverenciemos aqueles [Militares honestos] que estão guardando o sentido da ordem no Brasil, em fazendo com que cada um de nós possamos desfrutar esse benefício da paz em nossa vida particular, em nossos lares, em nossos grupos sociais, em nossas empresas de trabalho, lembrando sempre que só não podemos desfrutar uma espécie de “liberdade”, aquela liberdade ilusória que prejudica a comunidade, não podemos prejudicar a ninguém e muito menos a sociedade.” [7]
    Como depreende-se do exposto acima, tão-somente transcrevemos um depoimento de Francisco Cândido Xavier, que a rigor, apenas reproduziu verbalmente as orientações advindas dos Benfeitores Espirituais. Um fidedigno seguidor do Evangelho não é necessariamente de “direita” ou de “esquerda”, apenas um cristão, isso é tudo. Todavia, podemos e devemos sim fazer análise de contexto. Em pleno século XXI, percebemos seres impetuosos que permanecem navegando sobre águas desassossegadas dos oceanos ideológicos (materialistas) na “Pátria do Cruzeiro”. Identificamos no horizonte densas nuvens ameaçadoras prenunciando tormentas. Contudo, Jesus permanece no Comando, por isso a sociedade precisa caminhar firmemente em direção à paz, cuja flâmula deve fulgurar a legenda da liberdade coletiva ou individual, não obstante seja a liberdade humana concernente à concessão misericordiosa do “Governador do Planeta”.
    Jamais permita Deus que nessa marcha surjam as armadilhas do viés ideológico da ditadura de esquerda ou de direita. Contudo, se não orarmos, exorando a intervenção amorosa de Jesus, a benefício do Brasil, da América Latina e da Terra, provavelmente em breve futuro, todos estaremos sob o tacão de chumbo da ditadura e “legalmente” seremos proibidos (isso mesmo! PROIBIDÍSSIMOS) de anunciar com liberdade os conceitos da Terceira Revelação, exatamente como ocorre na China, Coreia do Norte e com extremas restrições em Cuba. Os compactos indícios estão sob nossos olhos, mas há os que “vendo, não enxergam; e escutando, não ouvem, muito menos compreendem.” [8]
    Em verdade os impetuosos (descompromissados com o Evangelho de Jesus) são agressivos, constroem facções (suprapartidárias), aparelham os poderes (executivo, legislativo e judiciário) e conquistam foros de absoluto poder cada vez mais possante e contraditório (sob os auspícios da abominável e institucionalizada corrupção).
    Os prováveis indicativos de desordem social raiam em cada milímetro na “Pátria do Cruzeiro do Sul”, cuja soberania entendemos estar sob riscos iminentes. Debaixo da alquebrada ladainha de “socorrer os pobres” (leia-se “aliená-los”) há os que alicerçam as bases para a perpetuação do ambicionado poder absoluto (como já ocorre nalguns países latino-americanos). Oremos, deprequemos, imploremos abundantemente, para que os assuntos aqui expostos sejam apenas arrebatamentos ilusórios do autor. Observemos que tudo na Pátria do Evangelho está em “perfeita ordem”. Exageros à parte queira Deus que “minhas” argumentações não sejam premonitórias.
    Obviamente não estamos declarando que o Regime Militar seja hoje a mais eficiente solução para pacificação social, entretanto as Forças Armadas Nacionais devem permanecer atentas, até porque, a liberdade política de um povo não se pode manipular sem gravíssimas consequências.
    A omissão nunca foi boa conselheira para quem deseja a ordem social. É contraproducente cruzarmos os braços acreditando que os “anjos celestiais” (Benfeitores) irão providenciar o que nos compete fazê-lo. Sou apolítico, não me atrevo adentrar os pórticos de qualquer militância de ideologia partidária , todavia não me permitirei eximir de participar , se necessário for, seja pelas redes sociais, seja pelos pacíficos manifestos populares (como no caso da marcha pela vida) e outros legítimos mecanismos de pressão popular e cooperar com amor e ação no bem, visando um Brasil e um mundo melhor, auxiliando, inclusive com minha orações, os que têm o compromisso político para construir uma sociedade mais harmônica, organizada sob os auspícios da legítima LIBERDADE E DA PAZ SOCIAL.

    Referências:
    [1]Disponível em http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/2014/01/liberdade-e-escravidao-no-contexto-da.html acessado em 17/11/2014
    [2]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [3]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [4]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [5]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [6]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [7]Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=5KtBqtArRfI acessado em 18/11/2014
    [8] Mateus 13:13

    quarta-feira, novembro 26, 2014

    AÍ... O MERITÍSSIMO CONDENOU A FISCAL DE TRÂNSITO. ATÉ QUANDO, ATÉ QUANDO...? (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
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    Recebi via e-mail a historinha abaixo, intitulado Ingleses e sua estranha justiça, atribuída a Cláudia Wallin, jornalista brasileira radicada na Suécia há mais de dez anos. Ouçamo-la:
    “Em 2003, um deputado inglês chamado Chris Huhne foi pego por um radar dirigindo em alta velocidade.Para não perder a carteira, pois na Inglaterra é abominável uma autoridade infringir a Lei, a mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa. O tempo passou, o deputado tornou-se Ministro da Energia, o casamento acabou e um dia a Vicky decidiu se vingar e contou a história para a imprensa.
    Como o fato ocorreu na Inglaterra, Chris Huhne foi obrigado a se demitir inicialmente do ministério e depois do Parlamento. ACABOU AQUI A HISTORIA? NÃO. Na Inglaterra é crime mentir para a Justiça e recentemente a Justiça sentenciou o casal envolvido na fraude do radar em 8 meses de cadeia para cada um. E ambos terão de pagar multa de 120 mil libras (uns 350 mil reais).
    Segredo de Justiça? Nem pensar. Julgamento aberto ao público e à imprensa. Segurança nacional? Não, infrator é infrator. Privilégio porque é político? Absolutamente não! O Primeiro Ministro David Cameron, quando soube da condenação do seu ex-ministro disse: 'É uma conspiração da mídia conservadora para denegrir a imagem do meu governo. Certo? Nada disso. O que disse Cameron acerca do seu ex-ministro foi o seguinte: 'É pra todo mundo ficar sabendo que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei.
    Esses ingleses são um bando de botocudos. Só mesmo nesses “paisinhos” capitalistas da Europa um ministro perde o cargo por mentir para um guarda de trânsito. Porque na Europa sim, a primeira Lei que um guarda de trânsito aprende é saber com quem está falando.
    Fui agente público federal durante quatro décadas, laborei na área de defesa do consumidor. Não desconheço os desafios e riscos para desempenho da função pública. Em razão disso sou instado a refletir sobre o caso da agente de trânsito do Rio de Janeiro que foi condenada por ter dito (pasme!) que "juiz não é Deus". O episódio aconteceu durante uma fiscalização da Operação Lei Seca, em 2011. Nas argúcias dos meritíssimos (amigos do transgressor e “magistrado-deus”) está configurado "abuso de poder" da parte da agente.
    Ora, na Inglaterra um ministro foi preso por transgredir a lei de trânsito e mentir para a justiça, conforme narra Wallin, e aqui no Brasil, como não é abominável uma autoridade infringir a Lei, um grupo de juízes condenou uma incorruptível agente de trânsito porque um (intimidador “juiz-deus”), infrator das leis do trânsito, tentou intimidá-la porque percebeu que a agente de trânsito tinha total controle da situação e sabia sim com quem estava falando, ou seja, com um cidadão infrator sem credenciais para ficar acima da lei.Felizmente, esse episódio repercutiu nos meios jurídicos. O presidente da OAB-RJ, sugeriu que o juiz peça licença e que o Tribunal de Justiça do Rio bombardeie a pecha de corporativista. A Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio) emitiu nota afirmando que juízes devem se comportar como qualquer cidadão ao serem abordados em blitze.
    É fato! Muitos servidores (juiz é servidor público também) são agressivos, pernósticos, mentirosos, resultado da arrogância profissional. No setor da justiça (tribunais), da saúde (hospitais), da segurança pública (delegacias de polícia), do magistério (escolas) e outras instituições públicas, encontramos profissionais inabilitados para exercer suas funções. São "servidores públicos" que desonram o Estado e seus pares através de manifestas atitudes de brutalidade, de incapacidade técnica, de preguiça, de maldade.
    Por essas razões, não raramente, deparamos com juízes impulsivos, negando a mínima consideração aos cidadãos; porém saibamos que o autor de qualquer falcatrua e injustiça invoca o mal, que conspira contra ele mesmo. Assim sendo, a consequência inevitável só advirá realmente para quem pratica o mal. Revidar por revidar, na base de revolta e inconsequência em que se expressam, desgasta as nossas energias psíquicas. Por isso, devemos vigiar para não sermos vítimas das emoções incontroláveis. Isso não equivale a dizer que não devamos exprobrar o autoritarismo de juízes ou seja lá de quem for de forma enérgica se necessário for; porém, sem perdermos o equilíbrio nem a honra.
    Na condição de espíritas, devemos encarar a ignorância às leis de Deus como chaga de grande porte, e o remédio é participar das debilidades alheias com nossas orações. Na prece surgem as mais inteligentes e adequadas soluções no tratamento de uma chaga, porquanto golpear a ferida indecorosamente será o mesmo que transformar a doença curável em um carcinoma incurável. A tolerância, sem conivência, é exercício descomunal de completo domínio de qualquer situação, com ação permanente no bem.
    Matutando sobre o suscetível “juiz-deus”, indagamos como manter o equilíbrio ante tantas injustiças armadas por aqueles que deveriam aplicar dignamente a Lei. Não podemos perder extensas horas na posição de impaciência ou de insurreição. Emmanuel nos ensina que "a indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis.” [1]
    A omissão também é situação anestesiante, que entorpece e destrói. Mas não podemos despender tempo valioso e longo em revoltas infrutíferas, extinguindo as nossas forças. O mentor de Chico Xavier ainda adverte: "Que gênio milagroso nos doará o equilíbrio orgânico, se não sabemos calar, nem desculpar, se não ajudamos, nem compreendemos, se não nos humilhamos para os desígnios superiores, nem procuramos harmonia com os homens? Fujamos à brutalidade, enriquecendo os nossos pontos de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno. Sirvamos sempre na extensão do bem, guardando lealdade ao ideal superior que nos ilumina o coração, e permaneçamos convictos de que, se cultivamos a oração da fé viva, em todos os nossos passos, em qualquer lugar, Deus nos auxiliará sempre.” [2]
    Para contornar essa complexa situação, mormente diante dos maus juízes, professores, médicos, advogados etc, urge ter autoridade moral para olvidar a sombra, buscando a luz. Mas fazer isso não é dobrar joelhos ou escalar galerias de superioridade falaciosa, teatralizando os impulsos do coração; contudo, sim, persistir no trabalho renovador, criando o bem e a harmonia entre todos, pois, aqueles que não nos entendem de pronto, analisam-nos o comportamento espírita, e, mais cedo ou mais tarde, compreenderão o poder da força moral.

    Referência bibliográfica:

    1 Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001
    2 Idem

    quinta-feira, novembro 20, 2014

    OS VÍCIOS ARRASAM MORALMENTE TODO PLANO DE VIDA DO SER HUMANO (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
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    Em Montichiari, norte da Itália, foi inaugurado um interessante restaurante montado num ambiente repleto de sugestões "antidrogas". E a escolha da cidade foi estratégica, pois Montichiari tem 25 mil habitantes, mas é recordista italiana no consumo de cocaína, com 14 doses diárias a cada mil habitantes, segundo recente pesquisa oficial do Ministério da Saúde italiano, superando Milão, com 9,1 doses, em 2009. A decoração do cenário reproduz tecnologicamente [1] os danos provocados pela droga (cocaína) no cérebro humano. Os aparelhos de televisão instalados estrategicamente nas paredes não transmitem programação de emissoras de TV, mas depoimentos de ex-drogados.[2] Os fregueses saem do ambiente com lembretes ajuizadíssimos sobre as implicações do uso de drogas.
    Enquanto há esse nobre e inusitado exemplo na Itália, aqui pelo Brasil surgem os arautos da legalização das drogas. Talvez aí estejamos diante de um complexo dilema: o que seria resolver o problema das drogas? Consentir o consumo? Autorizar a compra e venda só de maconha? Permitir o consumo de outros entorpecentes? Ou a solução é erradicar as drogas do planeta? Como fazê-lo? Será possível uma sociedade livre das drogas? Sempre haverá pessoas interessadas no uso de substâncias que alteram a consciência?
    No Brasil há um inquietante movimento para a liberalização do uso de substância extraída da maconha apoiado no argumento de que o canabidiol (CBD) seja uma substância terapêutica que não altera os sentidos e não provoca dependência. No entanto, o psiquiatra José Alexandre Crippa, da Universidade de São Paulo, um dos maiores estudiosos do Brasil de canabinóides, alerta que a extração do CBD nunca vem pura; contém sempre alguma quantidade de Tetra-hidrocanabinol (THC), o composto que provoca as alterações dos sentidos, e aí está o perigo.
    Mais de 20 países já autorizam o comércio de remédios à base de canabidiol, incluindo alguns estados americanos, Inglaterra, Israel e Uruguai. O Brasil está fora dessa lista, porém importar já é possível, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) imponha várias exigências ao laudo médico, entre elas a comprovação de que o paciente pode morrer sem administração do medicamento canabidiol. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo autoriza a prescrição de CBD apenas para crianças com algumas doenças específicas.
    Cremos que mais importante que discutir a descriminalização de drogas é a urgência de debater a assistência ao contingente assombroso de dependentes químicos que se encontram categoricamente desassistidos pelo Estado. Obviamente as regras que se aplicam às drogas ilegais deveriam ser aplicadas às bebidas alcoólicas (catastrófica droga legalizada) que deveria ser criminalizada no mundo com urgência. Acredita-se que se a maconha for tão acessível para o viciado quanto os alcoólicos, é presumível que desaqueça a bestialidade provinda do tráfico. Porém, não nos enganemos, o consumo alargará, aumentando o número de moléstias e mortes ocasionadas pelo uso permanente de outras drogas.
    Sob o ponto de vista espírita, compreendemos que todos os tipos de vícios dão campo a ameaçadores micro-organismos psíquicos no domínio da alma. Transgressões violentas, como uso de drogas (sobretudo bebidas alcoólicas), rompem o revestimento magnético que possuímos e as consequências são a devastação da saúde física e até a morte, às vezes precedidas da loucura. “Paralelamente aos micróbios alojados no corpo físico há bacilos de natureza psíquica, quais larvas portadoras de vigoroso magnetismo animal. Essas larvas constituem alimento habitual dos espíritos desencarnados [obsessores] e fixados nas sensações animalizadas. A indiferença à Lei Divina determina sintonia entre encarnado e desencarnado viciados, este [obsessor] agarrando-se àquele [obsedado], sugando a grande energia magnética da infeliz fauna microbiana mental que hospeda, em processo semelhante às ervas daninhas nos galhos das árvores a sugar-lhes substância vital".[3]
    Como se não bastasse, ainda há as chamadas “drogas digitais sonoras” (e-drugs) que estão invadindo a rede mundial de computadores e se proliferam rapidamente nas redes sociais. Criada nos Estados Unidos, a "droga" em referência não é de beber, fumar, cheirar ou injetar, mas de ouvir: sim, (pasmem!) OUVIR!!! são “pílulas” sonoras digitais, que com simples batidas combinadas obrigam o cérebro a tentar equilibrá-las. Daí surgiria o "barato". É uma ação neurológica que consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido (zumbidos, mesmo!), que supostamente estimulam o cérebro a produzir sensações de “euforia”, “estados de transe” ou de “relaxamento”. Tais drogas digitais invadiram a França nos últimos anos e, por enquanto, seus efeitos são desconhecidos. [4]
    Ante às leis humanas, não propomos aqui que o vício, especificamente o que escolhemos analisar, seja um problema de criminalidade, mas sim um problema de desequilíbrio íntimo, diante das leis da vida. E isto não apenas no terreno em que o vício é mais claramente examinado. Sobre outros tantos vícios que carregamos, como o de reclamar de tudo e de todos, Chico Xavier, com muito bom humor, explica que “se falamos demasiadamente, estamos viciados no verbalismo excessivo e infrutífero. Se bebemos café excessivamente, estamos destruindo também as possibilidades do nosso corpo nos servir.” [5]
    O vício em si mesmo é toda dependência química ou psíquica geradora de solicitudes insustentáveis, capazes de levar o viciado a repetir incessantemente a ação que sacia, temporariamente, essa “aflição”. Em regra, decorre de uma ação repetitiva, que nem sempre proporciona prazer imediato, mas que ao longo do tempo torna-se objeto de necessidade exacerbada, inconveniente e prejudicial ao indivíduo. Quando ponderamos a palavra vício, podemos também citar os corrompidos pelo álcool, cigarro, dinheiro, comida e recordamos ainda os dependentes psíquicos que estão entranhados no vício do sexo aviltante (aqueles que buscam o “barato” na pornografia através da tecnologia, mormente através da internet).
    O homem deve valorizar a “drágea” do afeto, o “comprimido” do carinho, a “e-drug” da compreensão, a “gota” de renúncia, o “chá” do amor em família, a “injeção” da caridade, a “internet” da benevolência,  por serem os mais eficazes remédios na cura das patologias espirituais que devastam moralmente todo projeto de vida do ser humano.


    Notas e referências bibliográfica:
    (1)            Simula a reação dos neurônios ao uso da cocaína. Quando o usuário passa a mão sobre algumas fileiras de farinha branca dispostas numa bandeja no final da parede, o sistema eletrônico é acionado e uma "chuva virtual" de cocaína invade o monitor. Em seguida, o cérebro do usuário entra numa espécie de curto-circuito e implode na tela.
    (2)            Disponível em http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/restaurante-tematico-reproduz-efeito-da-cocaina-no-cerebro,c48314ae9ff99410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html Acessado em 15/11/2014
    (3)            Xavier, Francisco Cândido. Missionários da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB  1945
    (4)            Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/e-drugs-o-novo-fenomeno-da-internet-invadem-a-franca,  acessado 12/11/2014
    (5)            Conforme: "O Espírita Mineiro", número 179, julho/agosto/setembro de 1979. Publicado no livro CHICO XAVIER - MANDATO DE AMOR, Editado abril/1993 pela União Espírita Mineira - Belo Horizonte, Minas Gerais

    sexta-feira, novembro 14, 2014

    CRIANÇAS CONDUZIDAS PARA AS BESTIALIDADES (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
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    Há dois mil anos, O Messias ensinou: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra.”1 O Crucificado ainda disse: “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.”2 Por estas máximas, o Divino Mestre estabeleceu, como lei, a doçura, a moderação, a mansuetude, a afabilidade e a paciência. E, por consequência, “condenou a violência, a cólera, e até mesmo toda expressão descortês para com os semelhantes.”3 A brutalidade ensombra as conquistas sociológicas de todos os séculos. Germina em todos os níveis da sociedade, consubstanciando-se em várias amplitudes e espectros de cores tenebrosas.
    O famigerado plebiscito sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil em 23 de outubro de 2005, não consentiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826, de 23 de dezembro de 2003) entrasse em vigor. O resultado do sufrágio revelou o desorientado caráter moral da maioria da sociedade brasileira. É constrangedor sobreviver num país que encabeça a lista mundial em casos de mortes produzidas com a utilização de armas de fogo.
    Alguns dos mais variados setores da sociedade brasileira defendem a manutenção do comércio legal de armas de fogo aos cidadãos que necessitarem, por algum motivo, justificando que todos têm direito a possuir, nos limites da Lei, uma arma de fogo para se defender de qualquer atentado à incolumidade física do indivíduo, sua vida, seu patrimônio etc.
    Entendemos ser falsa a segurança oferecida pelas armas, especialmente considerando o potencial de alto risco do seu uso por pessoas não habilitadas, que podem causar efeitos danosos e irreparáveis na vida doméstica do cidadão de bem. Como se não bastasse, o Brasil é grande produtor de armas (contrastando com o compromisso espiritual), por isso cremos que proibir sua comercialização no mercado interno deveria ser prática inadiável, porque o problema seria atacado diretamente em sua origem.
    Há poucos dias uma menina americana de 9 anos de idade provocou acidentalmente a morte do seu instrutor de tiro, Charles Vacca, ao manusear e perder o controle de uma submetralhadora Uzi.4 A tragédia ocorreu no estande de tiro Last Stop, em White Hills, no Estado do Arizona. Na cultura rural de diversas regiões norte-americanas, é comum os pais estimularem os filhos a usar armas de fogo. Muitos americanos recorrem à Segunda Emenda da Constituição nacional, que prevê "o direito das pessoas a ter e portar armas", no contexto do porte de armamentos para autodefesa.
    Essa trágica cultura é tão forte que nem o massacre na escola de Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, em dezembro de 2012 - na esteira de outros ataques a tiros, como Columbine, Virginia Tech e Aurora - criou condições suficientes para aprovar legislação tornando mais rigoroso o controle de armas, como defendia o presidente Barack Obama.
    A estrutura emocional e mental da abatida menina americana está completamente destroçada. Um pai que expõe seu filho a um treinamento em estande de tiro só pode ser um celerado. Muitos pais acreditam que ensinar os filhos a manusearem armas de fogo pode incentivá-los a cuidar mais de si mesmos quando crescerem. Entretanto, esses pais irresponsáveis desrespeitam a liberdade dos filhos, deixando de saber quais são os reais sonhos dessas crianças, projetando nelas as suas frustrações.
    Pediatras, psicólogos, professores e estudiosos consideram muito prejudicial para as crianças e jovens o incentivo a “autodefesa armada”, pelo efeito da violência que essas práticas produzem, pois armas podem fascinar as mentes infantis, principalmente porque são desempenhados por "heróis" de filmes de ação, vistos em cinemas, revistas em quadrinhos ou na televisão. Uma legítima educação é aquela em que os poderes espirituais regem a vida social. Todavia, o "homem moderno" e que se diz "civilizado" se envaidece com a sua capacidade de subjugar os outros, de mandar, de impor medo, quando o ideal seria ensinar à sua prole o respeito humano e submissão a Deus. A degradação moral do homem contemporâneo abriu as comportas da violência, represada debilmente pelas barreiras artificiais da civilização.
    Em nossa análise, concebemos que a inversão dos valores éticos sugeridas pela televisão, internet, cinema, teatro e clubes convidam as crianças para uma realidade nua e cruel, o que equivale afirmar que elas estão sendo arrancadas do seu universo de fantasia e conduzidas para a violência, estimuladas, também, pela insanidade dos pais. Destarte, o período de inocência e tranquilidade infantil foi diminuindo. Cada vez mais cedo, e com maior intensidade, as inquietações da adolescência brotam acrescidas pelos múltiplos e desencontrados apelos das revistas pornográficas, da mídia eletrônica, das drogas, do consumismo descontrolado, do mau gosto comportamental, da vulgaridade exibida, das técnicas de tiro e outras tantas extravagâncias, como reflexos óbvios de pais que vivem alienados, estagnados e obsidiados, enclausurados em seus afazeres diários e que nunca podem permanecer à frente da educação dos próprios filhos.
    O que identificamos de forma generalizada é o total distanciamento dos pais modernos ao nível de educação dos filhos nesse sentido. De maneira geral, transferem suas responsabilidades para as escolas ou para o Estado, enquanto eles é que tinham que dizer aos filhos se isso ou aquilo é perigoso para menores ou não. Os pais precisam fazer com que os filhos entendam que eles têm que cumprir sua parte para usufruir as benesses do amor. Os pais precisam exigir mais. “O exigir é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer”. Para Içami Tiba, se “Você quer educar? Seja educado. E ser educado não é falar “licença” e “obrigado”. Ser educado é ser ético, progressivo, competente e feliz.”5
    Se não observamos as regras da educação, permitimos acender para o faltoso de ontem a mesma chama dos excessos de todos os matizes, que acarretam o extermínio e o delito. “Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”6

    Referências bibliográficas:

    1              Mateus, V: 4
    2              Mateus, V:9
    3              Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed Feb, 2001, cap. IX
    4              A Uzi é uma popular submetralhadora desenvolvida por um militar israelense na década de 40, capaz de disparar até 600 projéteis por minuto.
    5              Entrevistas com Içami Tiba, psiquiatra, autor de livros como “Adolescentes: quem ama educa!” e “Disciplina: Limite na Medida Certa” disponível em http://delas.ig.com.br/filhos/educacao/nos+educamos+os+filhos+para+que+eles+usem+drogas/n1597078796088.html
    6              XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, Perg. 113