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  • LEITORES
  • quinta-feira, agosto 27, 2015

    ESPÍRITAS! IMPLOREMOS A PAZ SOCIAL (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen

    É óbvio que o dinheiro não é instrumento do mal; ao contrário, o dinheiro é suor convertido em cifrão. É importante que lhe demos funções nobres, lembrando que a moeda no bem faz prodígios de amor. Porém, vale refletir o preceito de Paulo, qual seja: "tendo sustento e com o que nos cobrirmos, estejamos, com isso, contentes". [1] Essa lição deve ser sempre ponderada quando nos faltam recursos financeiros.

    O Espiritismo anuncia o regime da responsabilidade, em que cada Espírito deve enriquecer a catalogação dos seus próprios valores. Não se engana com as alucinações da igualdade absoluta [comunismo], em vista dos conhecimentos da lei do esforço e do trabalho individual, e não se transforma em instrumento de opressão dos magnatas da economia e do poder [capitalismo], por consciente dos imperativos da solidariedade humana.

    Os espíritas, embora compreendamos e expliquemos muitos fenômenos sociais e econômicos através da tese reencarnacionista, somos evolucionários, porque propomos mudanças estruturais do ser humano; não contemporizamos com a concentração de riqueza e com a ausência de fraternidade, que significam a manutenção de privilégios e de excessos no uso dos bens, das riquezas e do poder de uns poucos em detrimento do infortúnio da maioria.

    Importa esclarecer aos emissários do ódio político que a desigualdade das riquezas não se resolve com falácias e cartilhas de ideologia materialista. As pessoas não são ao mesmo tempo ricas em face de não serem igualmente inteligentes, ativas e laboriosas para adquirir, nem sóbrias e previdentes para conservar. Considerando a pluralidade das existências, a pobreza é para uns a prova da paciência e da resignação; a riqueza é para outros a prova da caridade e da abnegação, razão pela qual o pobre não tem, portanto, motivo para acusar a Providência, nem para invejar os ricos, e estes não têm para se vangloriar do que possuem. Se, por outro lado, estes abusam da fortuna, não será através de decretos nem de leis suntuárias que se poderá remediar o mal. [2]

    A variedade das aptidões, ao contrário do ideal igualitário, é um meio propulsor do progresso social, já que cada homem contribui com sua parcela de conhecimento. As desigualdades que apresentamos entre nós, seja em inteligência ou moralidade, não derivam de privilégios de uns em detrimento de outros, mas do maior ou menor aproveitamento desse “tempo cósmico”, no esforço do alargamento das habilidades e virtudes que nos são inerentes, consoante o melhor uso do livre arbítrio por parte de cada um. Destarte, as desigualdades naturais das aptidões humanas são os degraus das múltiplas experiências do passado. E cremos que essas diferenças constituem os agentes do progresso e paz social.

    Reconhecemos que os benefícios do desenvolvimento material não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre afortunados e deserdados (ricos x pobres) é gigantesco. Essa tendência é ameaçadora para o equilíbrio social, por isso é urgente corrigi-la. Caso contrário, as bases da segurança global estarão seriamente ameaçadas. Temos o conhecimento e a tecnologia a nosso favor, necessários para sustentar toda a população e reduzir os impactos das desigualdades, até porque os desafios econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e, juntos, podemos criar, de início, soluções emergenciais para que evitemos o caos absoluto em pouco tempo.

    A Mensagem de Jesus não preconiza que os ricos do mundo se façam pobres, e sim que todos os homens se façam ricos de conhecimento, porque somente nas aquisições de ordem moral descansa a verdadeira fortuna. E mais: “a concepção igualitária absoluta é um erro grave dos estudiosos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço”. [3

    Urge que se crie uma mentalidade crítica, que permita estabelecer novos comportamentos, reduzindo os extremismos, mormente dos discursos vazios dos que se fantasiam de “pais dos pobres” (no Brasil isso é tradição) e entronizar-se entre nós a solidariedade legítima. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência lastreados na fraternidade e no amor. A falta de percepção da interdependência e complementaridade entre os cidadãos gera uma visão individualista, materialista, separatista. Isso não é alvissareiro.

    É imperioso que se criem serviços necessários para uma vida humana decente. O crescimento desordenado da população, o desemprego estrutural, a pobreza, a miséria, a exclusão social, a falta de atendimento às necessidades básicas, o não reconhecimento dos direitos do cidadão, o desrespeito aos direitos humanos, a facilidade de acesso às drogas e às armas, a falta de Deus nos corações, a influência nociva das mídias e novas tecnologias, o uso abusivo de bebidas alcoólicas e outras drogas favorecerão todo tipo de desequilíbrio social. Em face disso, urge um alto grau trabalho de todos. Desapego, oração, sim! Muita rogativa ao Criador, a fim de conquistarmos decisivamente a paz social na Terra.

    Referências bibliográficas:

    [1] 1Timóteo 6:6-10
    [2] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, "Desigualdades das Riquezas"; RJ: Ed. FEB, 2000
    [3] Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo espírito Emmanuel, RJ: Ed FEB 2001, pergs. 55,56,57

    sexta-feira, agosto 21, 2015

    ENDINHEIRADOS, MÃOS À OBRA! (Jorge Hessen)

     
    Christopher Catrambone, um milionário empresário americano, dono de uma companhia que oferece seguros em zonas de conflitos, criou sua própria fundação de resgate de imigrantes. Desde 2014 sai com sua família pelo Mediterrâneo para salvar estrangeiros que se arriscam a atravessar o mar para chegar à Europa. Sem receio de investir toda fortuna e confiante de que se algum dia seu negócio falir, ele e sua mulher não teriam nenhum arrependimento em ter gastado todo dinheiro e tempo nas operações de resgate dos imigrantes.[1]

    A tradição da filantropia americana vem de longe. Cremos que Andrew Carnegie seja seu maior ícone e, de certo modo, definidor conceitual. Imigrante pobre, Carnegie fez fortuna na siderurgia americana, na segunda metade do século XIX. Em 1901, aos 66 anos, vendeu suas indústrias ao banqueiro J.P. Morgan e tornou-se o maior filantropo americano. Uma de suas tantas proezas, não certamente a maior, foi construir mais de 3 mil bibliotecas nos Estados Unidos. Em 1889, escreveu o artigo “The Gospel of Weath”, defendendo que os ricos deveriam viver com comedimento e tirar da cabeça a ideia de legar sua fortuna aos filhos. Melhor seria doar o dinheiro para alguma causa, ou várias delas, à sua escolha, ainda em vida. [2]

    Em 2009 Bill Gates lançou, junto com Warren Buffett, o mais impressionante movimento de incentivo à filantropia já visto: The Giving Pledge. A campanha tem mais de 120 signatários. Para participar, basta ser um bilionário e assinar uma carta prometendo doar, em vida, mais da metade de sua fortuna a projetos humanitários. Para boa parte dessas pessoas, doar 50% é pouco. Larry Elisson, criador da Oracle, comprometeu-se em doar 95% de sua fortuna, hoje avaliada em US$ 56 bilhões. O próprio Buffett foi além: vai doar 99%. Como bem observou o filósofo alemão Peter Sloterdijk, parece que, ao contrário do que acreditávamos no século XX, não são os pobres, mas os ricos que mudarão o mundo. [3]

    Sloterdijt obviamente não conhece bem o Brasil. Aqui na suposta “Pátria do Evangelho” a grandeza d'alma dos milionários em prol do altruísmo é pura miragem, ressalvando-se as infrequentes exceções. Nos Estados Unidos, o valor das doações individuais à filantropia chega a US$ 330 bilhões por ano. No Brasil, os números são imprecisos, mas estima-se que o montante não passa de US$ 6 bilhões por ano. Apenas 3% do financiamento a nossas ONGs vem de doações individuais, contra mais de 70% no caso americano. Há, segundo a tradicional lista da revista Forbes, 54 bilionários no Brasil. Nenhum aderiu, até o momento, ao movimento da Giving Pledge.

    Explicações não faltam para essa disparidade. Há quem goste de debitar a mesquinhez dos endinheirados brasileiros na conta de nossa “formação cultural”. Por essa tese, estaríamos atados a nossas raízes ibéricas, sempre esperando pelas esmolas do Estado, indispostos a buscar formas de cooperação entre os cidadãos para construir escolas, museus e bibliotecas, ou simplesmente para consertar os brinquedos e plantar flores na praça do bairro. É possível que haja alguma verdade nisso. O rei Dom João III, lá por volta de 1530, dividiu o país em capitanias hereditárias e as repartiu entre fidalgos e amigos da corte portuguesa. Fazer o quê? Enquanto isso, os peregrinos do Mayflower desembarcaram nas costas da Nova Inglaterra (EUA), movidos pela fé e pelo amor ao trabalho, para construir um novo país. [4]

    O príncipe da Arábia Saudita, Alwaleed Bin Talal Al-Saud, é um dos homens mais ricos do mundo. Com uma fortuna que gira em torno dos US$ 32 bilhões, ele ocupa a 20ª posição no ranking de bilionários da Bloomberg. Porém, parece que ele quer mudar esse cenário. Ele pretende doar toda sua fortuna para causas filantrópicas. Em um comunicado em seu site, Al-Saud afirma que busca construir um mundo com mais tolerância, aceitação, igualdade e oportunidade para todos. O dinheiro vai para a Alwaleed Philanthropies, que tem parceria com a Bill & Amp; Melinda Gates Foundation, Carter Center e Weill Cornell Medical College, para reforçar os cuidados de saúde e de controle de epidemias pelo mundo. [5]

    Há pessoas arquimilionárias que tem experimentado significativo desprendimento. Como vimos acima, Warren Buffett, quarto homem mais rico do mundo, prometeu doar 99% de sua fortuna antes de desencarnar. Buffett começou anunciando o direcionamento de 83% para a Fundação Gates. O bilionário afirmou que quer dar aos seus filhos somente o suficiente para que eles sintam que podem fazer tudo, mas não o bastante para que eles achem que não precisam trabalhar. O poderoso Bill Gates, Michael Bloomberg, Nigella Lawson e o músico inglês Sting não deixarão suas fortunas como herança para os filhos. Ambos defendem a tese que seus filhos precisam trabalhar para ganhar o próprio dinheiro. [6]

    Em rápida digressão, vale aqui interpolar uma oportuna reflexão. No Brasil, o paternalismo e o inócuo assistencialismo estatal não atende às necessidades dos deserdados. Tal cultura gera cada vez mais dependência de raras doações e de crescentes arrecadações. Enfraquece a sociedade, diminui as expectativas de recursos para redistribuição de recursos financeiros. A filantropia pública é uma maneira disfarçada de ditadura ideológica, coerção de liberdade, que não sobrevive ante a necessidade do trabalho de todos. Para que a filantropia sustentável seja praticada, é preciso estímulo ao trabalho, igualdade nas ações públicas e eficiência na administração de recursos arrecadados (impostos). Temos muito o que amadurecer nesse quesito nestas plagas tupiniquins.

    Mormente para os ricaços brasileiros, vai aqui um alerta do além. A reflexão é do Espírito Humberto de Campos: “se você possui algum dinheiro ou detém alguma posse terrestre, não adie doações, caso esteja realmente inclinado a fazê-las. Grandes homens, que admirávamos no mundo pela habilidade e poder com que concretizavam importantes negócios, aparecem, junto de nós [no além-túmulo], em muitas ocasiões, à maneira de crianças desesperadas por não mais conseguirem manobrar os talões de cheque.” [7]

    Abastados mãos à obra!

    Referências: 

    [1] Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/o-milionario-que-resgata-imigrantes-no-mar  acesso 12/08/2015
    [2] Disponível em http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/06/por-que-os-milionarios-brasileiros-nao-doam-suas-fortunas-universidades.html acesso 18/08/2015
    [3] idem
    [4] idem
    [5] Disponível em http://www.infomoney.com.br/carreira/gestao-e-lideranca/noticia/4137147/principe-saudita-decide-doar-toda-sua-fortuna-mais-bilhoes acesso em 18/08/2015
    [6] Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/economia/sting-entra-para-a-lista-de-ricacos-que-nao-deixarao-heranca-para-os-filhos acesso em 02 de agosto de 2014
    [7] Xavier, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas, ditado pelo espírito Humberto de Campos, cap. 4 “Treino para morte” Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1967

    sábado, agosto 15, 2015

    O ESPIRITISMO SERÁ O SUFRÁGIO DA CIÊNCIA “CLÁSSICA” NOS LAPSOS DOS EVOS (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen 

    Recentemente, uma notícia causou grande entusiasmo no mundo científico. Pesquisadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear – CERN [1], o maior laboratório de física de partículas do mundo [2], anunciaram a constatação do Bóson de Higgs , alcunhado como “partícula de Deus”, na presunção de que seria a matriz, a energia primordial que deu origem ao universo material existente no Cosmo. 

    Historicamente, há algumas descobertas científicas que levaram o ser humano a experimentar, pelo menos três grandes golpes na autoestima, segundo proferia Sigmund Freud; o primeiro baque foi quando Copérnico afirmou que a Terra não era o centro do Universo. O segundo foi quando Darwin transformou o homo sapiens em tão-somente mais um animal sobrevivente da seleção natural. O terceiro desapontamento foi quando o “pai da psicanálise” sugeriu que o homem não era senhor nem mesmo de seus atos, governados, na verdade, por impulsos inconscientes. 

    Ainda que sob o tacão do materialismo reconhecemos que a ciência desvenda fenômenos admiráveis. O homem chegou ao raio laser, através de técnica que permite as partículas de luz (fótons) concentradas sejam emitidas em forma de um feixe contínuo. A proeza foi criada em 1960 por Theodore Maiman. Desde então, o laser evoluiu e hoje em dia é empregado nos centros cirúrgicos, industriais, salas de aula, impressoras, leitores de código de barras, de cd’s e dvd’s, corte e solda de metais, remoção de tatuagem, cirurgia ocular, uso militar e espacial (já foram usados para medir a distância entre a Terra e a Lua), etc., etc. 

    Cientistas da Universidade de Osaka, no Japão, testaram recentemente um novo laser que seria capaz de desintegrar o nosso planeta. A potência do laser LFEX é de 2 pentawatts. Para se ter uma ideia, um pentawatt (PW) é 1015 watts, o que seria mil terawatts ou um quatrilhão de watts. Apenas um pentawatt corresponde a 30 mil vezes a demanda diária de energia elétrica do nordeste brasileiro. Diante de tamanha potência, no teste realizado, o laser foi disparado durante um picossegundo, que equivale a um trilionésimo de segundo, visando não oferecer qualquer tipo de risco. O objetivo principal do experimento é aprimorar as técnicas médicas e industriais com uso de laser. Mas, apesar do sucesso na experiência, o laser preocupa cientistas devido à possibilidade de ser usado para o desenvolvimento de armas de destruição em massa. [3] 

    Sem profetismos , cremos que em menos meio século o ser humano poderá passar por uma quarta lesão “narcísica” (baque na autoestima como dizia Freud, diante dos históricos golpes da revolução científica). E ela virá pela astrofísica, sobretudo quando o homem realizar viagens interplanetárias. Estimativas, baseadas em dados concretos da sonda espacial “Kepler”, são de que há muitos mundos em condições de abrigar vida biológica para cada estrela análoga ao Sol. 

    Mas, uma questão que permanece em aberto é a característica de vida que pode ter surgido em outras esquinas do Universo, adverte Ansgar Reiners, professor de astrofísica na Universidade de Göttingen, na Alemanha. O pesquisador diz que devem existir muitos lugares fora da Terra onde processos biológicos estão acontecendo, mas não sabemos se há formas de vida complexas como a terrena (plantas, mamíferos e/ou inteligência). Essa questão permanece uma questão totalmente aberta, ainda não sabemos o suficiente sobre o ambiente de outros planetas. 

    Na esperança de localizar vidas noutros orbes, a NASA já tem projetos para levar humanos para Marte, por exemplo. Ficção? Merchandising trapaceiro? Será que podemos duvidar da idoneidade científica ? Presumindo ou não, o desenhista-industrial Mark Rademaker e o cientista da NASA Harold White apresentaram o projeto de uma nave espacial capaz de transportar pessoas pelo universo a uma velocidade superior à velocidade da luz.[4] White é um físico que passou anos para conseguir obter a velocidade da luz das naves espaciais. Em 2011, ele publicou um relatório em que apresentou, pela primeira vez, o conceito de movimento com velocidade superluminal [5]. Agora, a sua equipe apresentou o projeto da nave que incorpora este conceito. 

    Quando se trata de viagens interestelares, devido às grandes distâncias envolvidas, a única solução viável para se chegar a outros planetas e estrelas é um método de transporte que viaje próximo ou mais rápido do que a velocidade da luz. O sistema estelar mais próximo, Alpha Centauri, está a pouco mais de quatro anos-luz de distância – a uma velocidade de 62136 km/h (a velocidade na qual a Voyager-1 voa através do espaço), uma nave espacial levaria cerca de 67 mil anos para chegar lá. [6] 

    Será possível o homem construir tais “carros voadores”? Há evidências, pelos menos nos relatos de testemunhas, que irmãos de outras instâncias da “Casa do Pai” já alcançaram construir tais máquinas voadoras de propulsão completamente desconhecida e têm insistentemente abeirados da Terra conforme narrativas de avistamentos de supostos “ovnis”. Será possível? 

    Assestando aqui a nossa prosa para o universo espírita, reconhecemos que a despeito de toda sabedoria humana, infelizmente a ciência tão-somente estuda a natureza do micro e do macro cosmo numa perspectiva materialista. Em face disso a realidade do homem espiritual não tem sido do campo da ciência “oficial “e nem objeto de suas investigações. Até mesmo a filosofia tem formulado, teses contraditórias, que vão desde a mais pura espiritualidade, até o materialismo e ateísmo, sem outras bases, senão as ideias pessoais dos seus teóricos. 

    Até quando a ciência “clássica” e a filosofia academicista vão deixar sem resposta os mecanismos do mundo espiritual ? Sem a coparticipação dos princípios espíritas, apesar das conquistas científicas, os senhores dos laboratórios continuarão sem saber donde vieram e para onde irão, se já viveram e se ainda viverão noutras reencarnações e qual sua sorte após a morte física. No futuro, sem sombra de dúvida, com o sustentáculo da revelação espírita a ciência esquadrinhará todos os universos possíveis. 

    Aguardemos pois o tempo, apesar de ser o tempo um tirano criterioso, porém, o tempo é sempre senhor da razão! ... 


    Notas e referências bibliográficas: 

    [1] Antigo acrônimo para Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire 

    [2] Localizado em Meyrin, na região em Genebra, na fronteira Franco-Suíça 

    [3] Pesquisadores da Universidade de Illinois, garante que um laser de tamanha potência pode explodir o planeta em questão de segundos. 

    [4] Disponível em http://br.sputniknews.com/portuguese.ruvr.ru/news/2014_06_14/NASA-publica-projeto-de-nave-capaz-de-viajar-mais-r-pido-que-a-luz-v-deo-6785/ acesso em 08/08/2015 

    [5] Há uma variedade de sistemas de propulsão propostos, como propulsores de íons, mas nenhum deles realmente se aproxima das velocidades necessárias para permitir a exploração de outros planetas em menos de alguns milhares de anos. Motores de dobra, enquanto a anos de distância de até mesmo testes em pequena escala – se eles forem mesmo possíveis – são uma das poucas exceções que permitem viagens espaciais dentro do tempo de uma vida humana. Alguns cientistas descobriram com um experimento denominado Efeito Casimir, onde as chamada partículas virtuais presentes no vácuo quântico ajudariam a contrair e expandir o espaço. Em um experimento onde duas placas de metais são colocadas lado a lado, as partículas virtuais expandem o espaço em volta da placa e contraem o espaço interno entre as placas . Com este fato poder-se-ia criar um motor de dobra espacial. Para tanto bastaria aproveitar as partículas virtuais presentes no vácuo quântico. Um motor de dobra espacial absorveria partículas virtuais encolhendo o espaço a frente e expeliria partículas virtuais atrás expandindo o espaço atrás. 

    [6] Disponível em http://www.universoracionalista.org/tag/superluminal/ acesso 08/08/2015

    segunda-feira, agosto 10, 2015

    REVERENCIEMOS OS ANIMAIS, POIS ELES SÃO NOSSOS IRMÃOS (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen 
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    A Safari Club International é uma organização que luta pelos “direitos dos caçadores”. Qual o objetivo e o que leva uma pessoa a gastar muito dinheiro para caçar um animal selvagem? Será apenas uma demonstração de poder e prestígio ? Isso é psicopatia e selvageria! O antropólogo Michael Gurven, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, estuda tribos de caçadores e coletores na Amazônia e ressalta o paradoxo entre caça “esportiva” e as caça para sobrevivência. Os nativos caçam animais por necessidade de alimentação. Portanto, há uma brutal diferença para caçadores que chegam a pagar US$55 mil dólares para matar um animal da selva meramente por prazer.[1]

    Allan Kardec ao indagar dos Benfeitores sobre o “direito” de destruição sobre os animais, foi esclarecido que tal “direito”[caça] se acha regulado pela necessidade, que o homem tem, de prover seu sustento e sua segurança. O abuso jamais constitui um direito. [2] Quando a caça ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam e quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade há “predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.” [3]

    Compondo aqui uma síntese de O Livro dos Espíritos a respeito do universo animal e humano inteiramo-nos de que os animais possuem uma espécie de inteligência instintiva e limitada. Eles detêm a consciência de sua existência e de suas individualidades. Alguns animais agem denotando acentuada vontade, porque apresentam inteligência, embora que restrita. Há seres “irracionais” que praticam atos combinados que denunciam vontade de agir em determinado sentido e de acordo com as circunstâncias. Há, pois, neles, uma espécie de inteligência, mas cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem às suas necessidades físicas e de proverem a própria conservação. 

    Os animais se comunicam entre si, conservando uma espécie de linguagem circunscrita às suas necessidades. Até mesmo os peixes se entendem entre si. Como dito, a linguagem do animal é instintiva e circunscrita às suas necessidades biológicas e ideias, os peixes que, como as andorinhas, emigram em grupos (cardumes), obedientes ao guia que os conduz. Certamente possuem meios de se avisarem, de se entenderem e combinarem ações conjugadas. É possível que disponham de uma visão mais penetrante e esta lhes permita perceber os sinais que reciprocamente imitem. 

    Portanto, os animais não são simples autômatos, a despeito de a liberdade que têm permanecer limitada aos atos da vida material e após a morte conservam sua individualidade. No entanto não mantêm a consciência de si mesmos, inobstante sua vida inteligente lhes permaneça em estado latente em face da ausência do livre-arbítrio. Desta forma, eles permanecem numa espécie de erraticidade após a morte , sendo distribuídos pelos Espíritos incumbidos dessa tarefa e “aproveitados” (no processo reencarnatório) quase imediatamente. Não lhes sendo dado tempo de entrar em relação delongada com outras criaturas no além.

    Outro aspecto importante sobre os animais é que eles evoluem tanto quanto os homens, embora não por ato da própria vontade (não têm livre arbítrio), mas pela força das circunstâncias, razão por que não estão sujeitos à expiação. Em verdade os animais só possuem a inteligência rude da vida material, enquanto no homem, a inteligência essencialmente proporciona a vida moral. [4] Para maiores detalhamentos sobre o tema, os próprios Espíritos estão longe de tudo saberem e, ressalte-se que acerca do que não sabem, também podem ter opiniões pessoais mais ou menos sensatas. É assim, por exemplo, que nem todos pensam da mesma forma quanto às relações existentes entre o homem e os animais no aspecto evolutivo. 

    Considerando a lei de evolução, para alguns Espíritos, o Princípio espiritual não chega ao período humano senão depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação. Segundo outros Benfeitores espirituais, o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal. Diante disso, cabe a indagação: Qual a origem do Espírito? Onde o seu ponto inicial? Forma-se do princípio inteligente individualizado?

    Para Allan Kardec tudo isso são mistérios que seria inútil querer devassar e sobre os quais nada mais se pode fazer do que construir hipóteses. Quanto às relações misteriosas que existem entre o homem e os animais são mistérios de Deus, como muitas outras coisas, cujo conhecimento atual é pouco importante para o progresso humano e sobre as quais seria inútil nos deter. 

    Referências bibliográficas:

    [1] Disponível em http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2015/07/o-que-motiva-alguem-cacar-um-animal-por-esporte.html acesso 05/08/2015

    [2] KARDEC, Allan. O Livro dos Espírito, RJ: Ed. FEB, 2001, questão 734.

    [3] Idem questão 735

    [4] Idem pergs.585 a 602 

    quinta-feira, agosto 06, 2015

    A “CARNE NUTRE A CARNE” – REFLEXÕES DE UM “ONÍVORO” (Jorge Hessen)

    Jorge Hessen
    Não é o que entra na boca do homem, mas o que sai
    Um leitor e amigo sugeriu-me comentar sobre a alimentação carnívora. A princípio, não ignoro que a ingestão de carne deriva dos nossos vícios milenários de nutrição. Alega-se também que a nossa atual constituição física ainda depende da alimentação carnívora para a manutenção da saúde e, por consequência, da vida, pois a carne é proteína e proteína é necessária para boa formação muscular, inclusive a cardíaca. Contudo, sei que as substâncias que o nosso corpo necessita também podem ser retirados dos vegetais. 

    É importante saber a princípio se a alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza. Os Benfeitores disseram a Kardec que em razão “da nossa constituição física, a carne nutre a carne, do contrário morremos. A lei de conservação nos prescreve, como um dever, que mantenhamos nossas forças e saúde, para cumprir a lei do trabalho. Temos que nos alimentar conforme exige a nossa organização fisiológica.” [1] Como observamos o ser humano é onívoro [2] e inclui a necessidade de carne em sua alimentação. Foi o Criador que nos constituiu fisiologicamente necessitando de carne. O complexo é nos autoconvencermos de que um dia  não necessitaremos mais da carne. 

    Sem dúvida que a frase “a carne nutre a carne” justifica a alimentação carnívora sem remorsos. Porém, há os que defendem que podemos nos esforçar para diminuir a ingestão da carne paulatinamente. Concordo!  Para tais vegetarianos há indícios  de que a dieta carnívora potencializa o advento de inúmeras doenças que provavelmente têm menores chances de evoluir   em pessoas que fazem uso da dieta vegetariana. Este é um bom argumento para a abstenção(da carne), até porque , segundo sustentam os Espíritos, "permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde”.[3] Os abstêmios da carne afirmam que há estudos sobre o risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros  . Constatou-se que a alimentação onívora, com excessos de proteínas e gorduras de origem animal, potencializa eventos cardiovasculares. Ao passo que as dietas à base de ovo, leite e vegetais ou só vegetais apresentaram menores riscos cardiovasculares. 

    Entretanto os cientistas alertaram que ainda é muito cedo para se estabelecer uma relação entre o consumo de carne vermelha e laticínios e o câncer de próstata, por exemplo, embora afirmem  que as descobertas fornecem pistas para o estudo da ligação com a doença. Os abstêmios da carne garantem que a adrenalina produzida no estresse da morte, as toxinas (lixo metabólico) e a ureia que circulavam no organismo quando o animal é morto, se impregnam na carne. Fora os micro-organismos patogênicos: bactérias, vírus, protozoários (nenhum boi ou porco faz check-up antes de morrer).  Lembrando que quase a metade da carne consumida no Brasil provém de abatedouros clandestinos, portanto as condições sanitárias são uma roleta- russa, porém com todas as balas no tambor. 

    Será que a prática do vegetarianismo é uma demonstração de evolução espiritual e ser onívoro é, por si só, um sinal de inferioridade moral? Respondo com Chico Xavier que não dispensava um bife acebolado com arroz e feijão. Isso não é lenda, é fato! Pela narrativa dos evangelistas o próprio Cristo comia peixe. O Mestre nunca desaprovou alimento algum. Comumente recorria à figura do pastor e suas ovelhas. Ora, pergunto aqui, para que um pastor criava ovelhas? Seria só para adorno caseiro ou para engordá-las e em seguida comê-las? Se tal situação fosse censurável perante a vida, o Sublime Senhor não usaria essa metáfora, pois o pastor seria pior que o lobo. 

    Sim, Jesus comia peixes, portanto comia carne (peixe não é vegetal), por isso Ele mesmo advertiu que o importante não é o que entra na boca do homem, mas o que sai dela.  O que não significa aqui que a frase deva ser interpretada ao pé da letra e de modo extemporâneo para justificar o abuso da ingestão de carne, até porque o abuso é ilícito em tudo.

    Apesar dos nossos vícios milenários de nutrição e os intransigentes debates em torno do assunto, não creio que comer carne possa acarretar expiações futuras. Contrariamente, a carne ainda serve de base alimentar para muita gente. Além disso a atual tecnologia tem produzido a carne em laboratório, isso sinaliza um futuro sem frigoríficos, abatedouros e  matadouros que não serão mais necessários.
    Sem adentrar no mérito da decisão particular daqueles que não ingerem carne, que eu respeito profundamente, recorro a Kardec quando inquiriu aos Espíritos se era importante abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação. Os Benfeitores explanaram que “era meritório se tal abstenção fosse em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de impostores os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.” [4]

    A Doutrina Espírita não proíbe nada; orienta com o apelo que faz à razão. É uma questão de bom-senso! Se a “carne nutre a carne” nada me obriga a parar de comê-la. Até mesmo porque não são muitas as pessoas que se despojam de alguma coisa em benefício do próximo. Os motivos de alguns abstêmios da carne, raramente são muito convincentes; os discursos tangem para filosofias espiritualistas que não têm maior aproximação com o Espiritismo. 
    Faço aqui uma ajuizada advertência considerando os médiuns que lidam com serviços mediúnicos de desobsessão. Segundo André Luiz, “a alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, deve ser leve. Nada de estômago cheio. A digestão laboriosa consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão.”[5] 

    “Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à digestão.”[6] 


    Referências bibliográficas:

    [1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: ed. FEB. 2001, perg 723
    [2] O termo onívoro vem do latim omnis, que significa todos, e por isso alguns dizem que os onívoros são aqueles capacitados para consumir qualquer tipo de alimento. Seguindo a definição de que onívoro é o ser que se alimenta de carnes e vegetais, podemos dizer que o ser humano é onívoro, embora o hábito de comer carne seja mais ligado a fatores culturais, uma vez que o aparelho digestivo humano se assemelha mais ao dos seres herbívoros. 
    [3] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: ed. FEB. 2001, perg 722
    [4] Idem , perg.724
    [5]  XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão, Cap. II, RJ: Ed. FEB, 1973
    [6]  idem

    quarta-feira, agosto 05, 2015

    O SERMÃO DAS COLINAS DE KURUN HATTIN (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen
    Consta na tradição do Evangelho que o Cristo antes de começar a sua vida pública, após   ter passado alguns dias de silêncio e meditação no deserto,  dirigiu a Sua primeira mensagem ao povo através do sublime “Sermão do Monte”, pronunciado nas colinas de Kurun Hattin, à sudoeste do lago da Galiléia.  O Discurso tornou-se a pedra angular do edifício cristão. Representa uma síntese perfeita dos ensinos do Mestre, a legítima Carta Magna da Boa Nova que um dia será implantado na Terra.  

    A “advertência do Monte”  representa o mais impetuoso contraste entre os padrões do homem mundano e o ideal do ser espiritual. Na belíssima mensagem, avaliada por Mahatma Gandhi como a mais pura essência do cristianismo, o “Iluminado da Índia” pronunciou que se um cataclismo extinguisse toda a sabedoria humana, com todos os seus livros e bibliotecas, se restasse apenas o Sermão do Monte, as gerações futuras teriam nele toda a beleza e sabedoria necessárias para a vida. 
    O preleção do Mestre na encosta do monte galileu não é, na realidade, um mero “Sermão”.   A fileira das oito afirmações, pungentes e paradoxais, narradas por Mateus , devem ter caído como raios sobre aqueles judeus orgulhosos do primeiro século. Não são provérbios independentes, que se aplicam a oito diferentes circunstâncias e grupos de homens, mas são uma prescrição perfeita para cada indivíduo.

    Por incapacidade de interpretação das lições do Cristo, no decorrer dos anos, surgiram dogmas cristalizadores da fé travando o uso da razão.  Idealizou-se na história do “cristianismo oficial” conduta incompatível com o Evangelho a exemplo da infalibilidade papal, do batismo, da confissão auricular, da eucaristia, do pecado original, em seguida, em face da reforma luterana abrolham as inconciliáveis promessas da salvação pelo “sangue” de Jesus, a unicidade e infalibilidade da Bíblia, o mercantilismo do dízimo, o enriquecimentos dos líderes cristãos,  a fé sem compromisso com as obras do bem, teologias de predestinações,  prosperidade [material] etc. 

    Como resposta desses trágicos desmandos surgem alguns intelectuais evidenciando grande aversão ao abatido e bizarro cristianismo. Até mesmo sobre o excelso Sermão aqui considerado George Bernard Shaw  descreveu-o como "uma explosão impraticável de anarquismo e de sentimentalismo". O filósofo alemão Friedrich Nietzsche dizia que a moralidade cristã é a mais maligna forma de toda a falsidade. Em 1929, o humanista John Herman Randall estranhava como um Carpinteiro da Galileia pudesse ter enunciado a última palavra em ética humana.

    Por outro lado, muitos sábios têm apreciado o Sermão do Monte com grande reverência, até mesmo quando não o conheceram nem o entenderam muito bem. Pode-se dizer, com segurança, que o Sermão  de Kurun Hattin é o mais popular, menos apreendido e menos exercitado de todos os mandamentos de Jesus. Portanto, seria possível evitar todas as controvérsias se todos os setores do mundo cristão fizessem do aludido Sermão do Monte o seu código de ética  único e universal. 

    Compreendemos que “o Discurso do Monte” refere-se a júbilos e felicidades procedentes da aflição. O que pode indicar para os céticos uma filosofia sádica, originária de um raciocínio desviado. Ocorre, contudo, que a aflição, nesse caso, é intrínseco ao processo de mudança no padrão mental do ser em evolução. No dito “Sermão”, o contraditório para alguns está no que ele significa: uma revogação incondicional com o modelo sócio político, econômico e psíquico vigente na Terra, a fim de que se possa construir nela um novo padrão de sociedade. Não existem caminhos alternativos para isso. O “Mundo” [físico], como mencionava o Cristo , é inconciliável com o "Reino” [espiritual], pois são reciprocamente excludentes. A adesão a um, implica alheamento necessário do outro. O Sermão do Monte é a bandeira da Nova Era que o Evangelho veio hastear na Terra. Mas, só será possível, quando assimilarmos e vivermos o seu conteúdo universalmente.  Para isso é indispensável um esforço sincero de cada um para fazer da mensagem do Cristo uma realidade.

    Na   era da cibernética, da realidade quântica e da cosmonáutica em que  viajamos a velocidades estupendas nos aviões , e não mais em frágeis barquinhos ou carroças de jegues, há os que creem que o acesso ao plano  espiritual também deva ser “modernizado”; Os  costumes arcaicos do primeiro século do Cristianismo, afiançam  os visionários, perderam a sua razão de ser. Destarte , tais utopistas religiosos  ingerem  alguns comprimidinhos  de “mandinga mental” ou “ritualismo místico”, a fim de acessarem  narcotizados e ou de muamba nas dimensões das altas esferas  do além , desconsiderando a “porta estreita e caminho apertado”, como admoestava o Mestre galileu. Atualmente, se Jesus retornasse, expõem tais religiosos, Ele não mais reproduziria as palavras rigorosas do Sermão do Monte, mas se amoldaria ao mercantilismo da religião e mostraria ao mundo o modo de alcançar o céu [salvação] viajando de Ferrari, lamborghini ou aviões particulares com cabine de luxo.

    Para uma sociedade estruturada nessas ilusões e concepções errôneas sobre a realidade da vida além do túmulo ,  as bem-aventuranças fazem duas afirmações básicas. Primeiro, que a paz no mundo dos mortos não está aberto aos que se julgam virtuosos e aos presunçosos, mas aos arrependidos sinceros e suplicantes que ambicionam serviços nas dimensões extrafísicas.  Segundo, que o além-túmulo de paz não é para os "poderosos" que obtêm o que desejam pela oratória religiosa, pela fama, pela riqueza ou pela agressividade, mas para um  grupo de homens resignados, que abdicam, não somente de suas vontades, mas até dos seus "direitos", em prol das necessidades dos outros.

    Kardec, por fim, assenta no Evangelho Segundo o Espiritismo o transcende o Sermão das colinas de Kurun Hattin, colocando-o na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, sem contudo abdicar do aspecto sensível da emoção que é posto na sua expressão profunda, demonstrando que o sentimento e a razão podem e devem caminhar juntos, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do homem de bem.