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  • quinta-feira, junho 30, 2016

    SOLUÇÕES TERAPÊUTICAS DA MEDICINA ESPIRITA Jorge Hessen





    Jorge Hessen 

    Diante das enfermidades o Espiritismo não recomenda o conformismo, por isso é justo buscar a medicina terrena, que pode suavizar a dor e refrear a doença no limite da permissão de Deus. Se a Providência Divina pôs os remédios ao nosso alcance é porque podemos e precisamos utilizá-los a fim de combater as energias danosas que migraram do perispírito para o corpo físico. 

    Tem médico receitando bom humor, outro trocando remédio por aulas de surf para tratar doenças crônicas e até aquele que investe em comida fresquinha, saudável e barata. O médico Garth Davis, do Mermorian Herman Medical Center, no Texas, vem chamando atenção por cuidar de seus pacientes de uma forma muito orgânica. [1] Davis costuma receitar alimentos frescos como tratamento. Para isso, ele criou sua própria farmácia responsável por distribuir legumes, verduras e frutas orgânicas, a Farmacy Stand. Garth fechou uma parceria com a Kristina Gabrielle Carrillo-Bucaram, fundadora da Rawfully Organic, a maior rede de cooperação sem fins lucrativos de alimentos orgânicos com sede em Houston. [2] 

    Sem entrar no mérito das eficácias da alimentação sadia, dos medicamentos fitoterápicos, alopáticos ou homeopáticos, cremos que as causas das doenças transpõem os aspectos biológicos. Há enfermidades que exigem tratamentos demorados, outras vezes precisamos até de cirurgia, mas tudo tem sua matriz na alma e está sob as diretrizes da “Lei de Causa e Efeito”, que visa despertar a reforma moral do doente através de processos dolorosos. 

    Qualquer medida preventiva ou profilática em relação às doenças tem que se iniciar na conduta mental do doente, exteriorizando-se na ação moral que reflete o velho conceito latino: mens sana in corpore sano. A doença não é uma causa, é uma consequência proveniente dos alentos negativos que circundam os nossos organismos psicossomático e físico. 

    O controle das energias mento-espiritual é proeza dos pensamentos, dos desejos e dos sentimentos, portanto possuímos potências energéticas que nos causam saúde ou doenças em razão das disciplinas ou desordens mentais e emocionais. Por conseguinte, “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais”. [3] 

    Se ainda não conseguimos disciplinar e dominar as emoções e mantemos paixões (ódio, inveja, mágoa, rancor, ideia de vingança), invariavelmente entraremos em sintonia com os irmãos enfermos do plano espiritual (obsessores), que emitirão fluidos maléficos para impregnar nosso perispírito, intoxicando-nos com suas emissões de energias insalubres, podendo nos levar a doenças crônicas. 

    Os médicos de boa formação espírita compreendem muito bem que a resposta para as enfermidades, que há milênios perturba a humanidade, está em nossa mente. Sobre a base dos estudos de médicos encarnados e desencarnados, a medicina à luz do espiritismo vem se fortalecendo cada vez mais na Terra. São enfermos e médicos, que encontraram na Doutrina Espírita diferentes interpretações para toda e qualquer enfermidade. 

    Ao contrário dos médicos tradicionais, os médicos espíritas dizem anular paradigmas ao avaliar, em seus consultórios, também a essência (alma) daquele paciente que busca socorro. Seja diante de um simples resfriado, um transtorno mental ou até mesmo um câncer, os médicos que abraçam o Espiritismo, ao contrário do médico clássico, não analisam no paciente apenas o corpo biológico enfermo, mas o espírito, a alma e suas vivências morais, que dizem muito para o diagnóstico eficaz. 

    Não ignoram os médicos espiritas que a saúde e a doença estão enraizados no espírito e não na matéria, como acredita a medicina clássica. Obviamente os tratamentos à luz do Espiritismo não abandonam os remédios tradicionais e tampouco as tecnologias, porém vão além. Propõem os recursos terapêuticos da água fluidificada. Indicam o passe, isto é, a transfusão de energias fisiopsíquicas através das emissões de magnetismo pela imposição das mãos de um médium. E ainda sugerem a técnica básica do tratamento da obsessão fundamentada na doutrinação dos espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. 

    Todos tipos de doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São intrínsecos à nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. Nos orbes mais adiantados, física e moralmente, o corpo humano, mais refinado e menos pesado, não está sujeito às mesmas doenças a que está exposto no nosso, e o corpo não é minado pela devastação das paixões. Se Deus não quisesse que pudéssemos curar ou aliviar os sofrimentos mentais e físicos, em certos casos, não teria colocado diversos meios medicinais à nossa disposição. Ao lado da medicação ordinária, elaborada pela ciência, o magnetismo e a desobsessão nos deram a conhecer o poder da ação dos Espíritos, e o Espiritismo veio comprovar-nos o potencial da mediunidade curativa e a poderosa influência da prece. 

    Referências: 

    [1] Disponível em http://razoesparaacreditar.com/saude/medico-cuida-de-paciente-com-alimentos-frescos-em-vez-de-remedios/ acessado em 25/06/2016
    [2] idem
    [3] Xavier , Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditado pelo espírito André Luiz, Rio de janeiro: ED. Feb, 1999

    terça-feira, junho 21, 2016

    “O” HOMEM E “A” MULHER ANTE A QUESTÃO DE GÊNERO APÓS A MORTE (Jorge Hessen)



    Jorge Hessen


    O homem moderno é modelado dentro de uma cultura racista, patriarcal, misógina e homofóbica. O Evangelho é um convite perene à prática da fraternidade, do amor, da não-violência, especialmente diante dos dessemelhantes que compõem o universo minoritário de uma sociedade densamente machista. Não obstante seja avesso à ideia de grupos de "minorias" ou "maiorias" sociais, reconheço que os termos já estão consagrados pelo uso e ademais é inaceitável qualquer tipo de discriminação perante os “desiguais”. 

    A hercúlea luta contra o preconceito e a homofobia possui aspectos sádicos. Diversas vezes essa luta descomunal principia onde o ser humano deveria se sentir mais acolhido e resguardado: ou seja, o grupo familiar. Atualmente, nos EUA, por exemplo, há uma nova classe de moradores de rua (isso mesmo! Moradores de rua) que está crescendo em deplorável rapidez, formada por adolescentes homossexuais expulsos da família. Segundo cálculo do Centro de Progresso Americano, mais de 300 mil jovens tiveram de recorrer a abrigos públicos após serem mandados embora de casa (banidos) pelos próprios pais em face da sua orientação sexual. 

    Estudos realizados nos EUA indicam que a grande maioria desses jovens excluídos afastam-se de famílias conservadores e profundamente religiosas. Nesses contextos, compreender a homossexualidade como algo natural é intensamente mais difícil. Quase metade dos homossexuais norte-americanos afastam-se de casa pouco tempo depois de admitirem suas orientações sexuais perante a família – a maioria contra a própria vontade. [1] Ora, a homossexualidade é uma orientação sexual, assim como a heterossexualidade e bissexualidade (assexualidade pode ser considerada uma orientação também). São orientações naturais, não provindas de distúrbios ou quebras de personalidade, conforme assegura o Espirito Emmanuel em “Vida e Sexo”, no capítulo intitulado “homossexualidade”. 

    Recentemente , como se não bastasse o barbarismo cometido por Omar Mateen, um aliado do Estado Islâmico resultando na morte de 49 de pessoas, na boate Pulse, deixando outras 50 feridas, sabemos de muitas outras formas de aberrações praticadas contra homossexuais. Na verdade, o fundamentalismo religioso é a maior tragédia que existe no mundo. Não há como entender o ódio que culmina em atos de violência e tortura contra as pessoas em nome de Deus. 

    Após o episódio ocorrido na casa noturna Pulse em Orlando, Estados Unido, um pastor norte-americano disse que “não está triste por homossexuais terem sido mortos na boate. (...) a tragédia é que mais deles não tenham morrido. Eu gostaria que o governo os reunisse, colocasse todos contra uma parede, colocasse o pelotão de fuzilamento na frente deles e explodisse seus cérebros. ”[2] Outros grupos cristãos extremistas, como a Westboro Baptist Church, afirmaram que os frequentadores da Pulse estavam “no inferno” após os assassinatos. “A tragédia mesmo é que mais deles não tenham morrido. A tragédia é o Omar Mateen não ter terminado o trabalho – porque estas pessoas são predadores. Eles são abusadores. [3] 

    O assunto homossexualidade não foi pesquisado em profundidade pelo Codificador nas obras básicas. Em O Livro dos Espíritos, observamos, porém, que podemos reencarnar na categoria de homem, ou na condição de mulher. No mundo espiritual a questão do título de “ele” ou “ela” não faz muito sentido, porquanto os Espíritos não se tratam na condição de gênero. 

    Não há, portanto, reprodução de espíritos no além pelo processo de acasalamento sexual. Todavia, as genitálias existentes no corpo físico se justificam em razão das leis de manifestação biológica (carnal) objetivando adequar o processo reencarnatório pela reprodução biológica por meio da cópula sexual. 

    A prova masculina e ou feminina em múltiplas vidas, o predomínio em tal ou qual experiência estabelece que o Espírito conserve as características que nele ficou gravado, consequência da influência que o corpo físico transmite ao perispírito. Por conseguinte, o Espírito, em reencarnando, apresentará as particularidades do gênero que mais longamente viveu e apresentará na estrutura psicológica as inclinações afins a essas experiências pregressas. 

    Portanto, somos Espíritos de polaridade psicológica masculina ou feminina, consequência de contínuas reencarnações num ou noutro gênero. Tão-somente após sobrepujarmos nossas falhas anexas ao apego à matéria , ao sensualismo, ao egoísmo e ao orgulho é que os nossos atributos sexuais desaparecerão, automática e gradativamente, após a obtenção de “qualidades nobres inerentes à masculinidade e à feminilidade”. [4] 

    As provas diferentes que vivemos no corpo físico se distinguem pela transitoriedade. Tudo se transforma e, se bem acolhido como lição vantajosa, será agente de maior felicidade no futuro. O que importa realmente é o que fazemos de bom nas hostes da caridade em favor do semelhante e de nós próprios, como abrigamos e compreendemos as ações dos outros e não as nossas condições de gêneros. 

    Referências: 
    [1] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/40-dos-sem-teto-dos-eua-s%C3%A3o-adolescentes-133537214.html acessado em 15/06/2016 
    [2] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/pastor-norte-americano-diz-estar-chateado-por-081729018.html?nhp=1 acessado em 19/06/2016 
    [3] Idem 

    [4] Viera, Waldo e Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espirito André Luiz, cap. XII, RJ: Ed. FEB, 1999

    sexta-feira, junho 17, 2016

    NA PLANTA, A INTELIGÊNCIA DORMITA; NO ANIMAL, SONHA; SÓ NO HOMEM DESPERTA (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen

    O cálculo do biólogo Ernst Mayr, da Universidade Harvard, sobre a possibilidade de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é quase uma sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos “sobrenaturais”. De 30 milhões de espécies vivas atualmente e de cerca de 50 bilhões de outras espécies vivas ou que já viveram e desapareceram, somente o homo sapiens desenvolveu inteligência superior.

    Sabe-se que o homo sapiens surgiu na África Oriental entre 190.000 e 160.000 anos atrás, depois se espalhou para o leste do Mediterrâneo em torno de 100.000 a 60.000 anos atrás , e pode ter chegado na China há 80.000 anos passados. Atualmente os seres humanos estão distribuídos em toda a Terra. O homo erectus uma pré espécie crucial na evolução do ser humano atual (homo sapiens), que parece ter evoluído em solo africano há cerca de 1,8 milhões de anos, migrando posteriormente para a Ásia e depois para a Europa. Porém, foi há apenas 6.000 ou 8.000 anos a.C. que alguns homens abandonaram por fim a vida selvagem e deram-se à árdua agricultura que tornou possível o aparecimento das primeiras aldeias sedentárias no Oriente Médio. Os primórdios de nossa civilização urbana remontam aos mais primitivos sítios neolíticos, em Jericó, cerca 6000 a.C. e em Jarmo, no Iraque, cerca 4500 a.C.

    Hoje, como explicar que nós, homo “erectus/sapiens”, tenhamos cérebros capazes de teoremas, teorias científicas e seriados de TV, num mundo em que nenhuma outra espécie foi muito além dos grunhidos e das ferramentas de pau e pedra. Analistas materialistas argumentam que o fator causador da inteligência humana se restringe à incapacidade dos bebês. Para os acadêmicos devaneadores os nenéns indefesos motivaram evolução da inteligência, afinal, não há nenhuma outra espécie de bebês tão “incapazes” como os humanos. Dizem! 

    Em verdade, a Terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa, geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. Isto, entretanto, não constitui regra absoluta, pois pode suceder que um Espírito, desde o seu início humano, esteja apto a viver na Terra. Não é freqüente o caso; constitui antes uma exceção. Nos seres inferiores, cuja totalidade estamos longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos.

    Em verdade, o princípio inteligente consumiu, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos [1 bilhão e meio de anos], a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo (inteligência humana) para os Espaços Cósmicos. ” [1] Diz-se que a força anímica no mineral é atração, no vegetal é sensação, no animal é instinto, no homem é razão e no anjo é divindade. Nessa direção caminha Leon Denis quando propõe a sua versão romântica e da evolução proferindo: que o princípio inteligente dorme na pedra, sonha na planta, agita-se no animal e desperta no homem. Ou seja: Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente.

    A inteligência é o atributo essencial do Espírito, em razão do qual toma ele conhecimento de sua própria existência e exerce atividades voluntárias e livres. Quando o Espírito atinge o grau de humanização, sua inteligência adquire desenvolvimento superior, como o surgimento da razão e do senso moral, que lhe facultam a capacidade de conceber e reconhecer a existência de Deus. Sendo a inteligência, em sua plenitude, a faculdade de pensar e agir racional e deliberadamente, os atos inteligentes são conscientes, voluntários, livres e calculados. São, além disso, suscetíveis de variações, porque a inteligência, variável e individual por excelência, é suscetível de progresso. 

    É bem verdade que o patinho logo que rompe a casca do ovo que o mantinha encerrado, se vê próximo um córrego ou um lago, por instinto corre alegremente para ele e lança-se na água, nadando imediatamente com perfeição. Onde aprendeu o pato a nadar? São igualmente instintivos o ato do castor, que constrói sua casa com terra, água e galhos de árvores; o ato dos pássaros, que constroem com perfeição seus ninhos; o ato da aranha, que tece com precisão sua teia. Vêem-se já aí alguns dos caracteres do instinto: é algo inato, perfeito e específico, ou seja, surge espontaneamente, sem prévia aprendizagem, em todos os indivíduos de uma mesma espécie e leva a atos completos, acabados, perfeitos, desde a primeira vez que são realizados. 

    Descrevem os Espíritos que a inteligência humana se comparada entre alguns homens e certos animais, percebe-se, muitas vezes, que é notória os animais terem a “inteligência” superior. Por isso, é difícil estabelecer uma linha de demarcação em alguns casos. Porém, ainda assim, o homem é um Ser à parte, que desce, às vezes, muito baixo [irracionalidade] ou pode elevar-se muito alto. “É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada.” [2]

    Na questão 593 de O Livro dos Espíritos, os benfeitores espirituais esclarecem que nos animais há mais do que simplesmente instintos. Há neles certa inteligência incipiente ou limitada. E para não deixar dúvidas, na pergunta 597, informam que esta inteligência capaz de, em pequeno grau, atenuar o determinismo biológico, dando-lhes um pouco de liberdade de ação e expressão de vontade íntima, sobrevive ao corpo físico. Não é, ainda, propriamente, um Espírito, alma humana encarnada, mas o princípio inteligente que faz parte da cadeia evolutiva referida na questão 540. [3]

    A inteligência é uma propriedade comum, um ponto de contato entre a alma dos animais e a do homem. Porém os animais só possuem a inteligência da vida material. No homem, a inteligência proporciona a vida moral. O princípio inteligente que constitui a Alma de natureza especial de que são dotados, provem do elemento inteligente universal. Emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais. Porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.

    Somente com a cooperação do Espiritismo poderá a ciência definir a sede da inteligência humana, não nos complexos nervosos ou glandulares do corpo perecível, mas no espírito imortal. Os valores intelectivos representam a soma de muitas experiências, em várias vidas do Espírito, no plano material e espiritual. Uma inteligência profunda significa um imenso acervo de lutas planetárias e extrafísicas. Atingida essa posição, se o homem guarda consigo uma expressão idêntica de progresso espiritual, pelo sentimento, então estará apto a elevar-se a novas esferas do Infinito, para a conquista de sua perfeição.


    Referências bibliográficas:

    [1] XAVIER, Francisco Cândido. Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, cap. VI , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2012
    [2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 592
    [3] Idem questão 593, 597, 540

    quarta-feira, junho 08, 2016

    A CIÊNCIA DO ESFORÇO DE AUTO SUPERAÇÃO Jorge Hessen




    Jorge Hessen

    Não obstante todo nosso avanço no conhecimento científico, sociológico e filosófico, o que sabemos sobre pessoas portadoras de limitações físicas é insipiente e, ainda hoje, apinhado de vieses e preconceitos teóricos. A sociedade tendo expectativas distorcidas quanto aos "deficientes físicos" , trata-os, quase sempre, como “coitadinhos” e dignos de comiseração. Porém, é imperioso proporcionar ao portador de limitação física uma participação ativa no processo sócio-político-histórico-cultural da sociedade e os resultados admiráveis ocorrerão. 

    Observemos alguns grandes exemplos de auto superação: 

    Anaya Eliick, uma menina americana de sete anos que nasceu sem as mãos venceu um concurso de caligrafia nos Estados Unidos. Natural de Chesapeake, no Estado da Virgínia, Anaya não usa próteses e apoia o lápis nos braços para escrever. Foi a vencedora entre 50 outros alunos que participaram do concurso nacional de caligrafia e levou para casa o prêmio na categoria “necessidades especiais”, que contempla estudantes com alguma deficiência física ou cognitiva. 

    Jessica Cox, outra americana, nascida sem os braços, por conta de uma enfermidade congênita, vem ganhando popularidade nos Estados Unidos como exemplo de superação. Ela se tornou a primeira pessoa a conduzir uma aeronave somente com os pés e conseguiu um brevê de piloto. Cox não se entrega aos limites físicos e não se prende ao “não posso”, costuma dizer ante os desafios “ainda não consegui”. Sob esse raciocínio, acredita que quando na limitação física não se pode fazer algo, mas pode-se buscar meios de superação a fim de vencer, quebrar limites, expandir, ampliar horizontes, levando a barreira limite para mais distante do ponto anterior.

    A jovem Flávia Cristiane Fuga e Silva, brasileira, de 26 anos, portadora de paralisia cerebral, recebeu sua carteira de advogada, após cinco anos de faculdade e três exames da OAB-SP. Flávia praticamente não fala e se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas. Foi aprovada no exame 133, da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB/SP, realizado em agosto de 2007, em que 84,1% dos 17.871 candidatos foram reprovados. É uma façanha estupenda, sem dúvida. Segundo o presidente da OAB, em São José dos Campos, Luiz Carlos Pêgas, "a aprovação de Flávia foi um marco. A OAB, em São Paulo, sempre defendeu os fisicamente limitados, mas não tinha advogados com paralisia cerebral.

    Mais um extraordinário exemplo é Alisson Fernandes dos Santos, que defendeu dissertação de mestrado na Universidade Federal do Paraná UFPR (auxiliado por um intérprete). Com problema congênito que lhe causou surdez profunda bilateral ele se comunica apenas via leitura labial. Alisson concluiu o mestrado aos 32 anos. Formado em farmácia e bioquímica, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), acabou de receber o título de mestre em ciências farmacêuticas com ênfase em análises clínicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e é o primeiro aluno surdo a receber o título na instituição. 

    O orador e notório escritor espírita, Jerônimo Mendonça, foi um excelso modelo de auto superação em face dos limites físicos de que era portador. Completamente paralítico por mais de três décadas, sem mover nem o pescoço, cego por mais de vinte anos, com artrite reumatóide que lhe produzia dores agudas no peito e em todo o corpo, era carregado por mãos amigas por todo o Brasil a fora para proferir palestras. Acamado no leito ortopédico, depois de perder o movimento das pernas, dos braços e a visão, Jerônimo criou uma gráfica, escreveu 5 livros, gravou 2 LP’s (discos de vinil) e em 1983, fundou algumas instituições espíritas. Era amigo de Roberto Carlos, amizade que induziu ao “Rei” a colaborar materialmente para que Jerônimo fundasse a mais importante obra assistencial de sua vida, o Lar Espírita Pouso do Amanhecer, em Ituiutaba, Minas Gerais, que atendia desde então 200 crianças carentes diariamente.

    Como não citar Antônio Francisco Lisboa, "o aleijadinho", vítima de uma hanseníase deformante, mas isso não o impediu de insculpir diante da Igreja do Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG, 66 estátuas da via Crucis, em cedro-rosa e 12 estátuas dos profetas, em pedra-sabão, entre outras obras-primas do barroco brasileiro. 

    Os preceitos espíritas nos remetem a entender que somos sempre herdeiros de nós mesmos, motivo pelo qual é importante que nos esforcemos, a fim de irmos mais além dos limites e crescermos emocionalmente, amadurecendo conceitos e reflexões, aspirações e programas reencarnatórios, cuja materialização nos submetemos.


    Em face disso e por força das leis que governam os destinos, cada criatura “normal” ou “deficiente física” está ou estará em luta consigo mesma, a seu modo, consoante seu quadro provacional, adquirindo a ciência do esforço, e dentro da grade dos sentidos fisiológicos e ou espirituais cada qual receberá gloriosas recompensas noutras oportunidades de trabalho para que em todas as ocasiões possa exemplificar os valores da auto superação.

    sexta-feira, junho 03, 2016

    AGRESSÃO SEXUAL, ABSURDOS HUMANOS E ORAÇÃO (Jorge Hessen)


    Jorge Hessen

    Estima-se que, em média, o número de estupros é de mil por um milhão de habitantes/dia. Alguns cientistas presumem uma cifra 40 vezes maior. Possivelmente ocorram, a cada dia, de 7 a 140 milhões de estupros no mundo ou, por ano, entre 2,5 bilhões e 100 bilhões. Para o psicólogo e escritor Alexandre Bez, o estuprador retira do ato um prazer baseado em uma "perversão sexual", cujos sentimentos tendem para raiva, sensação de poder e sadismo imperativo. Ao violentar sexualmente uma mulher, o indivíduo destrói a existência da vítima, causando diversos danos como: a falta de concentração, transtornos de ansiedade, insônia, desordens alimentares, perda de memória (o que possibilita não reviver o trauma), exclusão da vida social e possíveis tentativas de suicídio. [1]

    O recente fato ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, onde uma adolescente de 16 anos foi violentada sexualmente por mais de 30 homens, em uma sessão de estupro coletivo, vem gerando revoltas e protestos no Brasil com ampla repercussão internacional. É assombroso ver notícias como esta estampadas na imprensa mundial. Como é que em pleno século XXI ainda acontece algo dessa natureza? Entre aberrações morais existentes, principalmente no domínio da sexualidade, um dos mais nefastos e assombrosos é, sem nenhuma dúvida, a conjunção carnal forçada, imposta pela força física ou pela coação moral (psicológica). Tradicionalmente, onde impera o tráfico de armas e drogas, o estupro em massa de uma mulher, seja ela jovem ou apenas pré-adolescente em processo de transformação, encaminhando-a para a devassidão é uma prática corriqueira e, do ponto de vista dos marginais traficantes e cafetões, absolutamente necessária para conseguir a sua adaptação na prostituição.

    A violência sexual é o fruto apodrecido da animalidade humana. A melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações jovens. Lamentavelmente nunca se buscou tanto “prazer” sexual como na época presente. São jovens na desmoralizada troca de companheiros e muitos casais mergulhados na desventura extraconjugal. Será que o ser humano necessita tanto assim de “prazer sexual”? Será que tal “prazer” constitui o amor? Obviamente não, pois a manifestação dos impulsos sexuais é um fenômeno mecânico e biológico de atração magnética, enquanto que o amor é um anseio sublime. O sexo é apenas um instrumento de sensações. Quando a sexualidade é abastecida pelas emoções excelsas do amor, ilumina o ser; contudo, sem a higienização desta carga erótica, ela aflige a mente e cristaliza a emoção.

    Na violência sexual, será que a vítima está quitando moralmente o pretérito delituoso? Óbvio que não! Pois nem todas as tribulações que experimentamos na vida foram previstas ou escolhidas por nós. A escolha se resume ao gênero da prova. O Espírito de Verdade nos adverte: "Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, sabia a que tentações se expunha, mas ignorava cada um dos atos que viesse a praticar. Estes atos são efeito de sua vontade, ou de seu livre arbítrio." [2] O estupro, assim, não pode estar dentro de uma programação reencarnatória. Entretanto, em advindo, vítima e agressor submetem-se às Leis de Deus, sujeitos à apreciação espiritual do assunto, derivando para a vítima, por padecer a prova com bravura e paciência, condição de evolução espiritual e, para o estuprador, dolorosa trilha de restauração do erro, ansiando contar ainda com o perdão da vítima como forma de ajuda para superação das próprias deficiências morais.

    E para nós, que nos insurgimos revoltados quando conhecemos os episódios de estupro, bradando por justiça “vingativa”, saibamos que nada resiste aos desígnios da Lei do Criador e, antes de nos fazermos implacáveis juízes dos criminosos, observemos a mensagem de Jesus que disse para os condenadores da mulher adúltera: "atire a primeira pedra". Importa que nos abriguemos na oração inclusive em favor dos criminosos, a fim de que os mesmos possam sair da situação em que se encontram, refletindo os seus crimes, requerendo igualmente nova oportunidade de arrependimento, reparação e expiação, visando seu adiantamento espiritual.

    Em face desses dantescos panoramas, e em que pese os contrastes da vida social, considerando as várias culturas terrenas, naturalmente Deus não abdicou do comando dos mundos. Há uma ordem nas coisas e não estamos abandonados pelo Governador da Terra e pelos Operários divinos da espiritualidade, que acompanham cada acontecimento e oferecem sempre a oportunidade de melhoria para o violador das leis e o amparo ao que sofre uma ação perversa dos criminosos. 

    É ocasião de silenciar e exorar misericórdia ao Criador, posto que agindo assim estaremos contribuindo com a magna obra do Evangelho.

    Referências:

    [2] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questões 258 a 273, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999