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  • quarta-feira, fevereiro 11, 2015

    OS ESPÍRITOS AFIRMAM QUE NUNCA HOUVE POVOS DE ATEUS NA TERRA (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    A ameaça de um Deus todo-poderoso observando qualquer pessoa que sair da linha ajudou a manter a ordem em sociedades antigas. E novamente, insegurança e sofrimento podem ter ajudado a incentivar a consolidação de religiões com códigos morais mais rígidos. Por inúmeros motivos – psicológicos, neurológicos, históricos, culturais e logísticos – especialistas acreditam que a ideia e crença em Deus provavelmente nunca desaparecerão.

    A obra “Essência do Cristianismo”, publicada em 1841, por Ludwig Feuerbach, entusiasmou filósofos como Engels, Marx, David Strauss e Nietzsche. Feuerbach considerava que Deus é uma invenção humana e que as atividades religiosas são usadas para a realização de desejos.[1] Karl Marx e Friedrich Engels argumentaram que a crença em Deus e na religião são funções sociais, utilizadas para narcotizar a mente. Marx procurou “alforriar” o homem de Deus, entretanto algemou-o ao materialismo.

    Nos dias atuais tem crescido o número de pessoas que se declaram sem religião. No Brasil, até os anos 70, elas eram menos de 1% da população. Nos anos 90, 5,1%; em 2013 mais de 15 milhões de brasileiros (em torno de 13% da população) dizem não ter religião, conforme o IBGE. Segundo dados da Enciclopédia Britânica, em 1994 cerca de 240 milhões de pessoas declaravam-se ateístas e mais de 900 milhões diziam-se não religiosas. Hoje, o grupo dos que se declaram ateus, agnósticos[2] ou sem religião em todo o mundo, só fica atrás daqueles que se dizem cristãos (2,2 bilhões de pessoas) e muçulmanos (1,5 bilhão).

    “Segundo uma pesquisa do instituto Gallup International, que entrevistou mais de 50 mil pessoas em 57 países, o número de indivíduos que se dizem religiosos caiu de 77% para 68% entre 2005 e 2011, enquanto aqueles que se identificaram como ateus subiram 3%, elevando a 13% a proporção dessa parcela”.[3] As nações que registram maiores taxas de ateísmo tendem a ser aquelas que oferecem a seus cidadãos uma estabilidade econômica, política e existencial relativamente alta. Paradoxalmente, os Estados Unidos estão entre os países mais ricos do mundo, mas apresentam altas taxas de religiosidade.[4]

    Acadêmicos ainda estão tentando destrinchar os fatores complexos que levam um indivíduo ou uma nação ao ateísmo, entretanto existem alguns pontos em comum. Parte do apelo das religiões está na segurança que ela oferece em um mundo de incertezas.[5] Para Phil Zuckerman, professor de sociologia e estudos seculares no Pitzer College, na Califórnia, autor de Living the Secular Life ("Vivendo uma vida secular", em tradução livre), "há muito mais ateus no mundo hoje do que jamais houve, tanto em números absolutos quanto em porcentagem da humanidade".[6] Será mesmo? Quem sabe Zuckerman esteja equivocado!

    Carl Gustav Jung, num programa da televisão americana, disse que não acreditava em Deus porque sabia que Ele existia!!! Voltaire afirmou que não acreditava nos deuses criados pelos homens, mas sim no Deus Criador do homem. Sócrates nomeava Deus como "A razão perfeita", e o seu educando Platão O designava por "Ideia do bem". "Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber".[7]

    Porém, Mikhail Bakunin, da Rússia, sob as inspiração dos ideários do francês Proudhon, afirmava que "a ideia de Deus implica a abdicação da razão e da justiça humanas. É a negação mais decisiva da liberdade humana e, necessariamente, termina na escravização do homem. O anarquista inverteu o aforismo voltairiano – “se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo” – afirmando que se “Deus realmente existisse, seria necessário aboli-lo”. Seguindo essa linha de crença pessoal, Stephen Hawking, um dos mais citados físicos teóricos desde Einstein, confinado a uma cadeira de rodas por conta de uma Doença Neuronal Motora (MND), tem asseverado insistentemente que não há a necessidade de invocar Deus para explicar a existência do Universo. Garante que “não existe nenhum paraíso e ou vida após a morte”.[8] Sob o deslumbramento de sua estranha argúcia acadêmica, jaz continuamente negando a existência de Deus.

    No século XIX, Alan Kardec, o extraordinário filho de Lyon, indagou aos Benfeitores do além: "Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?” [9] Os Sábios espirituais responderam: “Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá".[10] Desde o século XIX o Espiritismo tem confirmado pelos fatos as relações entre o mundo material, o além-túmulo e Deus. Nova luz tem despertado consciências humanas. A Fé e a Razão são as duas asas pelas quais o coração se ergue para confirmar a existência de Deus.

    O Criador assentou no coração humano o anseio de conhecer a verdade e de compreendê-Lo, para que admitindo-O e amando-O alcance aproximar-se da verdade plena sobre si próprio. A fé precisa da razão tanto quanto esta necessita da fé, a fim de que o ateísmo seja definitivamente debelado.

    Por mais que os descrentes procurem justificar seu ateísmo, este só pode subsistir em palavras desocupadas, ocas, desprovidas de qualquer substância moral, filosófica e científica. Os Espíritos asseguram que “nunca houve povos de ateus. Todos seres compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo.”[11] Para Allan Kardec, “sempre houve e haverá cada vez mais espiritualistas do que materialistas e mais devotos do que ateus.”.[12] Certa vez o mestre de Lyon consultou a condição espiritual de um ateu desencarnado. Este revelou o seu estado psicológico no além, nos seguintes termos: “Sofro pelo constrangimento em que estou de crer em tudo quanto negava. Meu Espírito está como num braseiro, horrivelmente atormentado”.[13]

    Notas e Referências bibliográficas:


    [1] Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo acesso em 09/02/2015
    [2] Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos garantem não ser possível provar a existência divina.
    [3] Disponívl em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/12/141230_vert_fut_religiao_futuro_ml#share-tools acessado em 09/02/2015
    [4] idem
    [5] idem
    [6] idem
    [7] Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed Feb, 2001, Cap. II - A Providência, item 3
    [8] Disponível em http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/stephen-hawking%E2%80%9Cvida-apos-a-morte-e-um-conto-de-fadas%E2%80%9D acessado em 04/10/2014
    [9] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, Questão 4
    [10] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, Questão 4
    [11] Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, questão 651 , RJ: Ed FEB, 2001
    [12] Kardec Allan. A Gênese, Cap. XI item 4 RJ: Ed FEB, 2001.
    [13] Kardec Allan. O Céu e o Inferno Segunda Parte, Cap. V , RJ: Ed FEB, 2001

    sexta-feira, fevereiro 06, 2015

    SERÁ O CARNAVAL UMA FESTA DE ALEGRIA, DE PAZ E LOUVOR? (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen


    Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente alguns absurdos do mundo de Momo. Sem determinar regras de falsa santidade e árduos sermões impulsionados pelas cantilenas morais, não deixaremos de comentar sobre os prejuízos espirituais decorrentes das comemorações do Carnaval. 

    Há muitos séculos o Carnaval era marcado por grandes festas, em que se comia, bebia e participava de frenéticas celebrações e busca incessante dos prazeres. [2] Prolongava-se por sete dias (no mês de dezembro) nas ruas, praças e casas da antiga Roma. Todas as atividades e negócios eram suspensos nesse período; os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. Um rei (saturnalicius princeps) era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas.

    Não fossem os exageros, o carnaval, como festa de relação sociocultural, poderia se tornar um evento compreensível, até porque não admitir isso seria incorrer postura de intolerância. Há pessoas que buscam fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores, e isso tem o seu valor social. Entretanto, a bem da verdade, o grande saldo da homenagem a Momo se resume em três palavras: violência, ilusão e sensualidade.

    Reza a tradição que o folguedo de Momo surgiu permeando o mundo “sagrado” e o orbe profano. Sinceramente! Não conseguimos compreender algo de “abençoado” nas folias momescas. Entretanto, em São Paulo há a escola de samba Dom Bosco, em Itaquera, zona leste da cidade, cujo presidente é um padre salesiano de 73 anos e o vice-presidente é um sacerdote de 37 anos que toca inclusive repinique (tambor com baquetas) na bateria.

    Além de celebrar missas, casamentos e coordenar projetos sociais, a dupla de sacerdotes obviamente participa dos ensaios da “Dom Bosco”. Ambos desejam arrastar 1.200 componentes ao Sambódromo do Anhembi, e entre os sambistas constam baianas, passistas (seminuas, portanto, nada beatas), velha-guarda e destaques. O enredo homenageia o fundador da congregação salesiana: "Dom Bosco: 200 Anos de Amor ao Próximo... Um Presente para o Mundo".

    Para os clérigos, idealizadores da escola de samba, a concepção da agremiação foi a saída encontrada para unir um grupo de jovens mais desregrado, que não estudava e era bastante desinteressado nas atividades educativas oferecidas pela obra social da igreja. Entretanto, tal artifício para atrair a juventude não tem sido apreciado por alguns fiéis e superiores da Igreja romana.

    Isso nos remete a recordar a escola de samba Unidos do Viradouro que em 2011 levou para a Sapucaí um carro alegórico carregando uma imagem do Chico Xavier. O médium de Uberaba foi representado por uma escultura (psicografando) cercada por 60 componentes, alguns deles “espíritas” (!?), que fizeram uma performance de “trabalho mediúnico” (!?). Santo Deus! Nada mais burlesco.

    Será que o Carnaval é apenas um festival de alegria, de paz e louvor? A princípio, o Espiritismo não estimula nem recrimina o Carnaval e respeita todos os sentimentos humanos. Porém, será que a farra carnavalesca, vista como uma manifestação popular, consegue satisfazer os caprichos da carne sem deteriorar o espírito?  Será lícito confundir “diversão” passageira com alegria legítima? O carnaval é um desses delírios coletivos, cuja reverência a Momo representa a ocasião em que pessoas projetam o que há de mais irracional e de mais incivilizado em si mesmas.

    É verdade! O Espiritismo nada proíbe, nada obriga, nem censura o carnaval; porém igualmente, não defende sua realização. Sabe-se que durante a folia de Momo são perpetrados abusos de todos os tipos e, mormente, desregramentos da carga erótica de adolescentes, jovens, adultos e até idosos (mal resolvidos); há consumo exagerado de álcool e outras drogas, instalação da violência generalizada, excessos esses que atraem espíritos vinculados ao deletério parasitismo magnético, semelhantes aos urubus diante de carcaças deterioradas (carniças).

    Os foliões de plantão reafirmam que o carnaval é um extravasador de energias reprimidas. Entretanto, nos três dias não são atenuadas as taxas de agressividade e nem as neuroses. O que se observa é um somatório da selvageria urbana e de desgraça doméstica. Após os festivais de erotismos surgem as gravidezes desatinadas e a consequente propagação de criminosos abortos, acontecem graves acidentes de trânsito, aumento da criminalidade, estupros, suicídios, aumento do consumo de várias substâncias estupefacientes, alcoólicos, assim como o surgimento de novos drogados, disseminação das enfermidades sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS).

    Em síntese, se o Carnaval é uma ameaça concreta ao bem-estar social, nós espíritas temos muito a ver com ele, porque uma das tarefas primordiais de cada espírita é a de lutar por dispositivos de preservação dos valores mais dignos da Sociedade, sem que se violente, obviamente, o direito relativo do livre-arbítrio coletivo e individual, jamais nos esquecendo que no carnaval ocorre a obsessão nos seus vários matizes como conseqüência da invigilância e dos desvios morais. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria, se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos propostos por Jesus Cristo, e não esquecendo os divinos conselhos do Mestre: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação''. [1]

    Em suma, cremos que inexista outro caminho que não seja o da abstinência sincera das folias de Momo. O bom senso nos convida a aproveitar o feriadão para entrosamento com os familiares, leitura de livros instrutivos, frequência a reuniões espíritas. Aliás, será coerente fechar as portas dos centros espíritas nos dias de Carnaval, ou mudar o procedimento das reuniões? Existem alguns centros que fecham suas portas nos feriados do carnaval sem motivos racionais. Em verdade, o espírita pode participar de eventos educacionais, culturais ou mesmo descansar em casa, já que o ritmo frenético do dia a dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológica para os embates pelo ganha-pão.

    Em face do determinismo da Lei de Evolução, um dia tudo isso passará, todas as manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação e o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem violência, nem degeneração moral.

    Referências:

    [1] A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função.

    [2] Mt 26:41

    terça-feira, fevereiro 03, 2015

    ONDE DEFLAGRE A VIOLÊNCIA, O ESPIRITISMO FAZ-SE ESTEIO DA EDUCAÇÃO (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas em face do “consumo” do subproduto da agressão potencializada pela televisão, rádio, jornal, revista, mídias tecnológicas. Há diversos tipos de violências que normalmente sugerem ações organizadas de jovens que agem em grupo contra o patrimônio material e pessoas, comumente unidas às quadrilhas que demarcam territórios. A selvageria do homem civilizado tem as suas raízes profundas e vigorosas na mata espessa da violência. O homo brutalis tem as suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar. 

    O utilitarismo das sociedades contemporâneas robotizou o homem, tornando-o um autômato inconsequente. O mesmo “cristão” que se prostra diante das imagens frias dos altares das igrejas ou na idolatria pela Bíblia “decorada” nos templos, volta ao seu posto de mando para ordenar torturas canibalescas. O homem contemporâneo vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que o assombra. Uma vez submetido às contingências da vida atual, de insegurança e de incertezas, sofre como resultado em transtornos graves da mente, pela angústia dissolvente da própria individualidade.

    Diz-se que o Oriente Médio é uma área violenta. Sim, é verdade, porém a América Latina é uma das áreas mais brutais e arriscadas da Terra, conforme demonstra o portal Business Insider. Das 50 cidades mais violentas ao redor do mundo 16 estão no Brasil. A “Pátria do Evangelho” é grande produtora de armas (contrastando com o compromisso espiritual) por isso cremos que proibir sua comercialização no mercado interno é prática recomendável, pois o problema seria atacado diretamente em sua origem. (1) No “Coração do Mundo” o homicídio é o crime mais comum. Além dos assassinatos, o tráfico de drogas, guerras de gangues, instabilidade política, corrupção e a pobreza influenciam na alta violência nas cidades listadas pelo portal Business. (2)

    Obviamente esta análise é restritiva, e tende a reforçar as diversas variáveis que pesam nos distintos atores que agem com brutalidade, sendo que as formas de selvageria empregadas e sua intensidade variam muito. Portanto, o aumento da violência que se conhece desde o pós-guerra não é imputável a uma categoria específica de indivíduos, mas a uma generalização dos comportamentos agressivos nas diferentes camadas da população. 

    Não se pode desconsiderar esses outros tipos de violências (não menos impactantes) como as que ocorrem diariamente no trânsito, as violências sexuais , os maus tratos infantis ou as agressões conjugais . Muitos conflitos que antes se manifestavam em afrontamentos sangrentos atualmente foram transmutados nos diferentes tipos de agressivas competições esportivas. 

    Todos tememos a violência, obviamente. Muitos erguem altos muros com fios eletrificados ao redor de suas residências, tentando manter a paz doméstica. Contratam seguranças para protegerem suas empresas e seus lares. Instalam equipamentos sofisticados que os alertem da chegada de eventuais usurpadores de seus bens. Contudo, existe outro tipo de violência a que não damos atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós. Violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, concedendo que ela se torne animal voraz. 

    Paradoxalmente, pregamos a paz produzindo ogivas, canhões assassinos; cobiçamos resolver os problemas sociais ativando a edificação dos presídios e bordéis. "Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta inglória e sem-fim”. (3) A atual situação de violência, maldade, injustiça, opressão dos poderosos sobre os fracos, tanto em nível de pessoas, como instituições e países, certamente terá que ceder lugar a uma nova era de paz, harmonia, fraternidade e solidariedade.

    Uma das soluções para a criminalidade seria desarmar a população brasileira através da proibição do comércio de armas de fogo em todo o País, ressalvada a aquisição pelos órgãos de segurança pública federal e estadual, municipal e pelas empresas de segurança privada regularmente constituídas, na forma prevista em Lei. Naturalmente não somos ingênuos de ajuizarmos que a tão somente restrição (proibição) do uso de armas de fogo, por si só, equacione definitiva e imediatamente o problema da violência. Sabemos. É óbvio que a arma de fogo pode ser substituída por outras, talvez não tão “eficientes”. Na ausência de estrutura da aparelhagem repressora e preventiva do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos marginais e fazendo suas vítimas. Por isso, urge meditar que devemos aprender a nos defender , desarmando, antes de tudo, nossos espíritos e isto só se consegue pela prática do amor e da fraternidade. 

    É certo que a sociedade de hoje não está reduzida a ruínas irrecuperáveis. “O espírita é chamado à função da viga robusta, suscetível de mostrar que nem tudo se perdeu. Há quem diga que a Humanidade jaz em processo de desagregação. O espírita é convidado a guardar-se por célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita, onde surja a destruição, converte-se em apelo ao refazimento; onde estoure a indisciplina, faz-se esteio da ordem e, onde lavre o pessimismo, ergue-se, de imediato, por mensagem de esperança.” (4).

    Por isso, a solução que a Doutrina Espírita apresenta para a violência é a educação em seu amplo aspecto. O Espiritismo, essencialmente educativo, conclama-nos ao amor e à instrução que poderão formar uma nova mentalidade entre os homens. Até porque a violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal explode na natureza graças às bases do egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto ao egoísmo é o altruísmo (amor ao próximo, abnegação). Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas. Sabendo que, através da educação, formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões da caridade.

    Notas e referências bibliográficas: 

    (1) Hoje, no Brasil, existem três empresas fabricantes de armas de fogo de onde grande parte de sua produção é destinada à exportação.

    (2) Disponível em http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/as-50-cidades-mais-violentas-do-mundo-brasil-tem-16-na-lista/ar-BBdyjVo?ocid=mailsignout, acessado em 01/02/201

    (3) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditada pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed FEB, 2001, perg 199.

    (4) Xavier. Francisco Cândido. Livro da esperança, ditado pelo Espírito Emmanuel, Uberaba/MG: Ed CEC, 1964