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  • quinta-feira, julho 31, 2014

    A REEDUCAÇÃO SOLIDÁRIA DOS APENADOS (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    A finalidade da lei correcional não é punir puramente, entretanto igualmente possibilitar a recuperação do criminoso. Para os especialistas do assunto, a pena é uma resposta punitiva estatal contra um determinado crime e deve ser proporcional à extensão do dano, jamais poderá violar a dignidade humana, pois estaria reparando um erro com outro erro. A punição por si só não muda o comportamento transgressor do ser humano socialmente opresso, é preciso reeducá-lo para que possa compreender a importância da liberdade. 
    O adolescente marginalizado é, quase que invariavelmente, vítima de desigualdade social, pois que não tem renda suficiente para usufruir de bens e serviços básicos, como saúde, educação, habitação e lazer. Situações determinantes para que o jovem se torne revoltado ou ansioso por experimentar o que da vida lhe é suprimido. Para tais adolescentes, o melhor recurso é o processo de ressocialização; não com vistas à repreensão judicial, mas à reinserção desse jovem infrator na sociedade que ele mesmo rejeitou. Por essa razão  é auspicioso os programas de reeducação desses jovens que tendem aproveitar as oportunidades que algumas  instituições de ressocialização lhes proporcionam.  
    No Brasil existem algumas empresas que agem semelhante  a certa rede de supermercados que oferece emprego e orientações a esses adolescentes. A rede mantém um programa intitulado de “Gente de Futuro”,  propondo formar os jovens para o mercado de trabalho, oferecendo apoio às suas famílias. O programa é executado em parceria com a Fundação Casa (antiga FEBEM)  para recrutar e contratar jovens que ainda cumprem, ou já cumpriram medidas socioeducativas, para atuarem nos supermercados. (1)
    A lógica do amor diz que  os mais conscienciosos devem ajudar os mais atrasados, os mais inteligentes aos menos dotados intelectualmente, o maior ao menor, e assim por diante, inoculando, portanto no tecido social a vacina do Evangelho ao próximo. O menor infrator, portanto, deve ser alvo dessa intensa providência socioeducativa  e de outros  recursos psicoterapêuticos, para o seu regresso ao bom convívio social.
    A reeducação de qualquer delinquente pode ser feita por meio da implantação de frentes de trabalho para profissionalização, como vimos acima, não apenas para tirar criminosos apenados da ociosidade, porém igualmente abrir perspectiva de integração futura na sociedade. Nesse sentido reverenciamos os grupos de várias denominações religiosas  que desenvolvem excelentes projetos de recuperação do encarcerado, por intermédio de uma efetiva programação de visitas permanentes aos centros de reclusão. Tais religiosos promovem palestras de valorização humana, divulgação doutrinária, instituição de voluntários padrinhos, contato com parentes, distribuição de cestas básicas para familiares dos recuperandos,  objetivando a o aumento do índice de recuperação dos internos nos presídios brasileiros.
    Há dois mil anos o Mestre forneceu importantes convites sobre esse trabalho. Recordemos Suas considerações sobre a prática de um sublime código de caridade, ante as questões da vida dos criminosos: "Senhor, quando foi que te vimos preso e não te assistimos?". Ao que Ele respondera: "Em verdade vos digo - todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos. deixastes de tê-la para comigo mesmo." (2)
    Somente a experiência do Evangelho pode estabelecer as bases da concórdia, da fraternidade e constituir os antídotos eficazes para minimizar a violência que ainda avassala a Terra. Na verdade, o homem cresce e se expande na medida em que se projeta no coração do semelhante. Assim, a realização de qualquer investimento de solidariedade, ante os presos de menor ou maior periculosidade, se consubstanciará no mais eloquente ato cristão.
    A sentença   “perdoar setenta vezes sete vezes” proferida por Jesus precisa ser aplicada ao limite máximo das nossas experiências cotidianas. Os Benfeitores Espirituais nos instruem que devemos “amar os criminosos como criaturas que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a nós, pelas faltas que cometemos contra sua Lei.”.(3) Em muitos casos  somos “mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negamos perdão e comiseração, pois, as mais das vezes, eles não conhecem Deus como O conhecemos, e muito menos lhes será pedido do que a nós.”(4)

    Referências bibliográficas:
    1 Disponível em http://sonoticiaboa.band.uol.com.br/noticia.php?i=5137 acesso em 18/07/2014
    2 Mateus 25.31-46
    3 Kardec, Allan . O Evangelho Segundo O  Espiritismo. Cap. XI “Amar o próximo como a si mesmo - Caridade para com os criminosos”, RJ: Ed FEB, 1990
    4 Kardec, Allan . O Evangelho Segundo O  Espiritismo. Cap. XI “Amar o próximo como a si mesmo - Caridade para com os criminosos”, RJ: Ed FEB, 1990

    terça-feira, julho 22, 2014

    “VADE RETRO SATANÁS!” SERÁ QUE O RITO DE “EXORCISMO” FUNCIONA? (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Alguns veículos de comunicação noticiaram sobre episódios “diabólicos” ocorridos numa casa localizada na zona rural no interior do Rio Grande do Sul. A filha mais velha do casal apresentou comportamento estranho. A sua mãe informou que o “coisa-ruim” levou a filha para cima da casa e jogou-a para baixo , destruindo parte do telhado da casa”. Disse ainda que "o satã diariamente arremessa pedras no telhado, arrasta os móveis, quebra objetos, abre e fecha as portas e janelas. 
    Convidado pela família, Nelson Júnior Paz, um benzedor da região, garante ter “exorcizado” a jovem. Explicou que "o “demônio” se afastava da menina quando chegava próximo da casa, por isso teve que afastar-se do local por uns instantes para que o “capeta” novamente tomasse conta do corpo da jovem e logo retornou para fazer o “exorcismo”. Nelson perguntou ao “satã” por que ele estava atormentando aquela menina, o “diabo “ dizia que queria a vida dela ou a propriedade de volta.” (1)
    O jornal Correio Braziliense (2) publicou em 03 de julho de 2014 que o Vaticano reconheceu juridicamente a Associação Internacional de Exorcistas (AIE). A notícia foi espalhada pelo jornal L'Osservatore Romano, confirmando que a Congregação para o Clero aprovou os estatutos da associação através de um decreto. O ritual do “exorcismo” foi restaurado pelo papa João Paulo II, “quando a Igreja católica decidiu, depois de quase 400 anos, revisar o texto anterior de 1614 , devido às mudanças realizadas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e aos avanços da ciência no campo da mente.(3)
    Será que existem fundamentos coerentes a prática do exorcismo? Consta que no ritual da Igreja romana tão-somente os bispos podem autorizar um sacerdote a fazer “exorcismos”. Segundo relatos, no esconjuro, os "demos" respondem com mentiras às indagações do “exorcista” sobre a identidade e/ou os motivos da subjugação. Amparados no bramido beneditino “vade retro satanás!” os exorcistas exortam os espíritos satânicos a saírem do corpo dos possessos, valendo-se igualmente da invocação do nome de Deus, de Cristo e todos os anjos. Ao fim das extenuantes algazarras e invocações, sempre sob o arrimo da “reza brava”, o resultado poderá aparecer de forma ligeira , sem sustento duradouro. 
    Nos movimentos cristãos pentecostais e neopentecostal, bem como de renovação carismática, há muitas descrições de casos de “exorcismos”. A fórmula utilizada em tais segmentos baseia-se no emprego do jargão "em nome de Jesus” , além da imposição de mãos e ordenação verbal do “exorcista” sobre o “cão” e, num ou noutro caso, o “exorcizado” pode apresentar relativos indícios de “consciência”.
    Narram os evangelistas Marcos e Lucas o seguinte: “um homem que estava na sinagoga possuído por um espírito maligno gritou: "Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Bem sei quem és, és o Santo de Deus! Jesus repreendeu-o, dizendo: Silencia-te sai desse homem. O espírito imundo, agitando-o violentamente e bradando em alta voz, saiu dele. As pessoas ficaram novamente espantadas e perguntaram umas às outras: Que é isto? Uma nova doutrina com autoridade! Ele manda aos próprios espíritos imundos, e eles lhe obedecem!(4)
    Tanto aqui, como noutras narrativas correspondentes, constatamos que Jesus diante dos obsidiados penetrava mentalmente nas causas da sua inquietude e, usando de sua autoridade moral, libertava tanto os obsessores quanto os obsidiados, permitindo-lhes o despertar para a vida animada rumo à recuperação e à pacificação da própria consciência. Entretanto, Jesus não libertava os obsidiados sem lhes impor a intransferível necessidade de renovação íntima, nem expulsava os perseguidores inconscientes sem fornecer-lhes o endereço de Deus.
    Os espíritas compreendem que os tais “demônios”, “capetas”, “coisa-ruim”, “lúcifer”, “diabo”, “satanás”, “satã”, “cão”, “demo”, “besta” etc. no senso comum, não são seres votados por Deus à prática do mal, e sim seres humanos desencarnados que se desequilibraram em atitudes infelizes perante a vida. “Na raiz do problema encontramos a necessidade de considerar os chamados “espíritos das trevas” [demônios] por irmãos verdadeiros, requisitando compreensão e auxílio, a fim de se remanejarem do desajuste para o reequilíbrio neles mesmos.”(5)
    Arriscam alguns teólogos que os “demônios” são mais conhecidos como anjos “caídos do paraíso”. O “anjo caído” mais famoso é o próprio lúcifer. Bem distante do sentido teológico que se confere ao “exorcismo”, o espírita oferece nos centros espíritas a assistência espiritual através da desobsessão para tratamento dos doentes “subjugados” . 
    Considerando a subjugação como os casos mais graves de obsessão, sabemos que as fórmulas de “exorcismo”, ritualizado pelos religiosos não têm qualquer eficácia sobre os espíritos malignos. Os Benfeitores afiançam que “os obsessores riem [caçoam] e se embirram, quando veem alguém tomar isso [exorcismo] a sério.(6) Em razão disso, Allan Kardec assevera que “não há nem palavras sacramentais, nem formas cabalísticas, nem “exorcismos” que tenham a menor influência; quanto mais são maus, mais se riem do terror que inspiram, e da importância que se dá à sua presença; divertem-se em se ouvir chamar diabos e demônios, por isso se dão seriamente os nomes de Asmodée, Astaroth, Lúcifer e outras qualificações infernais aumentando as malícias, ao passo que se retiram quando veem que perdem seu tempo com pessoas que não são seus patetas, e que se limitam a chamar, sobre eles, a misericórdia divina.”(7)
    Se o célebre “exorcismo”, aplicado consoante os rituais das igrejas não funciona , como tratar o processo de subjugação espiritual? Como proferi acima a maioria dos Centros Espíritas dispõe de trabalhos de desobsessão. Embora saibamos que a tarefa de tratamento espiritual não é simples , pois muitas vezes obsedado e obsessor comungam um mesmo estado mental, dificultando a identificação de quem é vítima de quem. 
    Há trabalhos de “desobsessão”, conforme garantem os incautos , que são mais “fortes” e “imediatos”, contudo infelizmente nesses estranhíssimos “tratamentos espirituais” são fixados apenas um imperativo urgente, o afastamento rápido do obsessor. Mas será que esse instantâneo banimento espiritual é possível? Ora, “como rebentar, de um instante para outro, algemas [mentais] seculares forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum?”(8)
    Portanto, são inteiramente inúteis as fórmulas e rituais exteriores para “exorcismos”, o que importa é a autoridade moral do doutrinador. Nesse sentido, a técnica da conversação [doutrinação] com os perseguidores do além estabelece uma das grandes contribuições do Espiritismo para a melhora das relações entre encarnados e desencarnados. Em face disso as reuniões de desobsessão bem orientadas são de grandiosa força revolucionária, por disseminar nas suas sessões o convite amorável do Mestre sobre o amor e o perdão.
    Nos ambientes onde não haja trabalhos específicos de desobsessão, será que pode alguém por si mesmo “afastar” os Espíritos perversos e libertar-se da dominação deles? Obviamente que sim. “Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo [subjugação], desde que com vontade firme o queira.”(9)Nesse caso através da prece como meio eficiente para a cura da obsessão, Porém, “não basta que alguém murmure algumas palavras, para que obtenha o que deseja. Deus assiste os que obram , não os que se limitam a pedir. É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos.”(10)

    Referências bibliográficas:


    (1)Disponível em http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/06/casa-e-demolida-apos-exorcismo-e-fenomenos-incomuns-no-rs.html acesso 17/07/2014
    (2)Disponível em http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/07/03/interna_mundo,435782/vaticano-reconhece-juridicamente-associacao-internacional-de-exorcistas.shtml acesso 17/07/2014
    (3)Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/japonesa-morre-apos-beber-muita-agua-em-ritual-de-exorcismo.html acesso 18/07/2014
    (4)Marcos 1:21-28 e Lucas 4:31-371 .
    (5)Xavier Francisco Cândido. Caminhos de Volta, ditado por espíritos diversos, SP: edição GEEM, 1980
    (6)Kardec, Allan. Livros dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 2001, questão 477.
    (7)Kardec, Allan. Revista Espírita de maio de 1860, DF: Ed. Edicel, 2001
    (8)XAVIER, F. C. Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1970.
    (9)Kardec, Allan. Livros dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 2001, questão 475.

    (10)Kardec, Allan. Livros dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB , 2001, questão 479

    segunda-feira, julho 07, 2014

    SEXUALIDADE TEM QUE ESTAR A SERVIÇO DO AMOR, E O AMOR JAMAIS TEM PRESSA (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen
    http//aluznamente.com.br

    Na Colômbia, após fugir da casa de seus pais e habitar com um homem de 25 anos, uma garota de 12 anos deu à luz a gêmeos em um hospital da cidade de Ibagué. A Justiça colombiana punirá o pai das gêmeas, que deverá responder pelo crime de abuso sexual de uma menor de 14 anos. Contudo, essa ocorrência não é incomum nas periferias das capitais brasileiras, onde o abuso sexual é uma sinistra realidade.
    No Brasil há casos em que meninas de 10 a 12 anos, frequentadoras dos peculiares bailes funk (ambientes extremamente promíscuos), engravidam. No nordeste há diversos casos de aliciamento de menores, muitas vezes abusadas pelos próprios pais. Obviamente, uma precoce atividade sexual induz a outros graves problemas: prostituição infantil e juvenil, aborto, lesão da autoestima, escravidão sexual, drogadição.
    A gravidez na adolescência é pluricausal e sua etiologia está relacionada a uma série de fatores sociológicos, em face de maior desinformação sobre a sexualidade, desestruturas familiares, carência econômica e ambientes promíscuos. Normalmente, a ausência de apoio e afeto familiar conduz a adolescente para os braços do “sexo”, do péssimo rendimento escolar, da incerteza do futuro, o que pode induzir a busca da maternidade precoce como meio de arranjar um afeto e talvez uma família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher, embora que na flor da idade e sob o tacão da imaturidade.
    A sociedade está lidando com transformações inquietantes em sua estrutura, inclusive asilando sem constrangimento a liberalidade sexual na adolescência. Jamais a juventude teve tantas notícias quanto hoje. Existem livros, revistas, músicas, televisão, rádio, imprensa, Internet e uma lista imensa de canais de informação. Há espaços exclusivos para os jovens discutirem sobre sexualidade e para receber “orientação”: suplementos de jornais, revistas, programas televisivos ou até mesmo colunas próprias naqueles destinados ao público em geral. Contam-se hoje nas bancas de jornal dezenas de publicações eróticas destinadas ao público jovem.
    Estreando mais cedo na prática sexual e estando mais suscetíveis às influências dos adultos, as adolescentes são vítimas das induções psicológicas do momento. É bombardeada pelo mau exemplo dos pais, pela literatura de estímulo à erótica, pelas revistas pornográficas, pelo violento negócio do sexo e da prostituição, pelas festinhas e “baladas” cada dia mais libertinas, pela utilização de drogas e álcool, pela proliferação dos disque-sexo, pelo uso da Internet como busca de fantasia sexual, pelas fitas de vídeo, Cd’s, Dvd’s facilmente locáveis, ao interesse comercial e de exploração da lucrativa faixa de público consumidor dos filmes para “adultos”.
    Nessa conjuntura, o trágico é que a educação da adolescente está sendo entregue à mídia e ao consumo. Há extremos apelos e sensualismos, desde filmes (adultos), novelas e programas para adolescentes destacando o sexo sem amor, livros e manuais ensinando técnicas de conquista e prazer, semelhando a livros informando a caçar e cozinhar, com tal frieza e hipocrisia que chega a envergonhar os que valorizam o sentimento e a civilização. Falar em valores da família chega a ser arremedo.
    Nas inversões dos valores morais, a prática do sexo inconsequente passou a ser uma compulsão social, e os que buscam pensar e agir diferente do contexto são por vezes discriminados pelos outros jovens. O sexo hoje está envilecido e os valores vigentes assinalam para comportamento sexual irresponsável, prazer sem preço, promiscuidade, institucionalização do coito descompromissado durante o namoro ou no “ficar”, satisfação de fantasias e infidelidade. Tudo isso resvala repetidamente na prostituição feminina, masculina e homossexual.
    Uma adolescente que engravida precocemente é, sem dúvida, uma  pessoa cujos direitos foram violados e cujo futuro fica comprometido. A gravidez precoce ecoa a indigência e a repressão de cúmplices (família e comunidade). Não obstante esse caótico cenário há muitas adolescentes que têm atividade religiosa oferecendo um conjunto de valores morais que as encoraja a desenvolver comportamento sexual equilibrado. De ordinário, uma adolescente evangelizada, fiel ao Cristo (independente do rótulo religioso que abrace), é, quase sempre, bastante rígida no que diz respeito à abstenção da prática sexual pré-marital.
    O Espiritismo esclarece que nos comportamentos humanos há invariavelmente uma legião de espíritos convivendo e participando de cada ação de alguém, seja no júbilo do dever cumprido e da alegria sadia, seja na perversão dos desejos e das atitudes. Se um adolescente faz da sexualidade tão somente instrumento de “delícia”, conectará com espíritos erotizados nas mesmas condições e muitos deles almejando reencarnar, induzindo a adolescente a engravidar precocemente.
    Óbvio que de lodaçais pútridos podemos colher belos lírios, como marca da natureza de que nada é maléfico e negativo, se temos no coração o fanal e o encanto do Evangelho. Na condição de pais, sejamos equilibrados, acudindo as fraquezas de nossos filhinhos sem cultivar-lhes a insensatez, marchando com eles na senda da renúncia e do sacrifício para reconstruir-lhes o caminho da jovialidade, sem necessitar espezinhar o jardim do próximo.
    Não podemos deixá-los órfãos de educação sexual. Jamais acreditar que tais situações somente ocorre com a filha do vizinho, ou, se achar que pode acontecer com a própria filha, tentar resolver o problema com repressões, violências verbais, brutalidade e até expulsão de casa. A solução está na educação e no exemplo dentro do lar. Os pais não podem abandonar seus filhos ao aprendizado no mundo. Quando mais necessitam de esclarecimento e orientação quanto à própria sexualidade, não devem permitir que eles aprendam tudo na escola, na rua, na mídia, nos livros, com os outros.
    Conversar com os filhos desde os quatro anos, sem esperar pelos 12 ou 13 anos. Os frutos plantados na infância serão colhidos na adolescência. E assuntos sobre sexualidade devem começar a ser discutidos desde cedo. Afinal, não será de um dia para o outro que uma criança se tornará adolescente.
    Não esqueçamos que recebemos nossos filhos hoje, no mesmo ponto em que os deixamos no passado. Elucidam-nos os Benfeitores que a filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade. Mãos à obra! Sem afetação puritana, expliquemos aos filhos que a sexualidade tem que estar a serviço do amor, e o amor jamais tem pressa. Esclareçamos que somos livres para buscar qualquer sensação, porém somos escravos dos seus efeitos.
    Empreguemos sempre as orientações espíritas, porém o melhor remédio será sempre o nosso exemplo no lar. Lembremos que pais equilibrados produzem lares equilibrados; lares equilibrados resultam em filhos equilibrados, mesmo que resvalem em algumas compreensíveis falhas humanas. Urge iluminá-los com as normas libertadoras do Evangelho de Jesus. Convidá-los a participar de mocidades espíritas. Jamais proibi-los ou obrigá-los à abstinência ou a prática, porém estimular-lhes a educação, o controle e a responsabilidade, conforme instrui Emmanuel no prefácio do livro  “Vida e Sexo”.
    Enfim, elucidar-lhes que sexo é energia divina, função criadora, transferência de cargas magnéticas, troca de sentimentos, reencontros, maternidade sagrada, e ressaltar-lhes o valor da oração, que será auxílio constante na direção dos desejos e sentimentos. A energia sexual deve ser administrada com bom senso e maturidade, conscientes dos riscos que acarreta qualquer inobservância das regras do amor. Todavia, se ocorrer a gravidez inesperada da filha adolescente, auxiliá-la, amparando-a para que assuma a obrigação que carreou para si, dando condições para que inicie uma vida a dois e colha os frutos das suas experiências.