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  • LEITORES
  • quarta-feira, julho 31, 2013

    OS CONTRASSENSOS HUMANOS ANTE O CALOR DAS VIRTUDES E O FRIO DA INDIFERENÇA


    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Sabemos que “a virtude no seu grau mais elevado abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso.” (1) De tanto ver atirados nos entulhos das ruas de Mirassol-SP os livros clássicos da literatura (Machado de Assis, José Saramago e Érico Veríssimo), a virtuosa Cleuza Aparecida Branco de Oliveira, então semianalfabeta e catadora de recicláveis, que sonhava construir uma biblioteca para emprestar livros a pessoas sem condições de comprá-los, conseguiu implantar a biblioteca na associação de catadores da qual participa. O acervo já conta com centenas de títulos que são emprestados gratuitamente aos interessados. (2) Na verdade, uma pessoa simples que possui a virtude realmente digna desse nome não precisa dos estéreis lauréis humanos. “Temos de adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões (...) deixam-se levar pela corrente de suas aspirações, e praticam o bem com absoluto desinteresse e completo esquecimento de si mesmas.” (3)
    A história de Cleuza Aparecida arremessou minhas recordações para os anos 90. Certa vez, executando minhas atividades de fiscal do Inmetro, tive o ensejo de conhecer Luiz Amorim, um incorruptível açougueiro de Brasília. Sua história impressionou-me à época. Contou-me que foi um simples funcionário que conseguiu, com muito sacrifício, comprar o açougue no qual trabalhava. Narrou-me que aos sete anos de idade já trabalhava como vendedor de picolés, engraxate e lavador de carros. Em 1980, aos doze anos, começou a trabalhar no açougue como ajudante.
    Em 1987 a empresa foi vendida, mas permaneceu trabalhando por mais sete anos com os novos proprietários, porém estes decidiram vender o açougue. Luiz lançou mão da pouca economia que tinha, complementou com um empréstimo bancário e comprou a casa de carnes. Na condição de proprietário do açougue, providenciou montar uma prateleira com dez livros para emprestar aos fregueses. Seu empreendimento cresceu e virou referência cultural em Brasília - o Açougue Cultural T-Bone.
    Atualmente o açougue T-Bone promove atividades culturais. Centenas de milhares de pessoas já participaram das Noites Culturais (shows musicais gratuitos à comunidade). Desde o início do projeto, em 1998, cerca de duzentos artistas no nível de Geraldo Azevedo, Erasmo Carlos, Belchior, Flávio Venturini, Blitz, entre outros, já participaram do evento.
    O Açougue T-Bone mantém encontro com escritores de renome da literatura como Ziraldo, Marina Colassanti, Donaldo Schüller, Nicolas Behr, Frei Betto, Zuenir Ventura, Ignácio de Loyola, entre outros.
    Outro singularíssimo projeto cultural de Luiz Amorim é a manutenção de prateleiras de aço instaladas nos trinta e cinco pontos de ônibus da Avenida W3 Norte de Brasília. Cada prateleira contém aproximadamente seiscentos livros organizados por assunto. “Desse modo, o açougue T-Bone tem emprestado diariamente cerca de dois mil livros gratuitamente aos passageiros interessados”. (4)
    As façanhas humanas também têm os seus paradoxos, basta compararmos os moldes da vida de Cleuza e Amorim com as atitudes  de Gail Posner, uma socialite americana que dividia uma mansão de sete quartos em Miami com sua cadela e mais dois cães. Posner faleceu aos 67 anos e no testamento veio à tona a divisão de bens. À cadela coube a posse do imóvel, no valor de US$ 8,3 milhões, e um fundo de US$ 3 milhões (pasme!). Leona Hemsley, outra magnata de Nova York, deixou um fundo de investimento no valor de US$ 12 milhões para Trouble, sua maltês e excluiu os netos do testamento.
    Analisemos a psicose da bilionária apresentadora de tevê Oprah Winfrey, que reservou US$ 30 milhões de sua fortuna para seus vários cachorros. A cadela da atriz Drew Barrimore deve herdar a casa da atriz, avaliada em US$ 3 milhões. A condessa alemã Karlotta Liebenstein deixou US$ 194 milhões para o pai de Gunther IV, o pastor alemão Gunther III, em 1992. O cachorro morreu e o fundo em que o dinheiro ficou aplicado tem hoje US$ 372 milhões.
    Se fôssemos praticantes dos códigos do bem, inexistiriam fatos tão insensatos e aberrações comportamentais quais as heranças para seres irracionais, a guerra do crack, sequestros, a prostituição, a poligamia, a traição, a inveja, o racismo, as inimizades, a tristeza, a fome, a ganância e as guerras. Não depararíamos com pessoas perambulando pelos logradouros, embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas sebentas, catando comida  no lixo ou esmolando um pedaço de pão.
    Para mudança dessa funesta panorâmica é urgente a prática da mensagem do Cristo. O Evangelho é o medicamento poderoso, o mais seguro para a redenção social, que, se Deus quiser, haverá de penetrar em todas as consciências humanas, como um dia penetrou no desprendimento de Vicente de Paulo, na admirável solidariedade de irmã Dulce, na amabilidade de Francisco de Assis, na soberana renúncia de Teresa de Calcutá, na doce ternura de Chico Xavier e nas equidades de Cleuza Aparecida e Luiz Amorim.
    Urge aprendermos a fazer o bem irrestritamente, a fim de pronunciarmos o sereno brado de Paulo de Tarso: "Já não sou quem vive, mas o Cristo é quem vive em mim.” (5)
    Somos convidados a exercitar o Evangelho nos diversos domínios da sociedade, porque a vida nos alerta que todos desencarnaremos um dia; entretanto, a forma de nos comportarmos dentro da fronteira berço-túmulo é da nossa livre opção. Por isso, podemos alcançar a sublimação com o simples querer, mas, sempre, movidos por uma fé calcada nas boas obras em favor do próximo como exemplificaram  Luiz e Cleuza!

    Referências:
    (1)           Kardec, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo,   A Virtude ditado pelo Espírirto François-Nicolas-Madeleine , Paris, 1863,  item 8,  Cap XVII, RJ: Ed, FEB, 2000
    (2)           Disponível  em http://www.boanoticia.org.br/noticias_detalhes.php?cod_secao=1&cod_noticia=4893 acesso 25/07/13
    (3)           Idem
    (4)           Disponível em http://www.dfcriativa.com.br/espacosculturais/1391"  acesso 25/07/13
    (5)           Gl 2,20

    quarta-feira, julho 17, 2013

    EM SUMA: TUDO SÃO CELAS, CADEIAS, PRESÍDIOS, CÁRCERES, EXOVIAS, CALABOUÇOS, XADREZES, XILINDRÓS, PRISÕES ETC ...

     Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

    Maquiavel já dizia que o caminho para o inferno é pavimentado de boas intenções. Na Holanda, a secretária de Estado da Justiça, Nebahat Albayrak, anunciou o intuito do encerramento de oito prisões (para alguns são hotéis de grande luxo, super equipados). O encerramento provocará a supressão de 1.200 empregos. Atualmente, o sistema penitenciário conta com 14.000 celas, o que já não corresponde às necessidades reais, de “apenas” 12.000 cubículos penitenciários. O fechamento dos xilindrós será por falta de “delinquentes” (falta de delinquentes?????) Os holandeses garantem que a “diminuição” da taxa de criminalidade se deve à utilização de tornozeleiras com rastreadores em substituição à cadeia.
    Há 5 anos a imprensa internacional noticiou que a “redução” da criminalidade na Holanda levou o governo a anunciar o fechamento das unidades prisionais, pois sob o guante  da lei de “mercado” a baixa oferta de bandidos provoca a pouca procura de carcereiros. Para evitar demissões dos agentes carcerários está sendo estudada a possibilidade de importação de 500 marginais da Bélgica, a fim de manter um contingente “mínimo” nas enxovias. (1)
    É um paradoxo tal situação. Será plausível os holandeses ensinarem virtudes ao mundo? Na Holanda o comércio e consumo de drogas é praticamente livre. Amsterdã é uma das mais apetitosas rotas mundiais do tráfico de drogas. A circulação e o comércio de drogas são considerados legítimos por lá; por isso, os traficantes, que deveriam estar encarcerados, permanecem livres, leves e soltos e, pior, sem tornezeleiras, o que esclarece, em boa paródia, a “carência” de criminosos na terra de Maurício de Nassau.
    No Brasil, segundo o Ministério da Justiça, há 514 mil presos e 306 mil vagas em todo o sistema carcerário. Resultado: superlotação. Diz-se que os presídios no “país  do futebol” são medievais e escolas do crime. Quem entra em um presídio como pequeno delinquente muitas vezes sai como membro de uma organização criminosa para praticar grandes delitos. Há tempos se fala na humanização no sistema carcerário brasileiro, em face de sua falência. Hoje há prisões em péssimas condições, agentes desqualificados, Leis esparsas etc. A somatória de todos estes fatores contribui para a reincidência do reeducando.
    Muitos afirmam que a Lei Penal brasileira é pusilânime. Mas cremos que o desígnio da lei não é punir puramente, entretanto igualmente possibilitar a recuperação do indivíduo. “Em verdade vos digo – todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo”. (2) Para os especialistas do assunto, a pena é uma resposta estatal punitiva contra um determinado crime e deve ser proporcional à extensão do dano, jamais poderá violar a dignidade humana, pois estaria reparando um erro com outro erro. A punição por si só não muda o comportamento transgressor do ser humano socialmente opresso; é preciso reeducá-lo para que possa compreender a importância da liberdade. A ausência de políticas públicas com objetivo de reintegrar o preso à sociedade inviabiliza qualquer possibilidade de reabilitação quando este torna-se egresso do sistema prisional.
    Todos os seres humanos que erraram devem ter oportunidade de recompor-se. Para tanto, a sociedade e o governo lhes devem condições dignas. Até mesmo os presos tidos por “irrecuperáveis” foram e são vítimas do sistema. A sociedade precisa ser transformada. Esse conjunto de fatores dificulta uma necessária, providencial e humanitária reinserção do detento no mercado de trabalho, e consequentemente ao convívio social.
    Os Benfeitores Espirituais nos instruem que devemos “amar os criminosos como criaturas que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se se arrependerem, como também a nós, pelas faltas que cometemos contra sua Lei”. (3) Muitas vezes somos “mais repreensíveis, mais culpados do que aqueles a quem negamos perdão e comiseração, pois, as mais das vezes, eles não conhecem Deus como O conhecemos, e muito menos lhes será pedido do que a nós”. (4)
    Por várias razões, não podemos nem devemos julgar nenhuma pessoa, porquanto “o juízo que proferirmos ainda mais severamente nos será aplicado e precisamos de indulgência para as iniquidades em que sem cessar incorremos. Não podemos ignorar que há muitas ações que são crimes ante os ditames da Lei de Deus e que o mundo nem sequer como faltas leves considera”. (5)
    Nas prisões, a reeducação deverá ser feita por meio da implantação de frentes de trabalho para profissionalização, e não apenas para tirar apenados da ociosidade, mas também abrindo segura perspectiva de integração futura na sociedade. Sabemos que existem grupos de religiosos que vêm desenvolvendo projetos que visam a recuperação do preso, por intermédio de uma efetiva coordenação de visitas permanentes aos presídios. Palestras de valorização humana, divulgação doutrinária, instituição de voluntários padrinhos, contato com parentes, distribuição de cestas básicas para familiares dos recuperandos. Estes são alguns dos métodos levados a efeito por alguns grupos de visita, para a materialização do aumento do índice de recuperação dos internos nos presídios no Brasil.
    Em suma, diante dos criminosos devemos “observar o nosso modelo: Jesus. Que diria Ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão. Em realidade, se não podemos fazer o mesmo, podemos pelo menos orar pelos criminosos. Podem eles ser tocados de arrependimento, se orarmos com fé”. (6)



    Referências bibliográficas:
    (1)           Disponível em  http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/06/governo-holandes-estuda-fechar-prisoes-devido-falta-de-criminosos.html acesso em 14/07/13
    (2)           Mt 25:31-46
    (3)           Kardec, Allan . O Evangelho Segundo O  Espiritismo. Cap. XI “Amar o próximo como a si mesmo – Caridade para com os criminosos”, RJ: Ed FEB, 1990
    (4)           Idem
    (5)           Idem
    (6)           Idem

    segunda-feira, julho 15, 2013

    A IMPRENSA ESPÍRITA NÃO DEVE AFAGAR OU AFLIGIR LEITORES, PORÉM DESPERTAR-LHES A CONSCIÊNCIA


    Jorge Hessen
    http://aluznamente.com.br

     Desde o lançamento da Revista Espírita, em 1858, na França, por Allan Kardec, a imprensa espírita é possante canal da divulgação doutrinária para interligação dos centros e demais instituições e, sobretudo, para disseminação de opiniões e discussão de temas sócio-doutrinários, propondo a adequada orientação ao Movimento Espírita. A rigor, ela também se dirige ao público não espírita para esclarecimento doutrinário. O Codificador noticiava e comentava na R.E. diversos eventos extra-doutrinários, que de alguma forma interessavam a todos os leitores.
    As civilizações iniciaram-se com a imprescindível necessidade da comunicação, recorrendo ao mecanismo da tradição oral. O grande salto da comunicação humana consubstanciou-se na imprensa (palavra escrita), cujo mestre foi Johannes Gutenberg, considerado “O Pai da Imprensa”. Quatro séculos após a descoberta desse notável filho da Mogúncia (Alemanha), Allan Kardec, embora sempre advertindo contra o proselitismo indigesto, recomendou a divulgação dos princípios doutrinários com base no bom senso. É verdade! A propaganda doutrinária para fazer prosélitos não é a necessidade imediata do Consolador Prometido, até porque “a direção do Espiritismo, na sua feição de Evangelho redivivo, pertence ao Cristo e seus prepostos, antes de qualquer esforço humano, precário e perecível”. (1)
    Para delinearmos considerações sobre a imprensa espírita no Brasil, trazemos à baila alguns informes sobre os contributos de Luiz Olímpio Teles de Menezes, considerado pioneiro da imprensa espírita brasileira. Em julho de 1869, três meses após a desencarnação do Codificador, lançou o periódico O Eco d'Além-Túmulo, subintitulado "Monitor do Espiritismo no Brasil", de publicação bimestral. Antes, já havia fundado em 17 de setembro de 1865, em Salvador, o Grupo Familiar do Espiritismo, considerado a primeira instituição espírita no Brasil. Escreveu para o "Diário da Bahia", "Jornal da Bahia", "A Época Literária". Foi um causídico intransigente dos princípios espíritas.
    "Era um caráter digno de todo o apreço pela sua cultura e elevação de sentimentos, aprimorados por uma longa série de infortúnios, que soube sempre suportar com honra e grandeza d’alma". (2) Certa vez, redigiu uma “Carta Aberta” ao Primaz do Brasil, D. Manoel Joaquim da Silveira, refutando a pastoral que este publicou, com o título “Erros perniciosos do Espiritismo”. A “Carta” de Luiz Olímpio é considerada a primeira obra de divulgação espírita de um brasileiro, publicada na Pátria do Evangelho.
    O "Grupo Familiar do Espiritismo" cumpriu sua tarefa por cerca de um decênio, até a fundação da "Associação Espírita Brasileira", que representou o marco inicial do movimento espírita brasileiro. Teles de Meneses foi o primeiro presidente da Associação, instituto que visava "ao desenvolvimento moral e intelectual do homem nas largas bases que cria a filosofia espirítica, e a exemplificação do sublime e celestial preceito da caridade cristã.”. (3)
    Na verdade, a imprensa espírita brasileira surgiu integrada em sua dupla função libertária. Lutando pela emancipação espiritual do homem, lutando também na sua alforria material. Menezes compreendeu que não podia sustentar os princípios espíritas de fraternidade e caridade se não desse seu testemunho contra o desumano sistema de escravidão negra no Brasil. “Na campanha abolicionista através de O Eco d'Além-Túmulo, destinou um mil réis de cada assinatura para a libertação de crianças negras de sexo feminino entre 4 e 7 anos”. (4)
    Sendo o Espiritismo uma doutrina de vivência igualitária, anunciada para influir na transformação social, não se pode idear uma imprensa espírita desatenta ao mundo, sepultada em si mesma.  Os legados de Teles de Menezes nos comprovam que jornais e revistas espíritas não podem ser somente boletins doutrinários apartados do fato social. Inobstante, não devem exceder os limites das instâncias espíritas e envolver-se em altercações político-partidárias ou contendas de grupos. Sua função principal é esclarecer e orientar os rumos da doutrina.
    No Brasil, considerado o maior país espírita do mundo, em extensão e abrangência, e em número de adeptos, há inúmeras publicações escritas, bem como centenas de emissoras de rádio e algumas televisões (abertas, por assinatura e Internet) veiculando informações espíritas, além da existência de milhares de portais espíritas na Rede Mundial de computadores. A despeito desse cenário, não é difícil constatar que faltam meios de comunicação arejados (jornais, revistas, sites, televisão, rádio), que se pode ter confiança sem a percepção desagradável de sufocação, de constrangimento subserviente a direções excêntricas. Muitos jornais e revistas “chovem no molhado” e repetem o que todos sabem e já disseram. Somente publicam mensagens mediúnicas e acanhados artigos sobre questões já pacificadas. Evitam a discussão saudável, o debate coeso, como se estivesse submetida a uma orientação ditatorial.
    Há órgãos da imprensa doutrinária que se restringem ao centro espírita como se fossem boletins particulares, alguns ficam circunscritos a um bairro ou a uma pequena cidade, outros se colocam a serviço da difusão espírita em nível nacional e internacional. Talvez seja a reprodução da falta generalizada de cultura na sociedade e notadamente da pouca cultura espírita. Por isso há órgãos de divulgação doutrinária sem nenhum critério, nem discernimento. Divulgam assuntos contraditórios e revelam ausência de conhecimento ou displicência de seus diretores, editores e redatores.
    É imperioso alterar esse cenário; é urgente maior consciência jornalística aos que militam na imprensa espírita. Na Revista Espírita de maio de 1863, Kardec conta que certa vez tinha recebido três mil mensagens de várias partes da Europa, aguardando uma possível publicação. Selecionou cem que continham temas de moralidade inatacável. Fez nova triagem e, das cem, chegou a trinta, realmente de ótimo valor estético e moral. Porém, das trinta mensagens, só cinco apresentavam real valor para obterem espaço na Revista Espírita. (5)
    Raros são os escritores e jornalistas que têm a coerência de escrever não para amimar ou desgostar, mas para abrir os olhos e acordar consciências. Sim! Felizmente ainda há escritores e jornalistas sinceros que leem e estudam, escrevem com bom senso e procuram ensinar ao leitor a verdadeira Doutrina dos Espíritos. São ajuizados, não usam expressões verbais que recomende costumes, práticas, ideias políticas, sociais ou religiosas adversas ao Espiritismo.Em Conduta Espírita, André Luiz assevera que um texto espírita deve ajustar-se à simplicidade e clareza, concisão e objetividade, passar por revisão austera e incessante, quanto ao fundo e à forma, antes de ser publicado. Os escritores devem despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores. (6)
    É imprescindível que a imprensa espírita esteja compromissada com a ética, com a verdade revelada pelos Espíritos e com a melhor qualidade dos temas divulgados. Melhoria essa que não deve ser considerada exclusivamente a "beleza exterior", com apresentação gráfica policrômica, mas, sobretudo, o conteúdo (mensagens). Importa afrontar desafios e ter capacidade de informar sobre os fatos e os preceitos espíritas, de forma a colaborar com o leitor em sua consciência crítica.
    Os editores necessitam "sistematicamente despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores” (7) sem perder de vista a seleção dos escritos, que precisam ter "clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma de originais que devam ser entregues ao público". (8) Porém, lamentavelmente existem órgãos de imprensa espírita que mais não fazem senão exacerbar a arrogância dos responsáveis das instituições, publicando sistematicamente suas “fotos e nomes dos dirigentes”, numa clara manifestação de completa ausência de humildade.
    É bom refletirmos sobre isso! Recordemos o Espírito Emmanuel, que avisa: "o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação". (9) Consideração e homenagem à virtude, ao talento, à coragem, às boas ações dos verdadeiros jornalistas espíritas e seus periódicos, imunes ao endosso às práticas antidoutrinárias; que sigam avante na tarefa de amor às letras do Consolador, que fazem vibrar corações e jubilam os espíritas que a elas se consagram.

    Referência blibliográfica:

    (1)    Xavier Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, perg. 218
    (2)    Publicado na  Revista "Reformador", de 1.º de abril de 1893
    (3)    Disponível em  http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=200 acessado em 14/04/2013
    (4)    Disponível  em http://www.autoresespiritasclassicos.com acessado em 16/04/2013
    (5)    Kardec Allan.  Revista Espírita de maio de 1863, Brasília: Ed Edicel, 2001
    (6)    Vieira Waldo. Conduta Espírita, ditada pelo Espírito André Luiz, RJ: Editora FEB 1989
    (7)    idem
    (8)    idem
    (9)    Xavier , Francisco Cândido. Estude e Viva, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1971